18 de dezembro de 2021

A interessante História das Antífonas do Ó e a devoção a Nossa Senhora do Ó

  AAntífonas do Ó” são 7 antífonas especiais, entoadas em todos os Mosteiros do mundo, no Tempo do Advento, de 17 a 23 de dezembro, antes e depois do canto do Magnificat, na hora canônica das Vésperas, e também antes da proclamação do Santo Evangelho. São chamadas assim porque começam com a interjeição “Ó”.

Veneráveis por sua antiguidade, chegaram a ser, em algumas igrejas medievais, um total de 12 antífonas, que podem ter sido relacionadas aos 12 Profetas, às 12 Tribos de Israel, ou aos 12 Apóstolos.

O Manuscrito mais antigo conhecido a conter esta série completa de textos latinos (sem música) é o “Liber Responsalis” do Papa São Gregório Magno, contido na “Antiphonaire dit de Compiègne”, conservada na “Bibliothèque Nationale de France”.

Fig.: Bibliothèque Nationale de France,
MS Latim 17436 (século IX), fol. 36.

Este documento contém uma seção intitulada: “Antiphonae majores in Evangelio” (As Grandes Antífonas do Evangelho) onde, além destas 7 antífonas conhecidas atualmente, aparecem mais duas adicionais:
O virgo virginum” (O Virgem das virgens) e “Orietur sicut sol Salvator mundi” (O Salvador do mundo nascerá como o Sol).

Posteriormente, estas Grandes Antífonas foram adaptadas para o inglês por um dos primeiros poetas anglo-saxões conhecido: Cynewulf (séc. IX), que alguns referem também como Sacerdote ou como Bispo.

Elas formam a base de um poema, escrito por ele, intitulado “Cristo I”, que foi preservado em apenas um manuscrito conhecido: o Livro de Exeter; infelizmente, as primeiras oito páginas deste manuscrito foram perdidas, e só é possível ler a partir da antífona: O Rex Gentium.

Neste seu poema, aparecem 4 antífonas além das 7 habituais: O Hierusalem, O Virgo virginum, O Rex Pacifice, e O mundi Domina.

Provavelmente Cynewulf teve acesso a algum documento mais antigo que continha essas 11 antífonas.

Há inclusive outro manuscrito, conhecido como o “Antifonário de Hartker” (de fins do séc. X), que é conservado na Stiftsbibliothek, em St. Gallen, Suíça, que contem toda essa série de antífonas aludidas por Cynewulf, e mais uma extra: “O Gabriel”.

Fig.: St. Gallen Codex 390 (ca. 990–1000 DC), pp. 40–41.

No período conhecido como ‘Contra-Reforma’, o Papa São Pio V, revisou e padronizou muitos aspectos da liturgia latina, conservando o que era de longa data na Tradição da Igreja, e que tinha ao mesmo tempo fontes seguras, levando a uma prática universal, conhecida como ‘Rito Tridentino’. Isso incluiu, nesse caso, a eliminação de quaisquer variantes além das 7 Grandes Antífonas que são conhecidas atualmente.

Na presente liturgia ordinária, estas 7 antífonas, dirigidas ao Messias, não só foram conservadas como antífonas do Magnificat, mas também foram introduzidas como antífonas do Evangelho destes dias que antecedem a Vigília do Natal.


Apresentamos a seguir estas 7 antífonas conhecidas, e em seguida as outras 5 que foram referidas nestes antigos documentos:

·    17 dez. «O Sapientia»: Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo, atingindo de uma a outra extremidade e tudo dispondo com força e suavidade; vinde ensinar-nos o caminho da prudência!

·  18 dez. «O Adonai»: Ó Adonai, guia da Casa de Israel, que aparecestes a Moisés na chama de fogo, no meio da sarça ardente e lhe destes a Lei no Sinai; vinde resgatar-nos pelo poder do Vosso braço!

·    19 dez. «O Radix Jesse»: Ó Raiz de Jessé, erguida como estandarte dos povos, em cuja presença os reis se calarão e a quem as nações invocarão; vinde libertar-nos, não tardeis mais!

·    20 dez. «O Clavis David»: Ó Chave de Davi, e cetro da Casa de Israel, que abris e ninguém fecha, fechais e ninguém abre: vinde e libertai da prisão o cativo assentado nas trevas e à sombra da morte!

·    21 dez. «O Oriens»: Ó Oriente, Sol nascente, esplendor da Luz eterna e Sol de Justiça! Vinde e iluminai os que estão sentados nas trevas e à sombra da morte!

·        22 dez. «O Rex Gentium»: Ó Rei das nações e objeto de seus desejos, Pedra angular que reunis em Vós judeus e gentios: vinde e salvai o homem que do barro formastes!

·        23 dez. «O Emmanuel»: Ó Emanuel, nosso Rei e Legislador, esperança e Salvador das nações; vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus!

As outras 5 antífonas, são dirigidas, além de Cristo, também à Santíssima Virgem, ao Anjo Gabriel, e à cidade de Jerusalém.

·        «O Virgo virginum»: Ó Virgem das Virgens, como será isso? Pois nunca viram semelhante à primeira, nem haverá a seguinte (pois nunca houve ninguém como tu, nem haverá). Filhas de Jerusalém, porque me admiram? É um Mistério divino o que vês.

·                                    «O Gabriel»: Ó Gabriel, Mensageiro do Céu, que veio até mim pelas portas fechadas e me anunciou a Palavra: Tu conceberás e darás à luz um Filho, e Ele será chamado Emanuel.

·        «O Rex Pacifice»: Ó Rei da Paz, que nasceu antes de todos os séculos, vem pela porta de ouro, visita os que Tu redimiste e conduza-os de volta ao lugar de onde caíram pelo pecado.

·         «O Mundi Domina»: Ó Senhora do mundo, germinada de semente real, Cristo já saiu de seu ventre, como um noivo de sua câmara nupcial; aqui está numa manjedoura Quem as estrelas governa.

·        «O Hierusalem»: Ó Jerusalém, cidade do Deus supremo, levanta os teus olhos em redor, e vê o teu Senhor, que já vem para te libertar das cadeias.


Um interessante detalhe é que quando se lê a letra inicial de cada uma das 7 antífonas (a partir da última), resultam no acróstico «ero cras», que em latim significa «virei amanhã»; uma resposta do Messias à súplica dos fiéis que anseiam por Sua vinda.

Ligada à tradição das antífonas, existe uma Festa de Nossa Senhora, celebrada no dia 18 de dezembro, denominada de ‘Nossa Senhora da Expectação do Ó’, ou simplesmente de ‘Nossa Senhora do Ó’.

A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade natural da jovem Mãe que espera o seu primogênito. Ao esperar seu Filho, a Santíssima Virgem, ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo; é o desejo inspirado e sobrenatural da “Bendita entre as mulheres”, que foi escolhida para Mãe-Virgem do Redentor, e para Corredentora da humanidade. Além disso, é o anseio de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Messias, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e límpido dos espelhos.

Esta devoção mariana surgiu na Espanha, e foi instituída como festa no ‘X Concílio de Toledo’ (séc. VI), presidido pelo arcebispo Santo Eugênio III, juntamente com São Frutuoso de Braga e Santo Ildefonso. Na ocasião, transferindo-se a Festa da Anunciação para o dia 18 de dezembro, Santo Ildefonso determinou que se celebrasse com o título de “Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria”, mas pelo fato de que neste dia se cantava as Antífonas Maiores, iniciadas pela interjeição “Ó”, os fiéis começaram a chamar esta de Festa de Nossa Senhora do Ó.


·                  Fontes de pesquisa:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADfonas_do_%C3%93

https://www.hymnsandcarolsofchristmas.com/Hymns_and_Carols/Notes_On_Carols/O_Antiphons/christ_by_cynewulf.htm

https://www.hymnologyarchive.com/o-come-o-come-emmanuel

https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b8426787t/f77.item

http://perolasfinas.blogspot.com/2011/12/antifonas-do-o.html

https://www.newadvent.org/cathen/11173b.htm

https://santo.cancaonova.com/santo/nossa-senhora-o/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_%C3%93

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31 de maio de 2021

Via-Sacra - Meditando com as 12 Prerrogativas de Grandezas de Maria

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1ª Estação: JESUS é condenado à morte


Reza-se no início de cada Estação:

D.: Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos;

T.: Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

A Santíssima Virgem é a Imaculada Conceição, ou seja, Ela nasceu sem o pecado original, e podemos perfeitamente chamá-la de “a concepção sem pecado”. Este é um dos Dogmas Marianos, ao qual devemos aceder com fé.

O pecado é a verdadeira condenção à morte. E se é grave (mortal), é pior que uma morte temporal, pois leva à condenção eterna. Nós nascemos manchados com o pecado original, réus do inferno, mas graças à Misericórdia infinita de Deus, pela morte de Cristo, e através do Batismo, recebemos o perdão do pecado original, mas para continuarmos isentos de pecados, sejam graves ou leves, precisamos lutar a vida inteira, fugir do pecado, buscar sempre o Sacramento da Confissão.

Que pela morte de Cristo e pelos méritos que o Pai Eterno concedeu à Imaculada Conceição, possamos alcançar as graças para nossa salvação eterna. Amen.

Reza-se no fim de cada Estação:

D.: Ave Maria… Tende piedade de nós, Senhor!

T.: Tende piedade de nós!

D.: Que as almas dos fieis defuntos,

T.: pela Misericórdia de Deus, dencansem em paz. Amém.

 

2ª Estação: JESUS recebe a Cruz com um beijo

Segundo a Tradição, e vários místicos afirmam, a Santíssima Virgem teve a plenitude das graças e o uso da razão desde o primeiro instante de vida. Não foi por acaso que o Anjo Gabriel a saudou de uma forma inaudita, como nunca outra pessoa foi saudada: “Ave! Maria, Gratia plena!”

Jesus recebeu a Cruz com um beijo, pois como Verdadeiro Deus, Ele sabia que aquele infame instrumento de condenação agora se tornaria um instrumento de graças, e escola de sabedoria e conhecimento celeste para todos os santos e para todos os que, seguindo Seu exemplo, abraçasse as cruzes de cada dia.

Ensinai-nos, ó Mãe da Graça, a acolhermos, como vós, e como vosso Filho Jesus, as cruzes de cada dia: Ave! Crux, Spes unica! Amen.

 

3ª Estação:  JESUS cai pela primeira vez

Outra grandeza da Santíssima Virgem é a isenção de todo pecado atual e de qualquer inclinação para o mal. A Santíssima Virgem jamais caiu em nenhuma falta, nem mesmo leve. Sua vida foi toda um caminho reto e firme, crescente em santidade, em direção a Deus.

A primeira queda de Jesus lembra a primeira queda de cada alma, as vezes até em idade pueril, no pecado grave. Que horror! Que desgraça terrível! E pensar que hoje em dia, as pessoas nem se importam em educar suas crianças para que tenham horror do pecado.

Ó Mãe, assim como correstes para sustentar seu Filho Divino, que caía com a Cruz às costas, nas ruas de Jerusalém, correi também ao encontro de cada um de nós, vossos filhos, para que não caiamos em pecado. Amen.

 

4ª Estação: JESUS encontra Sua aflita Mãe

A terceira grandeza da Santíssima Virgem que queremos meditar é a sua correspondência perfeita à Graça.

É unânime em toda a Tradição, que a Santíssima Virgem, durante o percurso de Jesus até o Calvário, conseguiu aproximar-se d’Ele. Os dois olhares se encontraram num misto de dor e de amor. De certa forma, a presença da Santíssima Virgem era para Jesus como um bálsamo em meio à tantas dores. Contemplando-a, Ele podia descansar o Seu olhar - entumecido por tantos horrores à vista de tantos pecados - em uma criatura que sempre foi fiel e sempre correspondeu a Graça de Deus, e mais ainda, uma pessoa - a Sua própria Mãe - que, naquele momento, podia unir-se perfeitamente ao Seu holocausto de Amor.

Faze, ó Mãe, fonte de amor, que eu sinta o espinho da dor, para contigo chorar... Ó Santa Mãe dá-me isto, trazer as chagas de Cristo, gravadas no coração. Amen.

 

5ª Estação: JESUS recebe ajuda de Cireneu

A maior dignidade da Santíssima Virgem Maria, é sem dúvida a Maternidade Divina, outro Dogma Mariano. Esta dignidade é o princípio e o fundamento de todas as outras grandezas. Podemos dizer que esta era a sua vocação, para isso Ela nasceu.

Simão de Cirene, recebeu a missão de auxiliar o Salvador no carregamento da Cruz. Este penoso encargo foi a maior graça que ele pôde ter em sua vida, e que mudou completamente o rumo de vida.

Cada um de nós recebe também uma missão nesta vida, e vivê-la cem por cento deve ser a nossa única meta; isso será o fundamento para alcançarmos a santidade e a vida eterna. Que a Mãe Celeste nos possa auxiliar na compreensão e pleno cumprimento da nossa missão. Amen.

 

6ª Estação: JESUS imprime a Face no véu de Verônica

Só em uma alma completamente límpida, Deus pode estampar-Se com perfeição. Maria foi Virgem antes, durante e depois do parto: a Virgindade Perpétua, Dogma de fé, é também uma das 12 grandezas da Imaculada.

Jesus quis deixar Sua Face estampada no Véu de Verônica; devemos também nós almejar esta graça, mas, mais que em um tecido, que possamos estampar em nossa alma, e em nosso coração, a Face Augusta de nosso Salvador. E se para que isso ocorra, é preciso ter alma e coração límpidos, corramos aos pés de nossa Mãe Santíssima, para que passando por suas mãos puríssimas, e seu Coração Imaculado, sejamos alvejados e enriquecidos com seus adornos maternais. Amen.

 

7ª Estação: JESUS cai pela segunda vez

O parto milagroso e sem dor, outra prerrogativa de Maria, foi consequência óbvia da sua Maternidade divina. Ela não simplesmente dava à luz um filho qualquer, mas d’Ela nascia "a própria Luz, que vindo ao mundo ilumina todos os homens." (cf. Jo 1,9)

A segunda queda de Jesus nos lembra as trevas e a dor do pecador, quando reincide no pecado e não tem forças para levantar, já que a dor e o sofrimento é consequência da desordem causada pelo pecado original.

Ó Mãe debaixo da Cruz, não sofrestes no nascimento do vosso Divino Filho, mas sofrestes terrivelmente no nosso nascimento místico; intercedei por nós. Amen.

 

8ª Estação: JESUS fala às mulheres

O Dogma da Assunção de Maria diz: “tendo completado o curso de sua vida terrestre, foi assumida de corpo e alma à glória celeste”, assim crê os cristãos que sua morte foi causada unicamente por veemência de amor.

O amor deve ser o motor que rege a vida de todos nós. São Paulo nos ensina que “ainda que entregássemos o corpo para ser queimado, se não tivéssemos caridade, de nada valeria!” (Cf. ICor 13,3). Jesus exortou as mulheres para que não chorassem por acontecimentos externos, mas por causa do pecado e por suas consequências.

Ó Mãe de amor, ensina-nos a fazer de nossa vida um contínuo ato de amor, que começará aqui e continuará na eternidade. Amen.

 

9ª Estação: JESUS cai pela terceira vez

A Imaculada teve a incorruptibilidade do corpo no túmulo. Já para nós, é reservada outra sorte. O famoso hino “Dies iræ” nos lembra isso ao cantar o Julgamento Final: “Dia de ira aquele dia, em que os séculos se dissolverão em cinzas... Dia de lágrimas aquele dia, em que ressurgirá das cinzas o homem para ser julgado”. Todos retornarão ao pó, consequência do pecado original (Gn 3,19).

A terceira queda de Jesus é refletida por muitos como a última queda do pecador, já próximo de sua morte. Momento terrível, onde o pecador empedernido vê o destino que o espera se não se arrepender a tempo.

À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas na hora extrema de nossa vida, mas livrai-nos do desespero e da morte eterna. Amen.

 

10ª Estação: JESUS é despojado de Suas vestes

Como o corpo da Imaculada nunca foi morada de pecado, mas ao contrário, foi Arca santíssima, onde habitou o próprio Deus, naturalmente teve Ela a ressurreição antecipada e a Assunção de corpo e alma ao Céu.

São João Paulo II, em suas catequeses sobre a Teologia do Corpo afirma: “o corpo é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino”; ele “foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério oculto desde a eternidade em Deus e assim ser sinal d'Ele”. Assim, nosso corpo, que pelo Batismo, se torna Templo do Espírito Santo, e que ressuscitará no último dia, deve ser tratado com dignidade.

Jesus foi despojado de Suas vestes também para reparar os pecados que os homens cometem em seu próprio corpo: a imodéstia, a impureza, o prazer, o uso de drogas, tatuagens, as cirurgias plásticas tanto para a vaidade, quanto para o pecado do homossexualismo...

Que a Virgem, por seu Coração Imaculado, possa resgatar-nos deste mar de lama, que mancha nosso corpo, e principalmente nossa alma. Amen.

 

11ª Estação: JESUS é pregado na Cruz

“Junto à Cruz de Jesus estava, de pé, Sua Mãe... Quando Jesus viu Sua Mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à Sua Mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua Mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.” (cf. Jo 19,25-27).

Jesus na Cruz é Rei. A Cruz é o Seu Trono. Os pobres pecadores arrependidos, que antes eram Seus súditos, agora, redimidos, se tornam Seus irmãos, pois a Santíssima Virgem aos pés da Cruz, tornou-se nossa Mãe. Ela também é Rainha aos pés da Cruz, e foi coroada como Rainha do Céu e da terra.

Salvai-nos, Maria, Mãe e Rainha, pelo vosso Coração Imaculado. Amen.

 

12ª Estação: JESUS agoniza e morre na Cruz

Que cena vemos no Calvário? Jesus em Seu Trono Real e a Santíssima Virgem a Seus pés, o apóstolo João, Madalena e as outras mulheres. Também os outros crucificados, os sodados e algozes, os fariseus e mestres do Templo, o povo de maneira geral... e nós! Sim! Cada um de nós estava lá, presente no Sagrado Coração de JESUS e no Coração Imaculado de Maria: “E quando Eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a Mim.” (Jo 12,31-32). Mas, como poderemos ser atraídos por Jesus crucificado, sendo que a visão da Cruz nos atemoriza?

No Antigo Testamento existiu uma rainha, Ester, pré-figura da nossa Mãe Santíssima, que em vista do perigo de morte de seu povo, recorreu ao rei... mas sua prece cai muito melhor nos lábios da Santíssima Virgem aos pés da Cruz; pois sabemos do seu poder de intercessão junto de Deus.

“O Rei estava sentado sobre o Seu Trono Real... logo que o Rei viu a Rainha, Sua graça O conquistou, de sorte que Ele estendeu o cetro de ouro que tinha na mão... Qual o teu pedido, Rainha, qual o teu desejo? Ainda que Me peças a metade de meu reino, Eu to daria!... A Rainha respondeu: Se achei Graça diante de Vós, ó Rei, e se Lhe parecer bem, concede-nos a vida – eis o meu pedido – salva o meu povo – eis o meu desejo!” Amen.


Orações finais: Reza-se ainda: 1 Pai-nosso; 1 Ave-Maria e 1 Glória, nas intenções do Sumo Pontífice, para alcançar as indulgências desta santa devoção, que por caridade podemos aplicar às Almas do Purgatório.

1 de maio de 2021

Renovação da Consagração do Brasil ao Imaculado Coração de MARIA

Salve MARIA!

Com alegria, colocamos aqui vários links de Canais, Sites... de várias iniciativas que surgiram para renovar a Consagração do Brasil ao Imaculado Coração de MARIA

No Telegram há dois Canais que postarão diariamente as orações para esta Renovação:
t.me/reinaicoracaoimaculado
t.me/joinchat/d0oXtSX7sNg0ZmUx

E um Site que foi criado para este fim:

E um Canal do Youtube que estará divulgando os vídeos de preparação para esta Renovação:






19 de março de 2021

75 anos da Consagração do Brasil ao Imaculado Coração de MARIA

Em 31 de maio deste ano de 2021, completará 75 anos que o Eminentíssimo Cardeal Jaime de Barros Câmara (1894-1971), consagrou o Brasil ao Imaculado Coração de Maria.

Neste mesmo dia, no ano de 1946, o jornal "A Ordem", do Rio Grande do Norte, publicou uma reportagem exaltando o acontecimento singular em nosso país com estas palavras:


"O eminentíssimo Cardeal Câmara, Arcebispo do Rio, vai consagrar, hoje, oficialmente, o Brasil ao Imaculado Coração de Maria. Trata-se de um acontecimento a ser registrado, com letras de ouro, nos anais da Igreja, em nossa pátria.

Na tormenta que está passando o mundo, em meio a tantos desencontros e descaminhos, através de tanta ruína e degradação moral acumuladas pelos erros e perversidade dos homens de todos os climas e latitudes, o Brasil volta-se, cheio de fé e de confiança, ao Coração régio e maternal de MARIA, como a um refúgio de paz e a um farol supremo de todas as mais confrotadoras esperanças.

Ainda colônia, já nos achávamos implicitamente entregues a Nossa Senhora da Conceição pelo Ato Consacratório que à Virgem Santíssima fizera a Corôa Portuguesa, do seu próprio território e de todas as suas possíveis dominações. Anos atrás, sua Eminência, o Cardeal Leme, de saudosa memória, entregara a Terra de Santa Cruz à Imaculada Conceição Aparecida.

Hoje, secundando o sentimento da alma nacional, o Episcopado brasileiro, tendo à frente o digníssimo Arcebispo do Rio de Janeiro, realiza, pública e solenemente, a consagração da nossa Pátria ao Imaculado Coração de MARIA. É a mesma Excelsa Virgem quem o deseja e o pede, e nós vamos aquiescer às suas aspirações salvadoras, na certeza absoluta que temos de sua onipotência para solucionar os gravíssimos problemas, que agitam a hora presente. Rainha dos homens, Auxílio dos cristãos, baluarte inexpugnável da nossa terra, a sua volta e a sua revelação a este mundo será o penhor e a garantia do advento da justiça e da paz.

Nessa esperança e nessa certeza, é que subimos ao seu trono glorioso, para lá depormos, genuflexos e reverentes, em seu Coração, o coração do Brasil."

Renovemos então, a Consagração do Brasil ao Coração Imaculado de Maria:

Ó Maria, Virgem amorosíssima e nossa Mãe, lançai um olhar benigno sobre o povo desta Nação, humilde parte da vossa grande família, que hoje se consagra ao vosso Coração Imaculado.

A isto nos move não só o nosso filial afeto para convosco, mas também a necessidade que sentimos de uma assistência vossa mais especial, nestes calamitosos tempos.

Vede, ó Maria, como se procura extinguir a fé em nossos corações com o gelo do indiferentismo e da incredulidade.

Vós, que sois a Sede da Sabedoria, preservai-nos a todos da vã ciência do século, e conservai-nos inabaláveis na fé santíssima de vosso Filho.

Vede as ciladas que em toda parte se armam aos bons costumes, contaminando todas as coisas com o mais desenfreado sensualismo.

Purificai, ó Virgem Imaculada, de tantas impurezas a terra; ou ao menos, conservai limpas as nossas famílias.

Vede como se tenta convulsionar a sociedade e lançá-la no torvelinho da rebelião contra toda a lei e autoridade.

Conservai, portanto, ó augusta Rainha nossa, entre as classes do vosso povo a ordem por Deus estabelecida, e não permitais que os conselhos dos ímpios prevaleçam.

Finalmente, tende misericórdia da Igreja, ó Auxílio dos Cristãos; tende piedade do seu venerando Chefe; e apressai o momento em que a humanidade inteira seja um só rebanho sob um só Pastor.

Aceitai, pois, ó boa Mãe, a consagração que este povo faz hoje de si mesmo ao vosso Coração materno; e, como prova de vosso benigno acolhimento, fazei que todos sintam a vossa proteção na vida e na morte. Assim seja."


Colocamos aqui também a Consagração que o Santo Padre, o Papa Pio XII, fez do mundo ao Imaculado Coração de Maria, em 1942:

"Ó Rainha do Santíssimo Rosário, auxílio dos cristãos, refúgio do gênero humano, vencedora de todas as batalhas de Deus! Diante do vosso Trono, prostramo-nos suplicantes, seguros de impetrar misericórdia e de alcançar graça e oportuno auxílio e defesa nas presentes calamidades, não por nossos méritos, mas unicamente pela imensa bondade do vosso maternal Coração.

Nesta hora trágica da história humana, a Vós, a vosso Imaculado Coração nos entregamos e nos consagramos, não apenas em união com a Santa Igreja, corpo místico de vosso Filho Jesus, que sofre e sangra em tantas partes e de tantos modos atribulado, mas também com todo o mundo dilacerado por atrozes discórdias, abrasado num incêndio de ódio, vítima de suas próprias iniquidades.

Que vos comovam tantas ruínas materiais e morais, tantas dores, tantas angústias de pais e mães, de esposos, de irmãos, de crianças inocentes; tantas vidas cortadas em flor, tantos corpos despedaçados na horrenda carnificina, tantas almas torturadas e agonizantes, tantas em perigo de perderem-se eternamente.

Vós, ó Mãe de misericórdia, consegui-nos de Deus a paz; e, principalmente, as graças que podem converter num momento os corações humanos, as graças que reparam, conciliam e asseguram a paz. Rainha da paz, rogai por nós e dai ao mundo em guerra a paz pela qual suspiram os povos, a paz na verdade, na justiça, na caridade de Cristo.

Dai a paz das armas e a paz das almas, para que, na tranquilidade da ordem, o reino de Deus se dilate. Concedei a vossa proteção aos infiéis e a quantos jazem ainda nas sombras da morte; concedei a paz e fazei que brilhe para eles o sol da verdade e possam repetir conosco, diante do único Salvador do mundo: glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!

Dai a paz aos povos separados pelo erro ou pela discórdia, especialmente àqueles que vos professam singular devoção e nos quais não havia casa onde não se achasse honrada a vossa veneranda imagem, hoje quiçá oculta e retirada para melhores tempos, e fazei que retornem ao único redil de Cristo, sob o único verdadeiro Pastor.

Obtende paz e liberdade completa para a Igreja Santa de Deus; contei o dilúvio inundante do neopaganismo; fomentai nos fiéis o amor à pureza, a prática da vida cristã e do zelo apostólico, a fim de que aumente em méritos e em número o povo dos que servem a Deus. 

Finalmente, assim como ao Coração de vosso Filho Jesus foram consagrados a Igreja e todo o gênero humano, para que, postas nele todas as esperanças, tivessem nele sinal e prenda de vitória e de salvação, de igual maneira, ó Mãe nossa e Rainha do Mundo, também nos consagramos para sempre a Vós, ao vosso Imaculado Coração, para que o vosso amor e patrocínio acelerem o triunfo do Reino de Deus, e todas as gentes, pacificadas entre si e com Deus, vos proclamem bem-aventurada e entoem convosco, de um extremo a outro da terra, o eterno Magníficat de glória, de amor, de reconhecimento ao Coração de Jesus, o único no qual se podem achar a Verdade, a Vida e a Paz. Amém."

3 de janeiro de 2021

Benção da Epifania - ou bênção do Ano Novo

É bom que a primeira vez que se faz esta bênção na família, que se leia, juntos, a explicação no final deste artigo, para que as pessoas possam entender a origem e o significado desta tradição. Abaixo também tem a Bênção do Giz - em português e em latim.


RITO da BÊNÇÃO 
da Casa na Epifania

Dirigente: A Paz esteja nesta casa!
Todos: E com todos os que nela habitam!

D.: + Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T.: Amen.

D.: Do oriente vieram os Sábios para Belém para adorar o Senhor; e abrindo seus tesouros, ofereceram presentes preciosos:
T.: ouro para o grande Rei, incenso para o verdadeiro Deus e mirra como símbolo de Seu sofrimento.


D.: Seja iluminada, seja iluminada, ó Sião, pois a tua Luz chegou e a glória do Senhor se elevou sobre ti - Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria.
T.: E os gentios andarão na tua Luz e os reis no esplendor da tua ascensão, e a glória do Senhor se elevou sobre ti.

D.: Oremos: Deus Todo Poderoso, inclinai Vosso ouvido. Que possamos ser preenchidos com saúde, bondade de coração, mansidão, obediência à Vossa lei, e ação de graças ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo. Ajudai-nos a amar e respeitar uns aos outros e fazer Vossa presença conhecida pela forma de cuidar uns dos outros. Enviai Vossos Santos Anjos que nos defenderão e cumularão de Graças todos os que aqui habitam. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amen.

Os presentes rezam o seguinte Salmo, intercalando as estrofes:

Salmo 71(72)

O poder régio do Messias
Abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mira (Mt 2,11)

Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, *
vossa justiça ao descendente da realeza!
2 Com justiça ele governe o vosso povo, *
com equidade eljulgue os vossos pobres.

Das montanhas venha a paz todo o povo, *
e desça das colinas justiça!
=4 Este Rei defenderá os que são pobres, †
os filhos dos humildes salvará, *
e por terra abaterá os opressores!

5 Tanttempo quanto o sol há de viver, *
quanto a lua através das gerações!
Vi do alto, como o orvalho sobre a relva, *
como a chuva que irriga toda a terra.

Nos seus dias justiça florirá *
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
8 De mar a mar estenderá o seu domínio, *
e desde o rio até os confins de toda a terra!

Seus inimigos vão curvar-se diante dele, *
vão lamber o pó da terra os seus rivais.
10 Os reis de Társis e das ilhas hão de vir *
e oferecer-lhes seus presentes e seus dons;

 também os reis de Seba e de Sabá *
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
11 Os reis de toda terra hão de adorá-lo, *
todas as nações hão de servi-lo.

–  Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
* Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

D.: O nosso auxílio está no Nome do Senhor.
T.: Que fez o céu e a terra.

D.: O Senhor esteja convosco.
T.: E com teu espírito.

D.: Oremos: Ó Deus, Senhor do Céu e da Terra, abençoai esta casa e todos os que nela habitam. Enchei-os com a luz de Cristo, e que o seu amor pelos outros reflita o Vosso amor. Por Cristo Senhor nosso.
 T.: Amen.

Agora faz-se a inscrição com o giz na parte de fora de cada porta (ou portal) da casa, aspergindo o local com água benta.


Enquanto vai andando pela casa, de porta em porta, pode-se ir rezando orações como: "Pai Nosso, Ave Maria, Sanctus", etc., ou entoando cânticos natalinos.
Ao fazer a inscrição nas portas, se diz:

Os três Reis Magos:
Caspar (marca-se a letra 'C'),
Melchior (marca-se a letra 'M')
e Balthazar (marca-se a letra 'B'),
seguiram a estrela do Filho de Deus que se fez homem há dois mil (marca-se os dois primeiros dígitos: 20 à esquerda das letras)
e vinte um anos atrás (marca-se os dois últimos dígitos: 21 à direita das letras).
Que Cristo (marca-se as cruzes) + abençoa nossa casa + e mantenha-se conosco através do novo ano +

* * *

Ou pode-se falar tudo apenas na primeira inscrição, e nas outras falar apenas:
Que Cristo + abençoa nossa casa + e mantenha-se conosco através do novo ano +

Depois de abençoados todos os lugares, o dirigente finaliza:

D.: Ó Deus, que pela orientação de uma Estrela, manifestastes neste dia o Vosso Filho Unigênito aos gentios, concede misericordiosamente a nós, que já Vos conhecemos pela fé, alcançar também a visão da Vossa glória. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso.

T.: Amen.

Esta fórmula da bênção acima é simples, e requer apenas água benta e o giz (que de preferência seja abençoado por um sacerdote ou diácono; mas não é imprescindível). Existem fórmulas mais complexas que recorrem a mais orações e uso de incenso; pode-se encontrar na internet em sites em inglês ou alemão, provavelmente em latim.


INSTRUÇÕES IMPORTANTES 
(leia antes de realizar a bênção)

Por ocasião da "Solenidade da Epifania", existe no Ritual Romano antigo, a louvável tradição de abençoar a casa dos fiéis com a "Bênção da Epifania" ou "Benção para o Ano Novo".

Este é um sinal que cristãos vivem na casa e um sinal da bênção de Deus sobre ela.

Essa bênção era tradicionalmente feita pelo pároco, mas é possível que também os fiéis invoquem esta benção de Deus para o seu lar, até porque seria pastoralmente impossível atender territorialmente toda a paróquia, e a maioria das pessoas, inclusive sacerdotes, nunca ouviram falar desta bênção.

Trata-se é claro, de uma tradição antiga, mas que nunca foi proibida pela Santa Igreja, apenas foi caindo no esquecimento, como muitos costumes bons e salutares da nossa Santa Igreja. E embora não seja muito conhecida no Brasil, tem se difundido cada vez mais esta abençoada tradição.

Pode-se fazer a bênção sozinho(a) ou com seus familiares. Neste caso, enquanto o pai da casa invoca a benção de Deus, a mãe ou outra pessoas asperge o lugar com água benta, e outro inscreve as letras na parte de fora das passagens e portas.

Este costume, registrado em documentos desde o século XVI, é com certeza de origem anterior. Foi encontrado pela primeira vez no «Sacramentarium Gelasianum Vetus» (na metade do século sete), para abençoar a casa no ano novo ou quando havia uma mudança de residência.

Essa tradição é baseada nos tempos da Igreja primitiva, onde os primeiros cristãos desejavam proteger e abençoar seus lares, identificando-se como Povo de Deus, em analogia ao que fizeram os hebreus no cativeiro do Egito quando marcaram as portas de suas casas com o sangue do Cordeiro Pascal (Ex 12, 12–13)

e como as assinalaram também depois na terra prometida (Deut 6, 9).

Com esta inscrição invocamos a benção de Nosso Senhor que em Sua Encarnação no ventre de Maria, pelo poder do Espírito Santo, veio como a Luz do mundo para salvar o homem das trevas do pecado. Assim, invocamos esta benção para os nossos lares e reivindicamos a soberania de Cristo para os espaços onde vivemos e trabalhamos.

A Solenidade da Epifania ocorre no dia 6 de janeiro. No Brasil, se esta data não cai no Domingo, é transferida para o Domingo próximo, a fim de que todos participem.

Neste ano de 2020, a Epifania cairá na segunda-feira; portanto, pode-se fazer esta bênção no domingo (dia 5, em que será comemorada liturgicamente), ou na segunda-feira dia 6.

Deve-se marcar por cima das portas e passagens da casa, do lado exterior, a seguinte inscrição com o giz: os dois números (cifras) iniciais do ano; as siglas C+M+B, sendo que cada letra é intercalada com o sinal da Cruz; e em seguida os dois números (cifras) finais do ano. Costuma-se colocar também uma cruz em cima da letra 'M', ficando três cruzes.

As siglas «C M B» significam: «Christus Mansionem Benedicat», ou seja: «Cristo Abençoe esta Casa».

Santo Agostinho as explicavam também como: «Christus Multorum Benefactor», que significa: «Cristo benfeitor de muitos».

Representa também os tradicionais nomes dos três Reis Magos em latim: Caspar (Gaspar), Melchior (Melquior ou Belquior) e Balthazar (Baltazar). Tradicionalmente esta inscrição deve permanecer até a Solenidade de Pentecostes, ou se desejar, até o próximo ano.

Para este ano de 2021 a inscrição será assim:

Epifania quer dizer "Manifestação do Senhor". Com o nascimento do Menino Jesus, Deus manifestou Seu desejo a todos os homens: Sua Vontade de ter novamente Seus filhos a Seu lado e de pôr em prática Seu Plano de Amor e Salvação.

A Igreja celebra três Epifanias, ou seja, três importantes manifestações de Cristo: A primeira aos Magos do Oriente (Mt 2, 1-12); depois a São João Batista no Jordão (Mt 3,13-17); e por fim aos discípulos de Jesus, no começo de Sua vida pública com o milagre das Bodas de Caná (Jo 2, 1-12).

Os magos (ou sábios) representam hoje os povos de todas as nações, raças e línguas, que acolhem o chamado de Deus deixando-se guiar pela luz da estrela até encontrar Jesus.


Da passagem bíblica do Evangelho de Mateus, sabemos apenas que eram magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram ao Menino Jesus o ouro, o incenso e a mirra; e que depois de O adorarem voltaram para suas terras por outro caminho, fugindo de Herodes.

De acordo com a tradição da Igreja do século I, estes magos eram homens poderosos e sábios, de nações ao leste do Mediterrâneo.

Antigamente, os conhecedores de medicina, astronomia e outras ciências eram chamados de magos ou sábios.

Provavelmente não eram reis, mas devido a seus conhecimentos científicos, tornavam-se conselheiros de reis e exerciam muita influência em seus países. O título de "Reis" com certeza deve ter sido influenciado pelo Salmo 71, que diz:

«Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações.» (Sl 71, 10-11)

E talvez por ser três o número dos presentes, a tradição nos deixou que foram três personagens; sendo que os nomes (Gaspar, Melchior e Balthazar) foram atribuídos pela primeira vez por São Beda.

Até o ano de 474 d.C. seus restos mortais (descobertos pela imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino) estiveram em Constantinopla, a capital cristã mais importante no Oriente; em seguida foram trasladados para a catedral de Milão (Itália). Em 1164 foram trasladados para a cidade de Colônia (Alemanha), onde permanecem até nossos dias.

Os nomes atribuídos aos magos são bastante significativos.

Gaspar quer dizer: «Aquele que vai inspecionar», ou seja, aquele que vai verificar e confirmar a vinda do Messias.
Melquior quer dizer: «Meu Rei é Luz», é a grande confirmação da Realeza de Jesus: a Luz do Mundo.
- E Balthazar quer dizer: «Deus manifesta o Rei».

Eles ofereceram a Jesus presentes típicos de suas regiões: ouro, incenso e mirra. Também os presentes têm o seu significado.

- Com o ouro reconheciam a realeza do Menino, o ouro quer dizer que Jesus é Rei.
- O incenso é o que se oferece a Deus nos altares em sinal de adoração. Com o incenso a humanidade reconhece a divindade do Menino que nasceu. Jesus é Deus Verdadeiro.
- A mirra, uma planta amarga, conforme o costume oriental, era misturada com outros perfumes e usada para perfumar corpos, vestes e casas. Ela representa o lado humano e o sofrimento do Messias. Jesus é Homem Verdadeiro, que sofrerá para expiar os nossos pecados.

Mateus nos diz que os magos mudaram o rumo e voltaram para suas terras por outro caminho. Mudar o caminho significa converter-se, reorientar a sua vida segundo Jesus.

Tendo encontrado o Salvador do mundo e contemplado o seu rosto devemos também reorientar a nossa vida segundo Jesus. Assim, a conversão é o apelo forte da celebração da Epifania. A boa notícia de hoje é poder dizer que a salvação está ao alcance de todos, vai encontrá-la quem mudar seus caminhos e seguir a Verdadeira Luz que é Cristo.

BÊNÇÃO do GIZ
(para uso do Sacerdote)

Sacerdote: O nosso auxílio está no nome do Senhor.
Todos: Que fez o céu e a terra.
S.: O Senhor esteja convosco.
T.: E com o teu espírito.
S.: Abençoa, + ó Senhor Deus, esta criatura, giz, a fim de que seja salutar ao gênero humano. E concede aos que, invocando o Vosso Santíssimo Nome, inscrever com ele nas portas de suas casas os nomes de seus santos, Casper, Melchior e Baltassar, possam através de seus méritos e intercessão gozar de saúde de corpo e de proteção da alma; por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amen.
(Asperge-se com água benta)

Benção do giz em latim
(para uso do Sacerdote)
V/. Adjutorium nostrum in nomine Domini.
R/. Qui fecit caelum et terram.
V/. Dominus vobiscum.
R/. Et cum spiritu tuo.
V/. Bene + dic, Domine Deus, creaturam istam cretae: ut sit salutaris humano generi; et praesta per invocationem nominis tui sanctissimi, ut, quicumque ex ea sumpserint, vel in ea in domus suae portis scripserint nomina sanctorum tuorum Gasparis, Melchioris et Baltassar, per eorum intercessionem et merita, corporis sanitatem, et animae tutelam percipiant. Per Christum Dominum nostrum.
R/. Amen.

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Fontes de pesquisa:

Vídeo que mostra a bênção da Epifania, por um sacerdote em uma família:

http://www.youtube.com/watch?v=69gwWDCO1ng#t=314

Sobre a Bênção da Epifania:

https://www.catholicculture.org/culture/liturgicalyear/prayers/view.cfm?id=49

http://de.wikipedia.org/wiki/Sternsinger

http://www.missio.ch/fileadmin/user_upload/Sternsingen-allgemein/doc/C_M_B-2012.pdf

http://de.wikipedia.org/wiki/Haussegnung

http://domesticaecclesia.blogspot.com.br/2014/01/bencao-da-casa-na-epifania.html

Sobre o Sacramentarium Gelasianum Vetus:

http://en.wikipedia.org/wiki/Gelasian_Sacramentary

Sobre a inscrição C+M+B:

http://pl.wikipedia.org/wiki/C%E2%80%A0M%E2%80%A0B

Sobre os Três Reis Magos (Muito interessante! Não deixe de ver):

http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.com.br/2013/01/quem-foram-os-reis-magos.html

Padre Paulo Ricardo responde sobre os 'Três Reis Magos'.


https://www.youtube.com/watch?v=9BUlstSoW7