Como a Santa Igreja coloca a Festa de São José, esposo da Virgem Maria, no Tempo da Quaresma, vamos meditar um pouco sobre o seguinte ponto: que a vida de José está relacionada com a Encarnação e infância de Jesus é óbvio, mas, e em relação à Redenção?
Será que existe uma ligação entre a vida dele e o Mistério da Redenção?
O que pensar, sendo que, segundo a Tradição da Igreja, José morreu antes da vida pública e da crucificação de Jesus!?
Será que existe uma ligação entre a vida dele e o Mistério da Redenção?
O que pensar, sendo que, segundo a Tradição da Igreja, José morreu antes da vida pública e da crucificação de Jesus!?
De fato, as Escrituras silenciam sobre ele, e não temos uma única palavra registrada nos Evangelhos desse carpinteiro declarado «justo». Mas algo nós temos: a sua atitude de fé e obediência à Deus, em Seus Anjos, diante de cada situação que o provou, e que testemunham que este silencioso homem foi um grande santo, tão grande quanto à missão que recebeu.
O papa São João Paulo II escreveu uma Exortação Apostólica chamada de «Redemptoris Custos», que significa «Guardião do Redentor», onde ele afirma que "a Encarnação e a Redenção constituem uma unidade orgânica e indissolúvel,... intimamente relacionadas entre si" (RC II,6). Isso significa que ainda que pareça indireta a participação de José no Mistério da Redenção, ele também foi incluído neste drama, e mesmo não estando aos pés da Cruz, como Maria, cada sofrimento de sua vida convergiu para esse momento.
Dos poucos trechos evangélicos que o citam, foram retiradas as chamadas «7 Dores e Alegrias de São José». Por exemplo, as passagens de Lucas 1,26-38 e Mateus 1,18-25, revelam aspectos sobre os esponsais de José com Maria, e a concepção milagrosa dela, por obra do Espírito Santo.
Da pergunta de Maria: "Como se fará isso, pois não conheço homem?", pode-se intuir que havia entre eles um voto de virgindade, afinal, eles já eram noivos - e segundo o costume hebraico, o noivado já era considerado um matrimônio, com todos os direitos e deveres legais, só não havendo ainda a coabitação – e a dedução mais natural que Ela poderia ter, é que esta concepção seria fruto da união conjugal no Matrimônio; mas pela sua pergunta ao Anjo, nota-se que essa possibilidade estava descartada.
É aí que entra José, pois Ela não poderia decidir isso sozinha; foi uma decisão tomada em comum acordo. E sendo isso algo incomum naquela época, conclui-se que já era inspirado pelo Espírito Santo para um propósito mais sublime.
Da pergunta de Maria: "Como se fará isso, pois não conheço homem?", pode-se intuir que havia entre eles um voto de virgindade, afinal, eles já eram noivos - e segundo o costume hebraico, o noivado já era considerado um matrimônio, com todos os direitos e deveres legais, só não havendo ainda a coabitação – e a dedução mais natural que Ela poderia ter, é que esta concepção seria fruto da união conjugal no Matrimônio; mas pela sua pergunta ao Anjo, nota-se que essa possibilidade estava descartada.
É aí que entra José, pois Ela não poderia decidir isso sozinha; foi uma decisão tomada em comum acordo. E sendo isso algo incomum naquela época, conclui-se que já era inspirado pelo Espírito Santo para um propósito mais sublime.
Isso explica o grande sofrimento que a revelação da gravidez de Maria ocasionou em José. É claro que em nenhum momento, ele duvidou da integridade e santidade de sua noiva-esposa. Segundo Orígenes (séc. III) a "sua intenção de deixá-la (secretamente) se explica pelo fato de ter reconhecido nela a força de um milagre, um mistério grandioso" do qual não se achava digno de participar.
Como bom judeu, José provavelmente conhecia as profecias a respeito do nascimento do Messias por meio de uma Virgem, e isso se revela claramente pelo fato de que ele não quis «expô-la publicamente», mas pensava em «rejeitá-la secretamente», para "não ser obstáculo ao plano de Deus que nela estava a realizar-se" (RC III,20). Agindo assim, ele assumia para si a culpa, de modo que se alguém julgasse a situação, culparia ele, que a repudiou e abandonou; e assim, Ela estaria protegida contra o apedrejamento segundo a Lei.
Outro fato importante a esclarecer é que muitos figuram erradamente a São José como um homem bem mais velho que Maria. O Venerável Fulton Sheen referia-se ao santo como "um homem jovem, forte, viril, casto e disciplinado".
Muitos querem colocá-lo como idoso, para justificar sua castidade ao lado de Maria. E ele não só era jovem o suficiente para suportar as longas jornadas que a Sagrada Família teve que percorrer no deserto, como também era forte para trabalhar para sustentá-los. E eles viveram um casamento virginal, não por coação das circunstâncias, mas porque de antemão já haviam escolhido servir a Deus dessa maneira. E seu propósito foi não somente abençoado por Deus, mas foi consagrado por Ele, de modo que José tornou-se o único digno de ser o Guardião do Redentor e de Sua Mãe Puríssima.
Muitos querem colocá-lo como idoso, para justificar sua castidade ao lado de Maria. E ele não só era jovem o suficiente para suportar as longas jornadas que a Sagrada Família teve que percorrer no deserto, como também era forte para trabalhar para sustentá-los. E eles viveram um casamento virginal, não por coação das circunstâncias, mas porque de antemão já haviam escolhido servir a Deus dessa maneira. E seu propósito foi não somente abençoado por Deus, mas foi consagrado por Ele, de modo que José tornou-se o único digno de ser o Guardião do Redentor e de Sua Mãe Puríssima.
Outro momento marcante na vida de São José foi quando, por ocasião da Circuncisão do Menino, ele escuta a profecia de Simeão dirigida à Maria: "uma espada traspassará a tua alma". Vendo-se excluído desta terrível previsão, José podia entrever que não estaria presente em tal ocasião para apoiar sua esposa. Mais uma dor para seu coração. Mais uma cruz para oferecer em silêncio.
O que dizer então de como deve ter ficado o coração de José diante da resposta do Menino, após três dias de angustiante procura: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de Meu Pai?!" (Lc 2,49). O evangelista afirma que «eles não compreenderam», mas, longe de se sentir rejeitado, José, assim como Maria "guardava esses fatos, meditando-os no seu coração". Esses episódios, e os outros: a busca frustrante de pousada, o nascimento na pobreza e frio da Gruta em Belém, a fuga para o Egito, a fuga de Arquelau, a vida pobre e desprezada em Nazaré, revelam que "a caminhada da fé de José seguiu a mesma direção, permaneceu totalmente determinada pelo mesmo Mistério, de que ele, juntamente com Maria, se tinha tornado o primeiro depositário" (RC, II,6).
Meditar na vida de José, durante a Quaresma, não nos leva a desviar do foco da Cruz. Ele "foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício de sua paternidade: desse modo, precisamente, ele coopera no grande Mistério da Redenção" (RC, II,8). E assim como a Santa Igreja afirma que os santos Inocentes, mesmo não sabendo falar, foram testemunhas de Cristo, ao derramarem o seu sangue por Ele, muito mais podemos dizer que José, cumpriu o mandato de Jesus: “aquele que quiser Me seguir, tome cada dia a sua cruz e Me siga”. Ele não só a carregou todos os dias - e muito melhor do que fez o Cireneu na via-sacra -, mas carregou em seus próprios braços, e com muito amor, o próprio Redentor da humanidade.
Que nesta Quaresma, ao cumprirmos nossos deveres cristãos: Santa Missa, Adoração ao Santíssimo, Rosário, Lectio Divina, Confissão, Jejum, Penitência, etc., possamos tê-lo como exemplo e companheiro de oração, juntamente com Maria e os Santos Anjos. Amém.
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