Durante
a Última Ceia, Jesus nos revelou uma condição para que todos os
povos reconhecessem n'Ele o Filho de Deus, enviado para a
salvação da humanidade: “... Que todos sejam um, assim
como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles estejam
em Nós e o mundo creia que Tu Me enviaste.” (Jo 17,21).
Ser
“um” entre nós, e ser “um” com Deus - esta é a condição!
Mas para havê-la, é preciso ter fé, é necessário o respeito, a
fidelidade, e principalmente obediência. Assim afirmou o Beato João
Paulo II, no dia mundial de oração pela paz em 1994: “Se
nos falta a unidade, como pode o mundo acreditar?!” Como o
mundo vai acreditar em Deus, se não vê em nós o sinal do Seu Amor?
Ao
mês de agosto, se dá sempre o enfoque vocacional. Pede-se oração
para as vocações em geral, mas em especial para a sacerdotal e
religiosa. Acrescentando à estas intenções, hoje mais do que nunca
se faz necessário rezar também pelos nossos pastores, ou seja, por
aqueles que um dia já responderam a este chamado.
A
AIS - Entidade Católica de Ajuda aos cristãos - estima que existem
no mundo pelos menos 12 Bispos “detidos” em prisão domiciliar,
em cadeias, ou forçados a viver na clandestinidade.
A Fides -
agência do Vaticano para as missões - divulgou recentemente uma
lista com 33 nomes de sacerdotes e bispos prisioneiros, somente na
China!
No
final de junho, foi detido no norte deste país, um sacerdote que
seria consagrado bispo auxiliar, e foi ordenado no lugar dele - sem a
aprovação da Santa Sé - um bispo ligado à Associação Católica
Patriótica Chinesa (órgão subordinado ao governo comunista, que
rejeita a autoridade do Vaticano).
Em
outros países, principalmente na Europa, vemos um esfriamento na
fé... Sendo que a liberdade religiosa está sendo sufocada também
muito perto de nós. Estamos presenciando uma sutil perseguição à
Igreja Católica e uma tentativa de destruição dos valores cristãos
na família e na sociedade, através dos meios de comunicação:
novelas, ‘Big brothers’, ‘Fazendas’, propaganda,
músicas, jogos eletrônicos, internet, etc. Mas também através de
grupos políticos. No último “Programa Nacional de Direitos
Humanos” (PNDH3), apresentado pelo governo brasileiro, constava
como projetos a serem impostos no Brasil: o reconhecimento da
prostituição como profissão; a promoção do homossexualismo; a
aprovação total do aborto, até o nono mês de gestação e a
retirada dos símbolos religiosos das repartições públicas... será
que estas coisas já não estão acontecendo?!
Diante
de tudo isto, por que o título “Para que o mundo creia”? Porque
não podemos ficar inertes diante de todos estes fatos! Há muito o
que fazer, mas principalmente há muito pelo qual rezar!
São
Paulo já havia prevenido: “... não é contra homens de
carne e sangue que temos de lutar, mas contra... os príncipes deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas)
nos ares” (Ef 6, 12).
Somente
através da nossa fidelidade à Deus e à Sua Igreja, de uma vida de
oração e da conversão do nosso coração... que o mundo crerá em
Jesus!
A
justiça e a paz, tão almejadas, e tão intensamente anunciadas, não
serão alcançadas de outra forma. É preciso testemunho e coerência
de vida! Não existe justiça sem conversão do coração... e não
existe conversão do coração, sem oração, sem busca de Deus, sem
obediência a Ele e à Sua Igreja. A Igreja não deveria entrar em
'lutas sociais' para se alcançar a justiça, mas sim contribuir para
a 'conversão do coração' dos seus fiéis. Quando houver conversão,
então a justiça será feita naturalmente.
“Conscientes
de que o ateísmo fez naufragar na fé, grande número de fiéis...
de que o mal e o pecado inundam cada vez mais o mundo... Prometemos
mantermos unidos ao Santo Padre, à Hierarquia e aos nossos
Sacerdotes, de modo a opormos uma barreira à onda de contestação
do Magistério...” (1)
Voltemo-nos
para Deus, busquemos a conversão do coração, e rezemos também
pelos nossos governantes, pela salvação das famílias e pelos
jovens vocacionados à vida consagrada, para que não tenham receio
de entregar sua vida ao serviço de Deus.
Intensifiquemos
nossas orações pelos sacerdotes: por aqueles que são fiéis, para
que permaneçam... por aqueles que fazem tanto pela Igreja e pelo
povo, mas não recebem reconhecimento... pelos que são perseguidos,
para que tenham fé e fortaleza e não desanimem... pelos que têm
muitos encargos... pelos que estão com a saúde emocional ou
psíquica abalada... pelos idosos... pelos doentes... pelos
agonizantes.
Supliquemos
também a Deus, pela vocação daqueles sacerdotes que estão em
perigo de cair em pecado, ou que pensam em abandonar o ministério
sacerdotal, para que se mantenham firmes, e mais ainda, ofereçamos
sacrifícios pelos que já caíram, ou que desprezam as normas e a
hierarquia da Santa Igreja, para que voltem ao primeiro Amor!
“Reunidos
em torno dos nossos pastores,
nós
iremos a Ti.
Professando
todos uma só fé,
nós
iremos a Ti.
Armados
com a força que vem do Senhor,
nós
iremos a Ti.
Sob
o impulso do Espírito Santo,
nós
iremos a Ti.
Igreja
Santa, Templo do Senhor.
Glória
a Ti, Igreja Santa,
ó
cidade dos cristãos.
Que
teus filhos hoje e sempre
Vivam
todos como irmãos!...”
Assim,
todos nós, sendo verdadeiras testemunhas, o mundo crerá!
(1)
- Oração do Movimento Sacerdotal Mariano.
Publicado
no Informativo da Comunidade Sol de Deus – Agosto 2011