* Uma sugestão é rezar estas meditações à maneira de "Retiro pessoal", durante 10 dias, em três momentos: de manhã, à tarde e à noite. Mas nada impede de se fazer de outra maneira, mais apropriada à sua disponibilidade.
* Você pode fazer estas meditações na Capela da Paróquia ou Comunidade em que você participa, ou também em sua casa... O importante é que você possa se recolher em silêncio para meditar nas virtudes de Nossa Senhora.
* Pode-se copiar o texto; pedimos apenas para citar a fonte. DEUS lhe pague!
* Para quem for fazer em Comunidade, com várias pessoas, uma sugestão é fazer cartões com cada Virtude, e colocar em uma caixinha. Assim, cada pessoa vai tirando a cada dia uma virtude para meditar.
* Para quem for fazer em Comunidade, com várias pessoas, uma sugestão é fazer cartões com cada Virtude, e colocar em uma caixinha. Assim, cada pessoa vai tirando a cada dia uma virtude para meditar.
1º dia) HUMILDADE
“Minha pomba, oculta nas fendas do rochedo e nos abrigos das rochas escarpadas.” (Cant 2, 14)
– 1º
momento –
*
A Santíssima Virgem reconhecia-se diante de Deus como ela
verdadeiramente era, ou seja, nem pior, nem melhor. Reconhecia-O como
Deus, sendo ela criatura. Ele como Rei eterno, ela como serva. Ele,
de onde provinha todo o Bem; ela, como receptáculo que recebia tudo.
Quando santa Isabel a louvou pela concepção do Filho de Deus,
imediatamente ela restituiu a Deus todo o devido louvor (leia Lc 1, 46 –
49).
*
Agradecer a Deus os Dons que Ele nos deu, reconhecendo que nada somos
sem Ele, é o primeiro passo para lutarmos contra o orgulho. Pelo
exercício da humildade, alcança-se o Dom da Ciência, de reconhecer
a própria miséria e fraqueza, mas o valor precioso da alma – que
é como um receptáculo que deve estar vazio de si mesmo para
encher-se de Deus. Tudo vem d'Ele! Buscando só a Deus e o que a Ele
agrada, encontra-se tudo e tem-se tudo.
*
“Em
vez de causar-me mal, levar-me à vaidade, os Dons que Deus me
prodigalizou (sem que Lhe tenha pedido) me levam para Ele.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Mãe Santíssima, ensina-me a louvar a Deus pelos Dons que Ele me
deu, para que eu possa utilizá-los em proveito dos meus irmãos e
irmãs, mas não permitas que eu esqueça que tudo vem d'Ele, e que
nada sou e nada posso sem o auxílio da Graça Divina. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
Maria, não gostava de aparecer, e por isso mesmo sua presença era
motivo de paz e de alegria. Ela era toda doçura. Ao chegar na casa
de santa Isabel e a saudar, esta, apenas ouviu a sua saudação e
ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1, 41).
*
Como é agradável chegarmos perto de alguém que só sua presença
nos fala de Deus. A gentileza, educação e compreensão não são
virtudes que só alguns conseguiram o mérito de ter, mas é algo que
todo o cristão tem a obrigação de buscar e de exercitar. Aquele,
no entanto, que se vangloria contando vantagens; busca chamar a
atenção dos outros para si; em tudo quer ter razão e quer dar a
opinião, torna-se antipático e desagradável, podendo ser muitas
vezes motivo de competição, discórdia, inveja e ciúmes.
*
“Eu
Vos suplico, ó meu Deus, enviar-me uma humilhação cada vez que eu
tentar me elevar acima dos outros.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Ó doce Mãe de Jesus, tudo em vós falava de Deus, refletia Deus; a
Senhora não buscava nenhuma atenção para si mesma. Ajudai-me,
pois, alcançar esta doçura de que a Senhora era plena. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
* É realmente
impossível imaginar a Santíssima Virgem disputando honra com outras
mães, falando que o Menino Jesus era mais bonito, mais inteligente,
mais santo... o próprio Deus; querendo o melhor lugar no Templo;
querendo estar próxima e ter prestígio junto às pessoas
importantes da época... Ela não fazia caso de nenhuma honra,
buscava sempre o escondimento, e não preocupava se era amada ou não.
*
A humildade não engana: as atitudes externas para passar-se por
humilde são como as flores que de longe têm bela aparência, mas de
perto exalam um odor fétido e venenoso. Para o verdadeiro humilde
nada é difícil, nada é complicado, ele está muito acima de todas
as buscas meramente humanas e mesquinhas: ele não busca ser
preferido, estimado acima dos outros, elogiado, consultado, e nem
teme ser rejeitado, esquecido, ou mesmo caluniado, pois sabe que não
será nem aumentado nem diminuído no conceito de Deus.
*
“Confesso
que nunca procurei a glória. O desprezo tinha atrativos para o meu
coração, mas reconhecendo ainda que este era muito glorioso,
apaixonei-me pelo esquecimento.” (Sta.
Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Mãe
da humildade, alcança-me a Graça de sair de mim mesma; de não
construir a cruz com as minhas próprias mãos, mas aceitar a que o
Senhor me der. Oração
pessoal. Ave Maria.
2º dia) PUREZA
“És toda bela, ó minha amiga, e não há mancha em ti.” (Cant 4, 7)
– 1º
momento –
*
O amor da Virgem Maria por Deus era incondicional. Há quem pense que
a pureza na vida consagrada se refere somente ao corpo, ao que é
exterior. É antes de tudo, o fruto de um coração indiviso, que vê
como único objeto do seu amor, o próprio Deus: “Que
todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – seja conservado
irrepreensível (puro)
para
a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”
(I Tes 5, 23).
*
Se o objetivo final é ter o coração indiviso, os primeiros passos
a percorrer não ficam longe da busca de atitudes modestas e de uma
mente casta. Por isso que: o pensar, o falar, o olhar e o tocar de
uma pessoa que entregou seu coração todo para Deus, não podem ser
os mesmos daqueles que não fizeram esse propósito, ainda que tais
atitudes não sejam pecado. “Eu
quisera ver-vos livres de toda preocupação”,
diz São Paulo (I Cor 7, 32 – 33).
*
“Creio
que nunca fiquei três minutos sem pensar em Deus (...) pensa-se
naturalmente em quem se ama.”
(Sta. Teresinha)
*
Oração:
Ó
Virgem pura, elevai o meu coração e minha mente ao céu, para que
aspire e pense nas coisas superiores, buscando “com
todo o meu coração, com toda a minha alma, de todo o meu espírito
e com todas as minhas forças”
o verdadeiro amor, e não se prenda a nenhum outro na terra. Oração
pessoal. Ave Maria.
–
2º
momento –
*
Maria tinha o coração e a alma desprendida de todo o criado;
sabendo fazer de cada sofrimento uma pérola a mais para sua coroa.
Ela usou todas as suas faculdades para amar e servir a Deus,
colocando seu amor e esperança naquele bem vindouro, “como
está escrito: coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos
ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens
que Deus tem preparado para aqueles que O amam". (1Cor
2,9)
*
A satisfação do corpo e de seus apetites trás alegria falsa e
passageira; depois que passa, resta somente o amargo do pecado, que é
como um verme que rói a consciência. Mas aquele que tem pura e leve
a consciência encontra a verdadeira alegria, mesmo no meio das
adversidades.
*
“Que
sede tenho das maravilhas do Céu! Nada me toca nesta terra.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Mãe, não me permita esquecer que meu corpo é templo do Espírito
Santo. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
Maria não foi manchada pelo pecado, nem no seu corpo, nem na sua
mente, e muito menos na sua alma, é por isso que devemos correr a
ela quando formos tentados. Mas a intercessão e proteção da Virgem
não tiram nossa responsabilidade de estarmos sempre vigilantes,
fugindo das ocasiões de pecado.
*
Quem entrega seu corpo a deleites sensíveis – e se em demasia, até
mesmo os lícitos – está ele próprio se colocando em situação
perigosa. Assim, pois, a satisfação excessiva do paladar – que
conduz à gula – fortalece a concupiscência da carne; e a
curiosidade de tudo querer ver e saber, fortalece a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida. (I Jo 2, 16). “Ninguém,
quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível
ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria
concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de
conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a
morte.”
(Tg 1, 13 – 16)
* Diz-se que São Domingos Sávio conservava seus olhos sempre baixos, não fitava demoradamente uma jovem, e sempre desviava o olhar dos espetáculos públicos. Certa vez, um colega, incomodado com isto, perguntou-lhe para quê ele tinha olhos, se não apreciava nada, ao que ele respondeu: “Não
olho, pois quero conservar os meus olhos puros, para ver a Virgem
Maria no Céu.”
*
Oração:
Consagro, Mãe, todo o meu ser a ti, e quero renovar essa minha
dependência à vossa proteção e essa pertença a ti, até o dia em
que meus olhos te verão no Céu. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 1º
momento –
*
‘Se pela desobediência de uma virgem, o pecado entrou no mundo,
pela obediência de outra, a graça nos foi restituída. O que em Eva
perdemos, em Maria ganhamos’.
*
Não é o medo do castigo que nos deve fazer obedecer, devemos ser
levados, antes de tudo, pelo santo temor. O temor é revestido de
respeito, de não querer desagradar a Deus na pessoa dos superiores e
dos mais velhos; e de um coração devoto que reconhece a Majestade
Divina. O caminho da obediência é percorrido junto com o desapego
de nossas vontades, e só por amor. “É
muito mais seguro obedecer que mandar.”
(Imitação de Cristo I. 9,1).
*
“A
chave da obediência abriu a porta do Céu. Com a chave da
desobediência, abres o inferno.”
(Sta. Catarina de Senna)
*
Oração:
Ó Virgem obedientíssima, ensina-me o caminho seguro da obediência.
Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
Diz São Lucas que a Virgem Maria levantou-se e foi às pressas
servir Isabel. Sabendo qual era a vontade de Deus, ela não duvidou,
nem resistiu, mas teve prontidão e uma caridosa atitude de resposta.
*
Se a prontidão é filha da obediência, a resistência é a serpente
que a rodeia. O que fez Eva comer da árvore da vida, foi o orgulho e
desobediência a Deus, que foi incitado pelo questionamento da
serpente, ao qual Eva deu ouvidos. O amor excessivo a si mesmo, que
não aceita a vontade do outro quando esta não é conforme à
própria vontade, é o que torna difícil viver sob a obediência.
*
“Não
há pior e mais nocivo inimigo de tua alma, que tu mesmo quando não
obedeces.”
(Tomás de Kempis)
*
Oração:
Mãe Santa, corrigi-me todas as vezes que eu for desobediente. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
* Na aparição à Santa
Bernadette, em Lourdes, a Virgem Imaculada apareceu com rosas
amarelas sobre os pés, significando que seus pés jamais percorreram
os caminhos errados da desobediência, mas ao contrário, esmagaram a
cabeça do demônio, o mestre da desobediência.
*
Cristo deixou-se prender com os cravos nas mãos, para reparar os
pecados cometidos contra a Castidade e a Pobreza; e deixou-se prender
com o cravo nos pés, para reparar os pecados cometidos contra a
Obediência. A cor amarela das rosas, significa ouro, nobreza...
assim, obedecer não é rebaixar-se, mas é crescer na nobreza
Divina.
*
“Deixar
de fazer uma ocupação mandada pela obediência, para unir-se a Deus
pela oração..., é afastar de Deus e unir-se ao nosso amor
próprio.”
(São Francisco de Sales)
*
Oração:
Ó Virgem Mãe, quero como santa Teresinha, ‘lançar-me numa
corrida de gigantes’; alcançar esta nobreza de alma que tem aquele
que, a todos obedece por amor a Deus. Oração
pessoal. Ave Maria.
4º dia) POBREZA
“Eu sou do meu amado e meu amado é meu.” (Cant 6, 3)
– 1º
momento –
*
Nossa Senhora não possuía mais nada além de Jesus, e por isso
mesmo ela possuía tudo, tudo o que era essencial! Assim, ela foi
livre, totalmente livre, e a mais rica de todos.
*
Há os ricos que só juntam nos celeiros da terra. Ai! desses, pois
deixam o celeiro celeste vazio. Há outros, porém, e felizes são
estes, que tendo muitos bens na terra, sabem usar deles com
sabedoria, são desapegados e caridosos, e acima de tudo buscam ser
ricos da Graça de Deus.
Por
outro lado, há alguns pobres que infelizmente são ricos de si
mesmos, orgulhosos, vivem de revoltas e murmurações, inconformados
com sua ‘sorte’; infelizes destes. Há ainda os que sendo pobres
nesse mundo, buscam somente as riquezas espirituais, estes são
bem-aventurados e serão consolados na vida eterna.
Entretanto,
mais bem-aventurados que todos esses é aquele que ‘se faz pobre
por amor do reino dos céus’, este receberá aqui cem vezes mais e
na outra vida, uma recompensa eterna. (Mt 5, 3; 19, 21; Lc 6,20).
Enfim,
não adianta ter a aparência de pobre, se no coração se é rico de
orgulho, de ganância, de inveja, de pecados... A verdadeira pobreza
começa no interior, dela brota a pobreza exterior de Cristo!
*
“Não
abraceis a pobreza, por amor à pobreza. Isso é miséria. Abraçai a
pobreza por amor de vossa liberdade. Assim vos libertareis da ambição
e estareis acima dos interesses mundanos”
(Sto. Agostinho).
*
Oração:
Mãe admirável, faça-me compreender esta liberdade que possuías,
ao ter só Deus, e ser só d'Ele, para que minha alma possa correr
atrás dela sem se cansar. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
É certo de que quando a Santíssima Virgem recebeu o ouro das mãos
de uns dos três Sábios, não ficou pensando no que poderia comprar: peças de enxoval para o Menino Jesus, um tecido novo para o véu, sandálias novas, perfumes, enfeites,
ou mesmo utensílios para casa. As riquezas que ela aspirava eram as
celestes e incorruptíveis.
*
A ganância é como a ferrugem que quanto mais vê ferro, mais
corrói, e ao mesmo tempo como uma trave nos olhos, que faz enxergar
o egoísmo nos outros, quando na verdade é ele o ganancioso,
querendo o que não lhe pertence.
Mesmo
não se tendo nada, pode-se pecar contra a virtude da pobreza, quando
a ganância de possuir torna-se um apetite insaciável. O
desprendimento, no entanto, deixa o coração tranqüilo e protegido
de muitas coisas, como dizia santa Clara: “Grandes
muros são os da pobreza.”
*
“Se
te contentas com o suficiente, verás de que pouco necessitas.”
(Sto. Agostinho)
*
Oração:
Mãe, ensina-me a buscar somente os bens eternos, para que na
generosidade do meu sim a Deus e aos irmãos eu seja livre, e mesmo
não tendo nada, nem bens, nem direitos e vontades, eu possua o Tudo.
Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
A Virgem Maria quando disse o 'sim' a Deus, deu a Ele o direito de toda
a sua vida. E Deus Pai deu a ela Jesus; que troca mais sublime!
Mas... nem Ele, ela reteve para si, ofertou-O ao Pai no momento da ‘Apresentação no Templo’, não somente como um ritual judaico, mas consciente do significado daquela entrega, que se consumou aos pés da Cruz naquele holocausto perfeito.
Mas... nem Ele, ela reteve para si, ofertou-O ao Pai no momento da ‘Apresentação no Templo’, não somente como um ritual judaico, mas consciente do significado daquela entrega, que se consumou aos pés da Cruz naquele holocausto perfeito.
*
Ser pobre, não é somente não ter muitos bens, ou ser deles
desapegados, mas é também sair de si mesmo, dar o que de mais
precioso tiver, dar de si, dar até a própria vida. A generosidade
de doar-se quebra o egoísmo e aniquila a avareza.
*
“A
pobreza é um bem que encerra todos os bens do mundo... Deus e mais alguma coisa, é menos do que Deus só!”
(Sta. Teresa de Jesus d’Ávila)
*
Oração:
“Quero
dizer meu sim, como tu, Maria, como tu, um dia, como tu, Maria; quero
amar Jesus... quero amar o irmão...”
Oração pessoal. Ave Maria.
5º dia) PACIÊNCIA
“Não desperteis, nem perturbeis o amor, antes que ele o queira.” (Cant 3, 5b)
– 1º
momento –
*
Toda a vida de Maria na terra foi uma mistura de alegria e dor, e por
isso ela é modelo de mansidão e espelho de paciência. Quantas
coisas ela não compreendia, mas guardava-as meditando-as em seu
coração, e assim aguardava o momento em que Deus lhe faria
compreendê-las (conf. Lc 2, 19).
*
O questionamento é bom quando passa pela balança da humildade. Quando se busca aprofundar naquilo que ainda não se compreende. Mas quando
é originado pela autossuficiência, rebeldia ou pela falta de confiança
em Deus, ou mesmo de se esperar o tempo de Deus, só alimenta a insatisfação e não
dá resultado. E é certo, o questionamento originado de uma boa
inspiração, jamais se sobrepõe à obediência.
*
“Sofre
as demoras de Deus, dedica-te a Ele e espera com paciência.”
(Eclo 2, 2-3).
*
Oração:
Ó Mãe, tudo compreendeste do Plano de Deus para ti, porque na
paciência soubestes esperar que Ele mesmo te revelasse; ensinai-me a
sempre aguardar o tempo de DEUS sem deixar de fazer a minha parte.
Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
Quando a Santíssima Virgem consentiu com o plano de Deus que lhe
anunciara São Gabriel, ela disse: “Faça-se
em Mim segundo a tua palavra”.
Essa ‘palavra’ era a mensagem que o Santo Anjo havia dito, mas significava também principalmente o plano de Deus, a Vontade de Deus, o
próprio Verbo.
* “Humilha teu coração e espera com paciência”, diz o Eclesiástico. A verdadeira felicidade só existe quando nossa vontade se igualou à Vontade de Deus, e isto se adquire na paciência, e esta por fim, fortalece a confiança. A impaciência, pode levar a fazermos nossa própria vontade, sem consultar a Deus, e assim nos cegar para a Verdade. Entretanto, a paciência não significa braços cruzados, mas... ir até onde se pode ir; o que está longe do nosso alcance, pertence a Deus.
* “Humilha teu coração e espera com paciência”, diz o Eclesiástico. A verdadeira felicidade só existe quando nossa vontade se igualou à Vontade de Deus, e isto se adquire na paciência, e esta por fim, fortalece a confiança. A impaciência, pode levar a fazermos nossa própria vontade, sem consultar a Deus, e assim nos cegar para a Verdade. Entretanto, a paciência não significa braços cruzados, mas... ir até onde se pode ir; o que está longe do nosso alcance, pertence a Deus.
*
“O
homem paciente vale mais do que o homem forte, e o que domina a sua
alma é mais estimado que o que toma cidades.”
(Prov 16, 32)
*
Oração:
Mãe, não permita que eu esmoreça, mas que confie pacientemente, e
não deixe de buscar com resoluta prontidão me adequar ao querer de
Deus. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
Também nas Bodas de Caná, a Virgem Maria nos ensina a esperar com
paciência para se alcançar a alegria do melhor vinho. Ela deixou um
precioso conselho: ‘Fazer a Vontade de Jesus’ (conf. Jo 2,5).
* Assim como o fogo molda o ferro, a paciência refina e modela a alma. E ligada à paciência está a força de vontade. Portanto, aquele que deseja vencer as tribulações e tentações, que se exercite em dominar-se a si mesmo a começar das coisas menores. Não adianta propôr mil boas e grandes resoluções de mudanças, se ao primeiro sinal de prova, não se esforça por dominar a própria vontade em pequenas coisas - claro sinal de que achará bem mais difícil dominar coisas maiores.
*
“A
paciência tudo alcança” (Sta.
Teresa de Jesus d’Ávila).
*
Oração:
Ó Mãe Santa, quanto sofrestes aguardando aquele bendito dia em que
possuirias eternamente Vosso Deus e Filho no Céu; intercedei por nós
para que os sofrimentos da terra não nos tirem a esperança da
vitória com Cristo. Oração
pessoal. Ave Maria.
6º dia) FIDELIDADE
“Encontrei
aquele que meu coração ama,
segurei-o e não o largarei.”
(Cant 3,4)
*
Maria não fraquejou em nenhum momento depois do seu ‘sim’. Desde
a fuga para o Egito até o holocausto aos pés da Cruz, ela foi fiel
ao sim que tinha dito a Deus. Ela creu na fidelidade dAquele que
prometeu (conf. Hb 10,23).
*
Para se alcançar a fidelidade é mister pedir ao Espírito Santo que
lhe fortaleça o Dom do Entendimento (ou Inteligência), para que bem
entenda as verdades da fé, pois a fidelidade exige uma fé
consolidada, diferente de um coração dúbio, que ao menor sinal de
tribulação não acredita mais nas promessas de Deus.
*
“Eu
morrerei num campo de batalha, com as armas nas mãos.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Ó Virgem fiel, também eu quero ser fiel em meio às provações.
Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
Se São José, era considerado um homem justo – ou seja, que dava a
Deus o que Lhe era devido, e aos homens o que lhes cabia – mais
ainda devemos crer que a sua Esposa Santíssima era plena desta
virtude!
*
A fidelidade exige justiça, e encontra-se naqueles que são justos a
“freqüente correção de seus pensamentos, e a retidão de sua
conduta em relação ao próximo” (Catecismo § 1807). Assim, o juízo
temerário (julgamento) não entra nas atitudes do justo. Ele também
não tem respeito humano, e denuncia o pecado sem receio, não
faltando - é claro - com a caridade. O homem que é fiel a Deus,
confia portanto em Sua fidelidade e sabe que Deus lhe fará justiça.
*
“...
jamais vi o justo abandonado, nem seus filhos a mendigar o pão”
(Sl 36,25).
*
Oração:
Mãe,
ergo a vós os meus olhos e peço: que a minha fidelidade ao Deus de
Amor, nunca passe por cima da justiça aos meus irmãos. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
* Quando Jesus fazia milagres, quando era aclamado por todos como Rei, Messias..., a Virgem Maria não estava perto; mas quando chegou o momento de Sua Paixão, muitos fugiram, outros mentiram, outros traíram, mas a Virgem Maria permaneceu de pé ao Seu lado.
*
Quem é fiel não trai, também não teme ser pego de surpresa, pois
não faz nada escondido, mas é sempre transparente. Não diz às
costas o que não diria em face. Assim, quem é fiel não mente, não
diz meias verdades; tem coragem de ficar junto ao amigo, mesmo que
este é mal visto por todos. A traição anda junto com a mentira e
com a covardia. A fidelidade é sinal de verdadeira amizade.
*
“Faz-nos
tão bem, quando sofremos, ter corações amigos, cujo eco responde à
nossa dor”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus).
*Oração:
Maria, Virgem fidelíssima, quero andar sempre junto convosco para de
vós aprender a fidelidade. Oração
pessoal. Ave Maria.
7º
dia) PRUDÊNCIA
“Quanta razão há de te amar.” (Cant 1,4e)
– 1º
momento –
*
Nossa Senhora, mesmo tendo sido preservada do pecado original e de
cair em qualquer outro pecado, sempre fugia das ocasiões de ofensa a
Deus. Ela não se desviava das sendas verdadeiras que a Deus conduzem
e que a faziam cada vez mais crescer na perfeição e acumular
merecimentos para a glória d'Ele.
*
Para nós que somos pecadores, o fugir do pecado é uma questão de
vida, é ser prudente. A prudência em relação à fuga do pecado
está diretamente relacionada à temperança. A temperança supõe-se
um equilíbrio, o domínio da vontade sobre as próprias paixões. Se
se sabe pela experiência própria, ou pelo conselho de outrem que,
aquela situação, aquela pessoa, aquela leitura, aquela atitude que
se tem... leva ao pecado, ou o facilita, seja em si mesmo ou em outra
pessoa, o mais sensato a fazer é afastar-se dela: “foge
do pecado como se foge da serpente.”
(Eclo 21, 2).
*
“A aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do
espírito é a vida e a paz... Os que vivem segundo a carne não
podem agradar a Deus.”
(São Paulo)
*
Oração:
Ó Mãe, se eu conservar sempre a lembrança da vossa presença, vos
consultarei sempre em minhas atitudes, para agir com prudência.
Vinde em meu auxílio. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
A vida de Maria era uma oração, mesmo nas atividades mais
corriqueiras do dia-a-dia. Sua prudência a fazia não desviar os
olhos de Deus, pois sabia que era d'Ele que lhe vinha toda a Força e
Graça.
*
Se na hora da tentação ou tribulação se estiver com a vontade
fraca, é muito mais fácil cair. Não é nesta hora que se luta para
ser forte, pois já é preciso estar forte – pela vigilância na
oração. Assim o inimigo de tua alma não te pegará desprevenido.
*
“Sede portanto prudente, e vigiai na oração.”
(São Pedro)
*
Oração:
Mãe, quero também fazer da minha vida uma oração; fica comigo.
Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
É prudente escutar a Deus, pois é d'Ele que nos vem a sabedoria... e
Maria era essa virgem silenciosa, que estava sempre à escuta de
Deus, para d'Ele aprender. “E
agora, meus filhos, escutai-me: felizes aqueles que guardam os meus
caminhos. Ouvi minha instrução para serdes sábios... feliz o homem
que me ouve.”
(Prov 8, 32-34).
*
“Antes
de falar, aprende”,
diz o Eclesiástico (18, 19b). O silêncio para a escuta de Deus não
significa timidez ou dissimulação, falsidade. Há o tempo de falar
e o tempo de calar. (Ecle 3,7), ou seja, é prudente calar para
aprender, mas imprudente e insensato calar quando se deve exortar ou
pedir ajuda.
*
“Se
alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo, faça-se
louco para tornar-se sábio.”
(São Paulo)
*
Oração:
Minha
boa Mãe, alcança-me a prudência de buscar a Sabedoria de Deus à
sabedoria do mundo. Oração
pessoal. Ave Maria.
8º
dia) CARIDADE
“As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir.” (Cant 8, 7)
*
No coração da Virgem Maria havia um lume que a abrasava no amor de
Deus. Ela exclamava: “Minha
alma glorifica... meu espírito exulta de alegria...”
Ela não fazia nada mais do que retribuir a Deus aquele Amor de que
Ele mesmo a cumulou.
*
Caridade significa amor perfeito, primeiro para com Deus, que o
merece de nós, pois Ele é a Fonte de onde emana todo o amor:
“Amamos
a Deus, por que Ele nos amou primeiro”
(I Jo 4, 19). Quando nossa alma vive nesta busca incessante de amar a
Deus, ela cresce na confiança e na esperança, porque experimenta
toda a liberalidade de Deus, que dá a nós na medida em que queremos
dEle receber. Assim, quem tem a caridade, ou seja, o amor perfeito,
também não teme, pois confia no Deus que o ama.
*
“Amor
com amor se paga.”
(São João da Cruz)
*
Oração:
Ó Virgem, rainha do Amor, dai-me uma centelha deste fogo de amor que
abrasava o vosso coração, para eu amar a Deus acima de tudo. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
Em segundo lugar, Caridade, se refere ao amor ao próximo. Logo
depois da Anunciação, a Virgem Santíssima foi às pressas às
montanhas para servir. Quanto cansaço e mesmo sofrimentos não deve
ter custado a ela este ato de caridade. Ela não se prevaleceu de sua
condição de Mãe de Deus (conf. Fl 2,6), mas até rebaixou-se para
viver a verdadeira caridade.
*
Jesus afirmou que o servo realmente não era maior do que o seu
Senhor, mas Ele mesmo lavou os pés dos discípulos, e disse:
“Dei-vos
o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais também vós”
(Jo 13, 15). Não é preciso dizer mais nada do que repetir as mesmas
palavras de São Paulo: “A
caridade é paciente, bondosa, não tem inveja, não é orgulhosa...
não busca os próprios interesses, não se irrita, não guarda
rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a
verdade. Tudo desculpa... tudo suporta”.
Se compreenderdes tudo isso, sereis verdadeiramente felizes, mas sob
a condição de a praticardes com os seus irmãos (conf. Jo 13, 17).
*
“Ah!
Compreendo, agora, que a caridade perfeita consiste em suportar os
defeitos dos outros, e em não se admirar de suas fraquezas.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Mãe,
fazei que eu eleve meus olhos ao Céu, para ver a todos com os olhos
de Cristo, além das aparências humanas. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
O ‘sim’ de Maria, é uma prova concreta de que ela bem sabia o
que era melhor. Ela não se detinha ao que era terreno e passageiro,
mas olhava além e buscava o eterno. Sua vida, já foi desde esta
terra, pela fidelidade, esperança e pela caridade que possuía em
tudo o que fazia, uma posse do Céu.
*
Devemos aspirar aos Dons superiores. São Paulo diz que a caridade é
a única que durará eternamente, portanto depois desta vida, tudo
acabará, e não poderemos levar nada, só o amor que colocamos em
nossas ações e que ficou no nosso coração. A caridade também
abrange tudo; quem a possui não carece de nada e consegue fazer tudo
com perfeição, porque possui o próprio Deus.
*
“Compreendi
que o Amor abrangia todas as vocações, alcançando todos os tempos
e todos os lugares, numa palavra, é eterno.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Mãe do eterno Amor, lembrai-me que “no
ocaso da vida, serei julgada pelo amor”,
para que eu lute por buscá-lo desde agora, e não tenha do que me
envergonhar quando contemplar a Face de Deus. Oração
pessoal. Ave Maria.
9º dia) COMPAIXÃO
“Põe-me como um selo sob o teu coração.” (Cant 8, 6)
*
Quando nossa Senhora e São José chegaram ao Templo para fazer a
Apresentação do Menino Jesus, foram recebidos por Simeão, que
disse à Maria palavras proféticas bem dolorosas: “E
uma espada transpassará a tua alma”.
É bem verdade que muitos santos obtiveram da própria Virgem Maria a
revelação de que tudo o que Jesus sofreu no corpo e na alma, ela
também sentiu em seu coração e em sua alma.
*
Compaixão não significa simplesmente ter dó, mas ‘com - paixão’
– padecer junto com o outro em seu sofrimento, fazendo da dor do
outro a própria dor. Se é belo e agradável alegrar-se com os que
se alegram, é nobre chorar com os que choram. Mas o compadecer
implica em uma coisa: na Fortaleza, que é amiga inseparável da
Compaixão, pois realmente é preciso ser forte em Deus para padecer
não só a própria dor, mas a do outro também. Os verdadeiros
amigos se descobrem no dia da dor, diz o Eclesiástico: “O
amigo não se conhece durante a prosperidade... mas é na desgraça
que o reconhece”
(conf. Eclo 12,8.9).
*
“Sim,
o sofrimento estendeu-me os braços, e lancei-me neles com amor...
Compreendi
que meu amor não se devia traduzir somente por palavras... Não é
bastante amar, é preciso prová-lo...” (Sta.
Teresinha do Menino Jesus).
*
Oração:
Oh!
Virgem das dores, dá-me a Graça de estar contigo aos pés da Cruz,
e lá aprender a amar. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
“Olhai
e vede, vós todos que passais pelo caminho, se existe dor semelhante
à dor que me atormenta”
(conf. Lm 1,12). Esta é a imagem mais fiel da Virgem Maria ao
acompanhar Jesus no caminho da Cruz. Ela fez da dor d'Ele a dor dela.
É por isso que nossa Senhora é chamada de co-redentora, pois sua
participação na paixão de Cristo foi tão grande, que se diria
unida a Ele.
*
São Paulo dizia: “O
que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne...”
(Cl 1,24). Ele dizia isto não porque a paixão de Jesus fosse
insuficiente para nos salvar, mas para viver mais ativamente como
parte do Corpo místico – do qual Cristo é a Cabeça e nós os
membros. Não convém sermos servos e membros que buscam conforto, enquanto nosso Mestre Se fez um Servo crucificado.
Por isso, uma mortificação, uma abstinência, um sacrifício, feito por amor de Deus na intenção de alguém, sendo unido aos méritos de Jesus, são realmente eficazes. Mas... como dizia santa Teresa de Jesus d’Ávila: “Irmãs, aprendei a sofrer alguma coisa por amor do Senhor, sem que toda gente o saiba”, pois o sacrifício indiscreto, que anda junto com a vaidade e a vanglória e foge à humildade da santa obediência, agrada mais ao demônio do que a Deus e não tem valor nenhum.
Por isso, uma mortificação, uma abstinência, um sacrifício, feito por amor de Deus na intenção de alguém, sendo unido aos méritos de Jesus, são realmente eficazes. Mas... como dizia santa Teresa de Jesus d’Ávila: “Irmãs, aprendei a sofrer alguma coisa por amor do Senhor, sem que toda gente o saiba”, pois o sacrifício indiscreto, que anda junto com a vaidade e a vanglória e foge à humildade da santa obediência, agrada mais ao demônio do que a Deus e não tem valor nenhum.
*
“Desejar
que se saiba que sofremos é agir muito vulgarmente.”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus)
*
Oração:
Mãe do silêncio, aos pés da cruz, só Deus conheceu o martírio do
vosso coração dilacerado. Não permita que eu murmure em meio aos
sofrimentos, nem busque consolos humanos, mas tenha o coração junto
com o vosso e o de Jesus. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
Junto com Maria na Via-Sacra, seguiam outras mulheres, que batiam no
peito e lamentavam; mas a elas Jesus disse: “Não
choreis sobre Mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos
filhos”
(Lc 23, 27 – 31). Maria foi digna de sofrer com Cristo; Ele aceitou
todas as lágrimas dela, porque eram lágrimas verdadeiras, brotadas
de um coração que não compactuava com o pecado.
*
Se não nos convertermos e não chorarmos primeiro os nossos pecados
– que são verdadeiramente a causa de todo o sofrimento de Jesus –
não tem nenhum sentido; e nos assemelharemos a essas ‘carpideiras’
de Jerusalém. A oração, o sacrifício e as lágrimas de uma alma
hipócrita não podem agradar a Deus; mas se uma alma, por mais
pecados que tenha, derramar um só suspiro, uma só lágrima de
verdadeira contrição por seus pecados e pela paixão de Cristo,
valerá mais que todos as penitências corporais que poderia fazer:
“Ainda
que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade de
nada valeria”
(I Co 13, 3). Pois “a verdadeira cruz é a que não escolhemos, as outras, as nossas, são
sob medida, e muito perigosas”.
*
“Não
se tem mais garantia de estar agradando a Deus, do que aceitando de
boa vontade as cruzes mandadas por Ele”
(Sto. Afonso Maria de Ligório).
*
Oração:
Mãe celeste, quero receber de vós o tesouro que Jesus quer me dar:
a cruz da minha salvação. Oração
pessoal. Ave Maria.
10º dia) PIEDADE
“Eu dormia, mas meu coração velava” (Cant 5, 2).
*
No ‘Magnificat’, vemos a explosão de júbilo de Maria
agradecendo a Deus. Suas palavras lembram o Salmo 83, 2-3: “Como
são amáveis as Vossas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma
desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor. Meu
coração e minha carne exultam pelo Deus vivo...”.
*
Aquelas que amam a Deus com piedade filial, experimentam uma alegria
muito grande com Sua presença eucarística e com todas as Suas
obras, não porque vivem em consolações espirituais, mas porque
verdadeiramente colocam toda a sua alegria em Deus, sua oração é
como que um suspiro de amor, “quando
atravessam pelo vale da aridez, o transformam numa fonte borbulhante”
(Sal 83, 7). Amam a Deus tanto nas alegrias, quanto nas dificuldades,
pois sabem que Ele os ama, e confiam em Seu amor que é justo, e em
Sua providência, que às vezes prova pela paciência e pela dor.
*
“Para
mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o
Céu, um grito de gratidão e amor; no meio da provação, como no
meio da alegria”
(Sta Teresinha do Menino Jesus).
*
Oração:
Mãe, dulcifica o meu coração, para que eu também encontre minha
alegria em estar com Deus, mesmo em meio aos sofrimentos. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 2º
momento –
*
Maria não somente amava a Deus porque sentia-se bem amando-O, mas
porque sabia que Ele era digno do amor dela. Ela reconhecia tudo o
que Ele é por Si mesmo, e queria dar na sua pequenez o amor em
reconhecimento à Sua grandeza: “...
Deus, meu salvador... Sua pobre serva... Aquele que é poderoso, cujo
Nome é Santo... o poder de Seu braço... Sua Misericórdia”.
*
O amor que Deus merece de nós deve ser acima de tudo um ato de
reconhecimento:
“Vós sois digno, Senhor nosso Deus, de receber honra, glória e
majestade, porque todas as coisas criastes, e é por Vossa vontade
que existem, e subsistem porque Vós mandais”
(Apoc 4, 11). A piedade implica em postura e zelo, ou seja, se se
reconhece a dignidade de alguém, espontaneamente se busca uma
dedicação maior por tudo aquilo que lhe refere, e busca fazer tudo
com afeição e diligência, com cuidado e interesse. Piedade é
devoção, delicadeza, o que é bem diferente de pieguismo e afetação. O
piedoso não tem respeito humano, nem vergonha de praticar sua fé,
seja aonde for.
*
“O
homem, pequena parcela da Vossa criação quer louvar-Vos... e Vós o
incitais a isto... criaste-nos para Vós, e inquieto está o nosso
coração enquanto não repousa em Vós”
(Sto. Agostinho).
*
Oração:
Leva-me,
ó Mãe, ‘para as águas mais profundas’ do conhecimento, do amor
e do serviço a Deus. Oração
pessoal. Ave Maria.
– 3º
momento –
*
Assim como a esposa do Cântico dos Cânticos não encontrou descanso
enquanto não encontrou o amado, do mesmo modo foi a vida da Virgem
Maria depois da morte de Jesus, até o dia de sua Assunção ao Céu;
do seu coração subia ao Céu um suspiro de saudade, uma mistura de
amor e de dor. Maria buscava no silêncio e na solidão a presença
de Deus, e pode-se aplicar a ela o versículo do salmo de Davi:
“...quando,
no leito, me vem a Vossa lembrança, passo a noite toda pensando em
Vós.”
(Sal 62, 7)
*
O
amor de Deus dá uma paz inquieta à alma. Para nossa alma, a terra é
um vale de lágrimas, para o nosso corpo, um lugar de deleites; por
isso é uma luta contínua, pois o corpo quer gozar, mas a alma quer
desprender-se do laço que a prende e possuir a Deus eternamente, e
ser dEle possuída. Entretanto, sabe que aqui é o lugar de
purificar-se de tudo o que o impede de unir-se perfeitamente ao
Amado. Mas Deus não nos criou para que vivêssemos aqui de
lamentações, mas para que na dor da saudade, fortalecêssemos na
esperança, e que na alegria da espera, nos firmássemos no amor.
*
“Eu
vejo o que acreditei. Possuo o que esperei. Estou unida Àquele que
amei com toda a minha capacidade de amar... Todas as minhas
esperanças se realizaram”
(Sta. Teresinha do Menino Jesus).
*
Oração: Mãe
celestial, eleva meu pensamento ao céu, mas não me deixe vaguear
muito, não me deixe esquecer que aqui é o lugar de merecer. Oração
pessoal. Ave Maria.
Por R. Maria - 13 maio 2005
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