1 de maio de 2017

Maria Santíssima, Fonte de Graças!

"Todas as minhas fontes se acham em ti.” (Sal 86,7)



"Deus Pai ajuntou todas as águas
e chamou-as de mar,
reuniu todas as Graças e chamou-as de Maria.”
(S. Luiz Maria Grignion de Montfort)



És um jardim fechado, minha irmã, minha esposa, uma nascente fechada, uma fonte selada... És a fonte de meu jardim, uma fonte de água viva, um riacho que corre do Líbano... Entre meu amado no seu jardim, prove-lhe os frutos deliciosos... Amigos, comei, bebei, inebriai-vos, ó caríssimos.” (Cant 4, 12.15 – 5,1).



Podemos aplicar esses versos de Salomão à Virgem Maria. Ela é para nós o manancial que contém a água viva, o jardim que contém os melhores frutos. É, entretanto, uma fonte selada, um jardim fechado, pois não são todos que conseguem captar a riqueza das palavras da Sagrada Escritura que se referem a ela, ou mesmo pronunciadas por ela - quando não estão totalmente explícitas. E Deus faz questão de deixar Maria bem escondida pois “... um frasco de perfume aberto, deixa exalar toda a sua fragrância”.

Para os que foram chamados por Deus à vida consagrada, ou seja, para viver de maneira especial uma dedicação a Deus – que não somente se retrata com um ‘fazer o que os outros não fazem por Deus’, mas em ‘ser o que os outros não são por Deus, para Deus e em Deus’ e principalmente em ‘ser para o mundo um outro Cristo’ – é Maria a principal referência; porque ela não somente fez o que Jesus fez, mas foi como Ele: toda para Deus sem deixar de ser humana como nós.

Maria é chamada ‘estrela do mar’, ou ‘estrela da manhã’, porque assim como a estrela orienta os navegantes durante a noite e continua brilhando até a aurora, Maria nos conduz na noite da vida e jamais nos abandona, nos acompanhando até a chegada do Sol eterno, que é Cristo.

Este elogio da sabedoria (Eclo 24, 24 – 31) também pode se aplicar à Maria:

Sou a Mãe do Puro Amor, do Temor de Deus,
da Ciência e da Santa Esperança,
em mim se acha toda a Graça do Caminho e da Verdade,
em mim toda a Esperança da Vida e da Virtude.
Vinde a mim todos os que me desejais com ardor,
e enchei-vos de meus Frutos;
pois meu espírito é mais doce do que o mel
e minha posse mais suave que o favo de mel.
A memória de meu nome durará por todos os séculos...
Os que agirem por Mim não pecarão.
Aqueles que Me tornarem conhecida,
a vida eterna terão”.

Naquela singela e decidida resposta de Maria ao Anjo Gabriel no momento da Anunciação, está escondida uma infinidade de ensinamentos. Tudo o que seria conseqüência na vida dela a partir daquele: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim...” é para nós modelo de fé, humildade, verdadeiro amor, coragem, confiança... de entrega total. E é claro que Maria sabia as consequências daquele sim; não só na ordem natural das coisas, mas também sobrenatural.

Na ordem natural, refiro à sua situação de mulher judia: de ser repudiada pelo marido, sujeita ao apedrejamento, etc.. Na ordem sobrenatural, ter a ventura de ser a Mãe do Messias, mas ao mesmo tempo aceitar toda a dor que acompanharia esta especial vocação: a ‘espada de dor que transpassaria sua alma’ – que teve início com a perseguição de seu Filho recém-nascido na ‘matança dos inocentes’ e só terminou aos pés da cruz no Monte Calvário.

E ela é para nós modelo porque cada situação dessas exigiu dela uma atitude firme, uma disposição do coração e da vontade. Entretanto, de nada adianta somente admirar um bem que nos é dado, sem poder tê-lo realmente. Por isso vamos à fonte, vamos à Maria. Não basta admirar e almejar imitá-la, é preciso pôr-se a caminho junto com ela, em ordem de batalha.

Dizendo “Cheia de Graça!”, o quê mais o Anjo referia senão às Virtudes de que a Santíssima Virgem era plena?! Ela era repleta da Graça de Deus, sem nenhuma corrupção. Assim, inúmeras são as virtudes de que nossa Rainha era plena, tais como:


Humildade profunda,
Pureza incomparável,
Obediência perfeita,
Pobreza fecunda,
Paciência heroica,
Fidelidade total,
Prudência salutar,
Caridade ardente,
Compaixão extrema,
Piedade filial,
Mansidão Angélica,
Mortificação oblativa,
Fé viva,
Esperança precisa,
Sabedoria Divina,
Coração indiviso,
Contemplação ativa,
Passividade vigorosa,
Silêncio que comunica Deus,
Condescendência terna,
Justiça benigna,
Alegria celeste,
Penitência discreta, etc.

De acordo com o Catecismo: “A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem.” (§ 1803). A prática delas está diretamente relacionada à inteligência e à vontade, e que requer atitudes firmes e freqüentes. Elas regulam nossos atos e colocam em ordem nossas paixões segundo a razão e a fé.

Para aprofundarmos nas Virtudes de nossa Mãe Santíssima, propomos um Retiro pessoal, cada dia meditando uma virtude de Nossa Senhora.

Este retiro poderá ser feito em seu momento de oração pessoal, em sua própria casa, ou na Capela de sua paróquia onde você participa, pois os textos são bem curtos.


Por R. Maria - 13 maio 2005

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