10 de junho de 2018

As 3 tentações e os 3 inimigos da alma; e as Armas para vencê-los!

As 3 tentações ou os 3 inimigos da alma, e como Vencê-los.
As 3 Tentações
O Prazer
O Ter (possuir)
O Poder (suplantar os outros)
I Jo 2,16
Concupiscência da carne
Concupiscência dos olhos
Soberba da vida
Os 3 inimigos a vencer
A carne
O demônio
O mundo
Mt 4, 1-11
Lc 4, 1-13
"Disse-Lhe o demônio: Se és Filho de Deus, ordene que esta pedra se torne pão..."

"Jesus respondeu: 'Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra da boca de Deus'."
O demônio disse: "Dar-te-ei todo este poder e a glória desses reinos, porque me foram dados, e dou-os a quem quero. Portanto, se te prostrares diante de mim, tudo será teu."

"Jesus disse: Está escrito: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e a ele só servirás'."
O demônio disse: "Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Ordenou aos Seus Anjos a teu respeito que te guardassem. E que te sustivessem em suas mãos, para não ferires o teu pé nalguma pedra".

"Jesus disse: Está escrito: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'."
Mt 13, 1-23
Mc 4, 1-25
Lc 8, 4-15
"Parte da semente caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra não era profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, e por falta de raízes e umidade, secou."
"Uma parte da semente caiu à beira do caminho, foi pisada e as aves do céu a comeram."
"Outras caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram juntamente, sufocaram-na e o grão não deu fruto."
Reflexão
A semente que caiu em solo pedregoso, que começou a nascer, e secou por falta de umidade, representa a tentação pela carne, quando deixamos que as paixões roubem a umidade da Graça de Deus em nós, nos tornando estéreis.
Jesus nos ensina o valor da Palavra de Deus, que alimenta o nosso espírito, fortalecendo-o na luta contra as paixões da carne.
A semente que cai à beira do caminho e é comida pelos pássaros, representa toda a Graça de Deus que deixamos o demônio roubar de nós, quando não valorizamos o que é essencial e nos entregamos a toda espécie de vaidade, e não deixamos que estas sementes da Graça de Deus germinem em nós.
Jesus nos ensina o real valor de tudo: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
A semente que cai entre os espinhos e é sufocada, representa as tentações do mundo. Resta a nós afastar estes espinhos das Sementes da Graça que ganhamos de Deus, para que estas tentações do mundo não nos enganem, ludibriando-nos.
Jesus nos revela como é sério tudo o que é relacionado à vida da Graça. Não devemos colocar Deus à prova, colocando em risco a salvação de nossa alma, por escolhas erradas.
Arma Espiritual a praticar
Mortificar os Sentidos
Mortificar a Curiosidade
Mortificar a Vontade
Lutar contra
Gula, preguiça, imodéstia
Egoísmo, ganância, inveja
Orgulho, julgamento, vaidade
Prática Ascética a exercitar *
Jejum e Abstinência
Esmola e Caridade
Oração e Silêncio
Dom Teologal a buscar
Esperança
Caridade
Preceito Evangélico a viver
Castidade
Pobreza
Obediência


* É salutar que ao Jejum e à Abstinência estejam ligadas a Mortificação, a Penitência e a Confissão dos pecados. Que à Esmola esteja ligada toda a prática da Caridade, mormente as Obras de Misericórdia. E que a Oração englobe a leitura e meditação da Palavra de Deus, assim como outras leituras espirituais, também a oração do Santo Rosário e outras; mas principalmente a Adoração Eucarística, e a Santa Missa com o recebimento da Eucaristia.

Muito salutar ver este vídeo do Padre Paulo Ricardo sobre este assunto.

6 de junho de 2018

Como se livrar dos maus pensamentos?

PERGUNTA enviada via e-mail: Como se livrar dos maus pensamentos?

No livro da "Imitação de CRISTO", tem uma oração contra os maus pensamentos:
Senhor, meu Deus, não Vos aparteis de mim, meu Deus dignai-Vos socorrer-me (Sl 70,13). Pois me invadem vários pensamentos, e grandes temores afligem minha alma. Como escaparei ileso, como poderei vencê-los? Diante de ti - são palavras Vossas - irei Eu e humilharei os soberbos da terra (Is 14,1); abrir-te-ei as portas do cárcere e te revelarei mistérios recônditos. Fazei Senhor, conforme dizeis, e Vossa presença dissipe todos os maus pensamentos. Esta é a minha única esperança e consolação: a Vós recorrer em toda tribulação, em Vós confiar, invocar-Vos de todo o coração e com paciência aguardar a Vossa consolação. Amém!

São Tiago no diz em sua carta: " Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam. Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte." (Tg 1,12-15)

Geralmente as pessoas fazem uma relação entre maus pensamentos ou tentações aos pecados relacionados à sexualidade, mas não é sempre assim; existem vários tipos de tentação. A tentação é tudo aquilo que, de alguma forma, nos tira da Presença ou da Graça de DEUS, afinal, "nossos pecados são fruto do consentimento da tentação" (Catecismo, 2846). Assim, as tentações pode estar relacionadas a outras coisas, como: julgar os outros, preocupar-se demasiado com algo que não sabe se vai acontecer, desvaneios, vaidades, etc. 

As tentações que sofremos vem a nós de basicamente de três maneiras:
- pelas paixões da carne (o prazer);
- pela concupiscência dos olhos (o ter);
- e pela soberba da vida (o poder).

Assim como são três os inimigos da alma: a carne, o demônio e o mundo.

Além de vermos nítidamente estas três tentações, vencidas por JESUS no deserto (cf. Mt 4, 1-11; Lc 4, 1-13), vemos ainda nos três Evangelhos Sinóticos, uma passagem em que JESUS nos conta a Parábola do Semeador, onde também é possível perceber estas tentações. Vejamos a relação entre estes pontos:

- A semente que cai à beira do caminho e é comida pelos pássaros, representa toda a Graça de DEUS que deixamos o demônio roubar de nós, quando não valorizamos o que é essencial e nos entregamos a toda espécie de vaidade, não deixamos que estas sementes da Graça germinem em nós. JESUS nos ensina o real valor de tudo: Amar a DEUS sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos.

- A semente que caiu em solo pedregoso, que começou a nascer, secou por falta de umidade, representa a tentação da carne, quando deixamos que as paixões roubem a umidade da Graça de DEUS em nós, nos tornando estéreis. JESUS nos ensina o valor da Palavra de DEUS, que alimenta o nosso espírito, fortalecendo-o na luta contra as paixões da carne.

- E por fim, a semente que cai entre os espinhos e é sufocada, representa as tentações do mundo que nos sufocam. Resta a nós afastar estes espinhos das Sementes da Graça que ganhamos de DEUS, para que estas tentações do mundo não nos enganem, ludibriando-nos. JESUS nos revela como é sério tudo o que é relacionado à vida da Graça. Não devemos  colocar DEUS à prova, colocando em risco a salvação de nossa alma, por escolhas erradas.

Como vimos na passagem de São Tiago, DEUS não tenta ninguém, mas Ele pode permitir uma dessas tentações para a nossa conversão e santificação. Assim, a tentação que vem à nós por instigação do maligno, por influência das pessoas e do mundo ou até vindas das nossas próprias paixões desreguladas, podem nos santificar, se a soubermos utilizar como pedras angulares e não pedras de tropeço. E saberemos utilizá-las assim com a humildade, a paciência e a perseverança na busca da nossa conversão.

O Catecismo também afirma: "Não cair em tentação, envolve uma decisão do coração. Onde está o teu tesouro aí estará o teu coração... Ninguém pode servir a dois senhores" (Catecismo, 2848).

O combate aos maus pesnamentos está relacionado ao tipo de mau pensamento ou tentação que a pessoa tem, ou seja, se é um pensamento de vã glória, a pessoa precisa tomar consciência de que isto é uma vaidade, uma ilusão, porque nós não somos nada por nós mesmos, e tudo o que temos de bom vem de DEUS, assim não há motivo para se gloriar de nada. (cf. Ef 2,8-10). Se é um pensamento depressivo, deve-se fazer Atos de Confiança em DEUS.

A luta contra os maus pensamentos ou tentações devem ser na maioria das vezes, não de uma luta direta, mas ao contrário, uma fuga. Devemos fugir. Sim, porque não somos fortes o suficientes para lutar. Eva caiu porque deu ouvidos à tentação da serpente maligna, e assim foi enganada. O inimigo é astuto e tem "muita paciência", ele não se preocupa de esperar muito tempo até que caiamos na armadilha dele.

Não se deve lutar, por exemplo, contra um pensamento impuro senão fugindo dele, pensando em outra coisa, e simplesmente ignorando aquelela tentação, pois se deixamos ela se aproximar de nós, corremos um enorme risco de cair nela. "Resiste no começo, pois que tarde chega o remédio, quando o mal já lançou raízes. Com efeito, se oferece à alma um simples pensamento, mais tarde uma persistente imaginação, depois o deleite, seguindo-se-lhe os afetos desordenados e, por fim, o consentimento. E quanto mais negligente for alguém na resistência, tanto mais fraco se tornará cada dia, e mais forte o seu adversário." (Imitação de Cristo, Livro I, Cap. XIII, n. 5). São Tiago também escreveu semelhante: "A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tg 1,15). Assim, neste tipo de tentação, em primeiro lugar, o inimigo quer nos tirar a paz, nos desestabilizar, quer ir nos seduzindo aos poucos, até que não tenhamos mais força para sair dele. São Francisco de Assis dizia: "Se algo rouba a paz no meu coração, é porque ocupou o lugar de Deus". E à medida em que vamos permitindo que uma tentação vá tomando terreno em nós, vamos nos enfraquecendo e passamos a ter cada vez mais culpa.

JESUS nos ensinou a pedir ao PAI: "... não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal", assim, devemos pedir a DEUS o auxílio, suplicar o ESPÍRITO SANTO que nos dê Fortaleza e Temperança, como nos diz o Catecismo nos números 1808-1809. JESUS disse também: "Vigiai e orai para não cairdes em tentação."  Sabemos que a oração é muito importante para tudo nesta vida, principalmente para a vida espiritual, mas, vejamos, antes da palavra "orai", JESUS disse: "vigiai"; portanto, não podemos esperar chegar a hora que nos atentam os maus pensamentos e as provações para começar a orar, pois neste momento já devemos estar fortalecidos, previamente, pela oração. O Catecismo afirma que "tal combate e tal vitória não são possíveis senão na oração" (Cat 2848). Assim, a vigilância pela oração é a arma mais eficaz, porque através dela estamos unidos a JESUS, e assim devemos ser, como o Ramo o é na Oliveira (cf. Jo 15, 1ss), pois JESUS disse: "Sem Mim, nada podeis fazer!" (Jo 15,5).

E devemos ter confiança em DEUS acima de tudo, pois de todo o mal Ele pode tirar um bem, se Lhe formos fieis, ou ao menos, se lutarmos verdadeiramente para sê-lo.

São Paulo nos diz: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação Ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela". (I Cor 10,13). E São Tiago completa: "Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que O amam" (Tg 1,12). 

No livro de Tobias também lemos algo semelhante: "Mas porque eras agradável ao Senhor, foi preciso que a tentação te provasse" (Tb 12,13). São Paulo ainda fala: "... nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana" (Rm 5,3-5).

Santa Teresa de Jesus de Ávila dizia que "a imaginação é a louca da casa", é por isso que os antigos já diziam: "Mente ociosa, oficina do diabo". Assim é necessário ocupar a mente com coisas boas e edificantes. E neste caso a  Oração, a meditação da Palavra de DEUS são as principais, mas a contemplação dos Mistérios do Santo Rosário, outras leituras espirituais ou piedosas, como a vidas de Santos também são de muita ajuda. Creio que aqui está a chave de tudo, pois a oração nos une a DEUS, e se estamos com Ele, Ele não nos vai deixar cair. Sem contar, é claro, também o Sacramento da Penitência e da Eucaristia, também a Adoração Eucarística. Todas estas práticas são vitais para a nossa alma e nos ajudam a vencer os maus pensamentos.

E para viver estas coisas, para ser fieis nestas coisas, é necessário criar bons hábitos (pode-se até fazer uma "Ordem do dia", ou seja, um horário a se seguir, adaptando-o às diversas tarefas, ocupações e possíveis variações do nosso dia, claro!), afinal, não adianta saber destas coisas se não as colocamos em prática. Para isso é necessário a Disciplina e a Força de Vontade, para que possamos ser fiéis aos pequenos propósitos que fizemos. São Padre Pio dizia: "O demônio só tem uma porta para entrar na nossa alma: a vontade. Não existe nenhuma outra porta secreta".

Mas, aí já vem outra pergunta: como conseguir ter Força de Vontade? Fortalecendo-a! E como podemos fazer isto? Renunciando a pequenas coisas lícitas, ou seja, a coisas que são boas em si, por exemplo: fazendo uma mortificação, um sacrifício, um jejum, ou deixando de comer algo que gostamos, para comer o que não gostamos; de rezar mais tempo de joelhos, de mortificar as vistas não olhando para coisas interessantes, mortificando a curiosidade; exercitando-se na prática da caridade e das Obras de Misericórdia, etc. Assim, aos pouquinhos, renunciando a estas coisas permitidas, vamos criando forças para também renunciarmos àquelas que não nos convém, e assim, fortalecemos nossa vontade para também resistir àquelas que são pecado... e por aí vai. "A vida do homem sobre a terra é uma luta" (Jó 7,1).

Ps.: Ah! O uso de Sacramentais, devidamente abençoados, como: Água Benta, Cruzes, Terços, Escapulários, Medalhas, Relíquias de santos, etc., também são uma arma a nosso favor; mas não podemos usá-los como se fossem amuletos que nos dão sorte ou nos protegem por alguma suposta força própria deles, mas como objetos abençoados por Deus, que nos devem sempre remeter a Ele, e nos conduzir a levar uma vida digna daquilo que eles representam.