26 de maio de 2017

Como rezar corretamente o Terço da Misericórdia

Há muito tempo desejamos colocar aqui no Blog alguma postagem sobre a oração do "Terço da Misericórdia", ou seja, sobre a maneira correta de se rezá-lo, já que são muitas e muitas pessoas que o tem rezado de maneira errada, provavelmente por falta de compreensão do próprio conteúdo e sentido da oração, ou mesmo pela falta de conhecimento gramatical.

A partir do número 474 do Diário, Santa Faustina narra como se deu o surgimento deste Terço, e como ela foi inspirada a rezá-lo. Assim, não foi simplesmente algo criado pela devoção popular, nem mesmo criado pela própria santa. Ela escreveu: «À noite, quando me encontrava na minha cela, vi o Anjo executor da ira divina (...) Comecei a fazer a súplica a DEUS pelo mundo com palavras ouvidas interiormente (...) Quando eu assim rezava, vi a impotência do Anjo, que não podia executar o castigo justo, merecido por causa dos pecados (...)» (Diário n. 474).

A fórmula correta do Terço da Misericórdia se encontra entre os números 475-476. Interessante verificar que Santa Faustina rezou a primeira vez tudo como uma só oração, mas depois foi instruída por uma voz interior da maneira correta de rezá-la:

«As palavras com que suplicava a DEUS eram as seguintes: Eterno PAI, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor JESUS CRISTO, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro; pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós.

No dia seguinte pela manhã, quando entrei na nossa Capela, ouvi interiormente estas palavras: "Toda vez que entrar na Capela, reza logo essa oração que te ensinei ontem."

Quando rezei essa oração, ouvi na alma estas palavras: "Essa oração é para aplacar a Minha ira; recitá-la-ás por nove dias por meio do terço do Rosário da seguinte maneira:

Primeiro rezarás um Pai Nosso e Ave Maria e o Credo,

em seguida, nas contas do Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: Eterno PAI, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor JESUS CRISTO, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.

Nas contas das Ave Maria rezarás as seguintes palavras: Pela Sua dolorosa Paixão, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

No fim rezarás três vezes estas palavras: DEUS Santo, DEUS Forte, DEUS Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro".»

Agora, vamos esclarecer:

= Em primeiro lugar, a ordem correta de se rezar as orações iniciais é: PAI-nosso, Ave-Maria e Credo; pois foi assim que DEUS quis e inspirou à Santa Faustina. Portanto, nada de rezar primeiro o Credo, depois o PAI Nosso e a Ave-Maria, como é feito no Rosário Mariano.

= Em segundo lugar deve ficar bem claro que este Terço deve ser rezado na 'primeira pessoa do singular'! Ainda que o Terço seja rezado por várias pessoas, cada uma vai dizer: «... eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue... em expiação dos nossos pecados», e não como alguns rezam erroneamente: "nós Vos oferecemos o Corpo e o Sangue...".

Isso não é egoísmo, ao contrário, pois cada pessoa estará rezando individualmente, mas em nome de todas as outras, que também precisam da Misericórdia de DEUS.

= Em terceiro lugar, saibamos que o Terço da Misericórdia é dirigido à DEUS PAI, e não a JESUS; como claramente se vê na fórmula:

«Eterno PAI, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de nosso Senhor JESUS CRISTO...»

Assim é na primeira, mas também na segunda parte do Terço. Ele todo é rezado a DEUS PAI. Isso significa que no decorrer do Terço não vamos dizer erradamente:


"Pela Vossa dolorosa Paixão, ó JESUS..."
ou
"Pela Tua dolorosa Paixão, ó JESUS!"

O correto é dizer: «Pela Sua dolorosa Paixão, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.» Deve-se dizer "Sua" mesmo, e sem "ó JESUS" no final.

Para entender melhor, vamos recordar os Pronomes Possessivos.

  • Meu - se refere à "primeira pessoa", ou seja, a própria pessoa que está falando. Ex.: "Este é o meu livro."
  • Teu (ou Vosso - é mais comum em algumas regiões do país, ou é usado para exprimir respeito com a pessoa que se fala) - se refere à "segunda pessoa", ou seja, a pessoa com quem você está falando. Ex.: "Este é o teu livro." - "Este é o vosso livro."
  • Seu (Sua) - se refere à "terceira pessoa", ou seja, a pessoa da qual você está falando. Ex.: "João não foi à aula, mas o professor não teve dúvidas de que aquele era o seu livro."

Assim, no "Terço da Misericórdia", nós (primeira pessoa) estamos falando com DEUS PAI (segunda pessoa) sobre JESUS (terceira pessoa); por isso deve-se utilizar o pronome "Seu".

Portanto, no trecho «Pela Sua dolorosa Paixão» não estamos falando com JESUS, mas estamos falando de JESUS, ou seja, estamos falando com DEUS PAI sobre JESUS.

= E por fim, lembremos que não é correto acrescentar outras palavras e expressões, que não estão no original. Por exemplo: não é necessário dizer: "...em expiação dos nossos pecados e dos pecados do mundo inteiro." No original, não tem este acréscimo. Basta dizer somente: «...em expiação dos nossos pecados e os do mundo inteiro.»

= Durante a oração do "Terço da Misericórdia" não se diz nenhuma jaculatória; isso não faz parte do Terço a qual Santa Faustina foi inspirada. Mas por quê tudo isso? É porque o Terço da Misericórdia é uma breve oração, mas ao mesmo tempo muito forte.

O certo é - para quem quiser - dizer estas jaculatórias após terminar todo o Terço. As mais conhecidas, seriam: «Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de JESUS, como fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós!» e «JESUS, eu confio em Vós!»


24 de maio de 2017

Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos

O milagre das velas de Nossa Senhora Auxiliadora

N. Sra. Auxiliadora - Catedral de Goiânia
Colocamos aqui a história de um milagre ocorrido em 12 de maio de 2011.

Em torno das 5 horas da manhã um homem chamado Daniel Dias Pereira saiu de Caçapava do Sul, região central do Rio grande do Sul, levando em seu carro mil velas divididas em dez caixas. Ele ia em direção à cidade de Bagé, quase fronteira com o Uruguai.

As velas tinham sido encomendadas por Adriana Caminha, uma comerciante que pretendia vender as velas à Paróquia de Nossa Senhora Auxiliadora, por ocasião da Festa da padroeira.

Mas alguns quilômetros após deixar a cidade de Caçapava do Sul, na rodovia BR 153, Daniel perdeu o controle do carro em uma curva e colidiu contra um muro de pedras que ficava ao lado da estrada. O automóvel teve perda total, mas ele nada sofreu, nem as velas que ele carregava.
(fonte: Wikipedia - por Daniel Cassol, iG Rio Grande do Sul)

Para saber mais sobre a História de nossa Senhora Auxiliadora, acesse aqui.

Oração à Nossa Senhora
Auxiliadora dos Cristãos e protetora do lar

Santíssima Virgem Maria
a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos,
nós vos escolhemos como Senhora
e Protetora desta casa.

Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso.
Preservai esta casa de todo perigo:
do incêndio, da inundação, do raio,
das tempestades, dos ladrões,
dos malfeitores, da guerra
e de todas as outras calamidades que conheceis.

Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa.

Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado.

Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus,
e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus
e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz.
Maria, Auxílio dos Cristãos,
rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém.

Oração a Nossa Senhora Auxiliadora
composta por Dom Bosco

Ó Maria, Virgem poderosa,
Tu, grande e ilustre defensora da Igreja;
Tu, auxílio maravilhoso dos cristãos;
Tu, terrível como exército ordenado em ordem de batalha
Tu, que só, destruíste toda heresia em todo o mundo:
Ah! Nas nossas angústias, nas nossas lutas,
nas nossas aflições, defende-nos do inimigo;
e, na hora da morte, acolhe a nossa alma no Paraíso.
Amém.

Para saber mais sobre a Nossa Senhora de Dom Bosco, acesse aqui.

Oração a Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos

Ó Santíssima e Imaculada Virgem Maria, 
terníssima Mãe nossa e poderoso Auxílio dos Cristãos, 
nós nos consagramos inteiramente 
ao vosso doce amor e ao vosso santo serviço.

Consagramo-vos a mente com seus pensamentos, 
o coração com seus afetos, o corpo com seus sentidos 
e com todas as suas forças, 
e prometemos querer sempre trabalhar 
para a maior glória de Deus e a salvação das almas. 

Vós, entretanto, ó Virgem incomparável, 
que fostes sempre a Auxiliadora do povo cristão, 
continuai, por piedade, a mostrar-vos tal,
especialmente nestes dias.

Humilhai os inimigos de nossa Santa Religião 
e frustrai seus perversos intentos.

Iluminai e fortificai os Bispos e os Sacerdotes, 
e conservai-os sempre unidos 
e obedientes ao Papa, mestre infalível; 
preservai da religião e do vício a incauta mocidade; 
promovei as santas vocações 
e aumentai o número dos ministros sagrados, 
a fim de que, por meio deles, 
se conserve o reino de Jesus Cristo entre nós 
e se estenda até os últimos confins da terra.

Suplicamo-vos também, ó dulcíssima Mãe nossa, 
lanceis continuamente vossos olhares piedosos 
sobre a incauta mocidade rodeada de tantos perigos, 
sobre os pobres pecadores e moribundos; 
sede para todos, ó Maria, doce esperança, 
Mãe de misericórdia e Porta do Céu.

Mas também por nós vos suplicamos, ó grande Mãe de Deus. 
Ensinai-nos a copiar em nós vossas virtudes, 
e de um modo especial vossa angélica modéstia, 
a fim de que, por quanto for possível, com nossa presença, 
com nossas palavras e com nosso exemplo, 
representemos ao vivo no meio do mundo 
a Jesus, vosso bendito Filho, 
vos façamos conhecer e amar, 
e possamos por este meio salvar muitas almas.

Fazei mais, ó Maria Auxiliadora, 
que estejamos todos unidos 
debaixo do vosso maternal manto.

Fazei que nas tentações 
vos invoquemos logo com toda a confiança.

Fazei, enfim, que o pensamento 
de que sois tão boa, tão amável e tão querida, 
a lembrança do amor que tendes aos vossos devotos, 
nos conforte de tal modo que, na vida e na morte, 
saiamos vitoriosos contra os inimigos de nossa alma, 
e possamos depois unir-nos convosco no Paraíso. Amem.

Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, rogai por nós!

17 de maio de 2017

Entrevista com Dom Manoel Pestana

Entrevista com Dom Manoel Pestana sobre as Aparições de Fátima



Clique nos links acima para o link do site "Fratres in Unum"
com esta entrevista de Dom Manoel Pestana Filho.


Não deixem de assistir. Muito bom!
Este bispo, muito humilde e santo,
deu esta entrevista seis meses antes de falecer...

14 de maio de 2017

Testemunho: Uma santa brasileira ainda desconhecida!

Colocamos aqui um maravilhoso testemunho de amor, fé e coragem. É a história de Fortunata Cargnin, uma humilde camponesa gaúcha, brasileira de ascendência italiana, de 27 anos de idade, e que deve servir de modelo para todas as mães!

O fato aconteceu em 1929, em Vila Cruz, na zona rural do município de Nova Palma, no estado do Rio Grande do Sul (Brasil).

Fortunata e seu esposo Sebastião Cargnin, moíam cana-de-açúcar em um rústico moinho. Por uma distração, a sua mão esquerda prendeu-se nos cilindros de madeira e ficou completamente esmagada. Era o início de muitas horas de dor.

Para chegar ao hospital mais próximo, distante cerca de 50 Km de sua casa, eles levaram 10 horas, viajando numa carroça, em péssimas estradas. Chegando lá, a dura constatação do médico: era necessário amputar imediatamente o que restava da mão, e para isso, tomar anestesia geral, que na época era feita por inalação de éter.

Fortunata revelou ao médico que estava grávida de três meses e perguntou se a anestesia influiria na gravidez. O médico argumentou que, neste caso, o bebê seria sacrificado, para que a vida dela fosse salva.

Fortunata respondeu decididamente: “Pode cortar sem anestesia!”

Além da dor da amputação, ela enfrentou o preconceito e as críticas dos parentes e vizinhos, pois o casal já tinha 6 filhos. Alguns diziam: “Chega de filhos!”, ao que ela sempre respondia: “Os filhos que o Senhor me enviar, eu aceito.”

Seis meses depois, em fevereiro de 1930, nasceram dois bebês. Fortunata não sabia que estava grávida de gêmeos. Eram dois meninos, que receberam o nome de Daniel e Abraão.

Depois deles, Fortunata e Sebastião tiveram mais seis filhos, de modo que o casal teve ao todo 14 filhos!

Daniel e Abraão cresceram com um sonho: o sacerdócio, mas como a família era pobre, não tinham condição de realizar este sonho…

Mesmo assim, conseguiram entrar na Congregação dos Palotinos, e tornaram-se religiosos; só mais tarde, em 1972, aos 42 anos, foram ordenados sacerdotes!

E foi nessa ocasião, na Celebração de Ordenação Sacerdotal, que foi levada à público a história do nascimento deles, ou seja, que ela teve a mão amputada para salvar os filhos... Interessante o detalhe: a mãe amputou a mão sem anestesia para dar à vida aos filhos que mais tarde teriam as mãos ungidas e consagradas para o Sacerdócio!

E mais um detalhe que revela a grandeza de alma dessa mãe católica: ela nunca se queixou do que sofrera, nem mesmo se gabou do que fizera... até então, guardara o silêncio, pois para ela “importava apenas que Deus soubesse o seu gesto”.

O Padre Daniel Cargnin, além de Sacerdote e Pároco de Nova Treviso, foi cientista muito respeitado, como Paleontólogo e estudioso de fósseis minerais. O Padre Abraão Cargnin, foi pároco de Nova Esperança; ambos da Diocese de Santa Maria.

Quatro das filhas do casal tornaram-se Religiosas, da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.

Todos os filhos tiveram muito orgulho do gesto de sua mãe. “O exemplo de vida que ela deu foi de paz e tranquilidade, considero-a a bondade em pessoa”, declarou Irmã Santina, uma das filhas religiosa.

Fortunata faleceu em paz em 1976. Os dois padres também já faleceram.

A história de Fortunata aconteceu há muitos anos, mas possui uma mensagem forte ainda para os dias de hoje, pois a opção pela vida não perde sua atualidade jamais! Quantos padres, quantos santos, quantos cientistas foram executados neste crime tão hediondo?!!

Que possamos, como esta mãe, ter a têmpera dos mártires, e não ter medo de nos oferecermos e nos doarmos, escolhendo em primeiro lugar a Vida!

Maria, Mãe das mães, rogai por nossas mães, para que sejam corajosas portadoras da Vida!


Texto adaptado das seguintes fontes:

http://recadosdoaarao.com.br/carrega.php?cat=7&id=2108 (Jornal Novo Milênio: 20 outubro 1997)

http://www.fundadores.org.br/AbortoNao/principal.asp?IdTexto=910&pag=1&categ=1

 

3 de maio de 2017

As Virtudes de Maria

* Uma sugestão é rezar estas meditações à maneira de "Retiro pessoal", durante 10 dias, em três momentos: de manhã, à tarde e à noite. Mas nada impede de se fazer de outra maneira, mais apropriada à sua disponibilidade.

* Você pode fazer estas meditações na Capela da Paróquia ou Comunidade em que você participa, ou também em sua casa... O importante é que você possa se recolher em silêncio para meditar nas virtudes de Nossa Senhora.

* Pode-se copiar o texto; pedimos apenas para citar a fonte. DEUS lhe pague!

* Para quem for fazer em Comunidade, com várias pessoas, uma sugestão é fazer cartões com cada Virtude, e colocar em uma caixinha. Assim, cada pessoa vai tirando a cada dia uma virtude para meditar.

1º dia) HUMILDADE

“Minha pomba, oculta nas fendas do rochedo e nos abrigos das rochas escarpadas.” (Cant 2, 14)

1º momento –

* A Santíssima Virgem reconhecia-se diante de Deus como ela verdadeiramente era, ou seja, nem pior, nem melhor. Reconhecia-O como Deus, sendo ela criatura. Ele como Rei eterno, ela como serva. Ele, de onde provinha todo o Bem; ela, como receptáculo que recebia tudo. Quando santa Isabel a louvou pela concepção do Filho de Deus, imediatamente ela restituiu a Deus todo o devido louvor (leia Lc 1, 46 – 49).

* Agradecer a Deus os Dons que Ele nos deu, reconhecendo que nada somos sem Ele, é o primeiro passo para lutarmos contra o orgulho. Pelo exercício da humildade, alcança-se o Dom da Ciência, de reconhecer a própria miséria e fraqueza, mas o valor precioso da alma – que é como um receptáculo que deve estar vazio de si mesmo para encher-se de Deus. Tudo vem d'Ele! Buscando só a Deus e o que a Ele agrada, encontra-se tudo e tem-se tudo.

* “Em vez de causar-me mal, levar-me à vaidade, os Dons que Deus me prodigalizou (sem que Lhe tenha pedido) me levam para Ele.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Mãe Santíssima, ensina-me a louvar a Deus pelos Dons que Ele me deu, para que eu possa utilizá-los em proveito dos meus irmãos e irmãs, mas não permitas que eu esqueça que tudo vem d'Ele, e que nada sou e nada posso sem o auxílio da Graça Divina. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Maria, não gostava de aparecer, e por isso mesmo sua presença era motivo de paz e de alegria. Ela era toda doçura. Ao chegar na casa de santa Isabel e a saudar, esta, apenas ouviu a sua saudação e ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1, 41).

* Como é agradável chegarmos perto de alguém que só sua presença nos fala de Deus. A gentileza, educação e compreensão não são virtudes que só alguns conseguiram o mérito de ter, mas é algo que todo o cristão tem a obrigação de buscar e de exercitar. Aquele, no entanto, que se vangloria contando vantagens; busca chamar a atenção dos outros para si; em tudo quer ter razão e quer dar a opinião, torna-se antipático e desagradável, podendo ser muitas vezes motivo de competição, discórdia, inveja e ciúmes.

* “Eu Vos suplico, ó meu Deus, enviar-me uma humilhação cada vez que eu tentar me elevar acima dos outros.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Ó doce Mãe de Jesus, tudo em vós falava de Deus, refletia Deus; a Senhora não buscava nenhuma atenção para si mesma. Ajudai-me, pois, alcançar esta doçura de que a Senhora era plena. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* É realmente impossível imaginar a Santíssima Virgem disputando honra com outras mães, falando que o Menino Jesus era mais bonito, mais inteligente, mais santo... o próprio Deus; querendo o melhor lugar no Templo; querendo estar próxima e ter prestígio junto às pessoas importantes da época... Ela não fazia caso de nenhuma honra, buscava sempre o escondimento, e não preocupava se era amada ou não.

* A humildade não engana: as atitudes externas para passar-se por humilde são como as flores que de longe têm bela aparência, mas de perto exalam um odor fétido e venenoso. Para o verdadeiro humilde nada é difícil, nada é complicado, ele está muito acima de todas as buscas meramente humanas e mesquinhas: ele não busca ser preferido, estimado acima dos outros, elogiado, consultado, e nem teme ser rejeitado, esquecido, ou mesmo caluniado, pois sabe que não será nem aumentado nem diminuído no conceito de Deus.

* “Confesso que nunca procurei a glória. O desprezo tinha atrativos para o meu coração, mas reconhecendo ainda que este era muito glorioso, apaixonei-me pelo esquecimento.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Mãe da humildade, alcança-me a Graça de sair de mim mesma; de não construir a cruz com as minhas próprias mãos, mas aceitar a que o Senhor me der. Oração pessoal. Ave Maria.

2º dia) PUREZA

“És toda bela, ó minha amiga, e não há mancha em ti.” (Cant 4, 7)

1º momento –
* O amor da Virgem Maria por Deus era incondicional. Há quem pense que a pureza na vida consagrada se refere somente ao corpo, ao que é exterior. É antes de tudo, o fruto de um coração indiviso, que vê como único objeto do seu amor, o próprio Deus: “Que todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – seja conservado irrepreensível (puro) para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Tes 5, 23).

* Se o objetivo final é ter o coração indiviso, os primeiros passos a percorrer não ficam longe da busca de atitudes modestas e de uma mente casta. Por isso que: o pensar, o falar, o olhar e o tocar de uma pessoa que entregou seu coração todo para Deus, não podem ser os mesmos daqueles que não fizeram esse propósito, ainda que tais atitudes não sejam pecado. “Eu quisera ver-vos livres de toda preocupação”, diz São Paulo (I Cor 7, 32 – 33).

* “Creio que nunca fiquei três minutos sem pensar em Deus (...) pensa-se naturalmente em quem se ama.” (Sta. Teresinha)

* Oração: Ó Virgem pura, elevai o meu coração e minha mente ao céu, para que aspire e pense nas coisas superiores, buscando “com todo o meu coração, com toda a minha alma, de todo o meu espírito e com todas as minhas forças” o verdadeiro amor, e não se prenda a nenhum outro na terra. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Maria tinha o coração e a alma desprendida de todo o criado; sabendo fazer de cada sofrimento uma pérola a mais para sua coroa. Ela usou todas as suas faculdades para amar e servir a Deus, colocando seu amor e esperança naquele bem vindouro, “como está escrito: coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam". (1Cor 2,9)

* A satisfação do corpo e de seus apetites trás alegria falsa e passageira; depois que passa, resta somente o amargo do pecado, que é como um verme que rói a consciência. Mas aquele que tem pura e leve a consciência encontra a verdadeira alegria, mesmo no meio das adversidades.

* “Que sede tenho das maravilhas do Céu! Nada me toca nesta terra.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Mãe, não me permita esquecer que meu corpo é templo do Espírito Santo. Oração pessoal. Ave Maria.
3º momento –

* Maria não foi manchada pelo pecado, nem no seu corpo, nem na sua mente, e muito menos na sua alma, é por isso que devemos correr a ela quando formos tentados. Mas a intercessão e proteção da Virgem não tiram nossa responsabilidade de estarmos sempre vigilantes, fugindo das ocasiões de pecado.

* Quem entrega seu corpo a deleites sensíveis – e se em demasia, até mesmo os lícitos – está ele próprio se colocando em situação perigosa. Assim, pois, a satisfação excessiva do paladar – que conduz à gula – fortalece a concupiscência da carne; e a curiosidade de tudo querer ver e saber, fortalece a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. (I Jo 2, 16). “Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (Tg 1, 13 – 16)

* Diz-se que São Domingos Sávio conservava seus olhos sempre baixos, não fitava demoradamente uma jovem, e sempre desviava o olhar dos espetáculos públicos. Certa vez, um colega, incomodado com isto, perguntou-lhe para quê ele tinha olhos, se não apreciava nada, ao que ele respondeu: “Não olho, pois quero conservar os meus olhos puros, para ver a Virgem Maria no Céu.”

* Oração: Consagro, Mãe, todo o meu ser a ti, e quero renovar essa minha dependência à vossa proteção e essa pertença a ti, até o dia em que meus olhos te verão no Céu. Oração pessoal. Ave Maria.

3º dia) OBEDIÊNCIA

“Ó tu que habitas nos jardins, faze-me ouvir a tua voz.” (Cant 8, 13)



1º momento –
* ‘Se pela desobediência de uma virgem, o pecado entrou no mundo, pela obediência de outra, a graça nos foi restituída. O que em Eva perdemos, em Maria ganhamos’.

* Não é o medo do castigo que nos deve fazer obedecer, devemos ser levados, antes de tudo, pelo santo temor. O temor é revestido de respeito, de não querer desagradar a Deus na pessoa dos superiores e dos mais velhos; e de um coração devoto que reconhece a Majestade Divina. O caminho da obediência é percorrido junto com o desapego de nossas vontades, e só por amor. “É muito mais seguro obedecer que mandar.” (Imitação de Cristo I. 9,1).

* “A chave da obediência abriu a porta do Céu. Com a chave da desobediência, abres o inferno.” (Sta. Catarina de Senna)

* Oração: Ó Virgem obedientíssima, ensina-me o caminho seguro da obediência. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Diz São Lucas que a Virgem Maria levantou-se e foi às pressas servir Isabel. Sabendo qual era a vontade de Deus, ela não duvidou, nem resistiu, mas teve prontidão e uma caridosa atitude de resposta.

* Se a prontidão é filha da obediência, a resistência é a serpente que a rodeia. O que fez Eva comer da árvore da vida, foi o orgulho e desobediência a Deus, que foi incitado pelo questionamento da serpente, ao qual Eva deu ouvidos. O amor excessivo a si mesmo, que não aceita a vontade do outro quando esta não é conforme à própria vontade, é o que torna difícil viver sob a obediência.

* “Não há pior e mais nocivo inimigo de tua alma, que tu mesmo quando não obedeces.” (Tomás de Kempis)

* Oração: Mãe Santa, corrigi-me todas as vezes que eu for desobediente. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* Na aparição à Santa Bernadette, em Lourdes, a Virgem Imaculada apareceu com rosas amarelas sobre os pés, significando que seus pés jamais percorreram os caminhos errados da desobediência, mas ao contrário, esmagaram a cabeça do demônio, o mestre da desobediência.


* Cristo deixou-se prender com os cravos nas mãos, para reparar os pecados cometidos contra a Castidade e a Pobreza; e deixou-se prender com o cravo nos pés, para reparar os pecados cometidos contra a Obediência. A cor amarela das rosas, significa ouro, nobreza... assim, obedecer não é rebaixar-se, mas é crescer na nobreza Divina.

* “Deixar de fazer uma ocupação mandada pela obediência, para unir-se a Deus pela oração..., é afastar de Deus e unir-se ao nosso amor próprio.” (São Francisco de Sales)

* Oração: Ó Virgem Mãe, quero como santa Teresinha, ‘lançar-me numa corrida de gigantes’; alcançar esta nobreza de alma que tem aquele que, a todos obedece por amor a Deus. Oração pessoal. Ave Maria.

4º dia) POBREZA

“Eu sou do meu amado e meu amado é meu.” (Cant 6, 3)

1º momento –

* Nossa Senhora não possuía mais nada além de Jesus, e por isso mesmo ela possuía tudo, tudo o que era essencial! Assim, ela foi livre, totalmente livre, e a mais rica de todos.

* Há os ricos que só juntam nos celeiros da terra. Ai! desses, pois deixam o celeiro celeste vazio. Há outros, porém, e felizes são estes, que tendo muitos bens na terra, sabem usar deles com sabedoria, são desapegados e caridosos, e acima de tudo buscam ser ricos da Graça de Deus.

Por outro lado, há alguns pobres que infelizmente são ricos de si mesmos, orgulhosos, vivem de revoltas e murmurações, inconformados com sua ‘sorte’; infelizes destes. Há ainda os que sendo pobres nesse mundo, buscam somente as riquezas espirituais, estes são bem-aventurados e serão consolados na vida eterna.

Entretanto, mais bem-aventurados que todos esses é aquele que ‘se faz pobre por amor do reino dos céus’, este receberá aqui cem vezes mais e na outra vida, uma recompensa eterna. (Mt 5, 3; 19, 21; Lc 6,20).

Enfim, não adianta ter a aparência de pobre, se no coração se é rico de orgulho, de ganância, de inveja, de pecados... A verdadeira pobreza começa no interior, dela brota a pobreza exterior de Cristo!

* “Não abraceis a pobreza, por amor à pobreza. Isso é miséria. Abraçai a pobreza por amor de vossa liberdade. Assim vos libertareis da ambição e estareis acima dos interesses mundanos” (Sto. Agostinho).

* Oração: Mãe admirável, faça-me compreender esta liberdade que possuías, ao ter só Deus, e ser só d'Ele, para que minha alma possa correr atrás dela sem se cansar. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* É certo de que quando a Santíssima Virgem recebeu o ouro das mãos de uns dos três Sábios, não ficou pensando no que poderia comprar: peças de enxoval para o Menino Jesus, um tecido novo para o véu, sandálias novas, perfumes, enfeites, ou mesmo utensílios para casa. As riquezas que ela aspirava eram as celestes e incorruptíveis.

* A ganância é como a ferrugem que quanto mais vê ferro, mais corrói, e ao mesmo tempo como uma trave nos olhos, que faz enxergar o egoísmo nos outros, quando na verdade é ele o ganancioso, querendo o que não lhe pertence.

Mesmo não se tendo nada, pode-se pecar contra a virtude da pobreza, quando a ganância de possuir torna-se um apetite insaciável. O desprendimento, no entanto, deixa o coração tranqüilo e protegido de muitas coisas, como dizia santa Clara: “Grandes muros são os da pobreza.”

* “Se te contentas com o suficiente, verás de que pouco necessitas.” (Sto. Agostinho)

* Oração: Mãe, ensina-me a buscar somente os bens eternos, para que na generosidade do meu sim a Deus e aos irmãos eu seja livre, e mesmo não tendo nada, nem bens, nem direitos e vontades, eu possua o Tudo. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* A Virgem Maria quando disse o 'sim' a Deus, deu a Ele o direito de toda a sua vida. E Deus Pai deu a ela Jesus; que troca mais sublime!

Mas... nem Ele, ela reteve para si, ofertou-O ao Pai no momento da ‘Apresentação no Templo’, não somente como um ritual judaico, mas consciente do significado daquela entrega, que se consumou aos pés da Cruz naquele holocausto perfeito.

* Ser pobre, não é somente não ter muitos bens, ou ser deles desapegados, mas é também sair de si mesmo, dar o que de mais precioso tiver, dar de si, dar até a própria vida. A generosidade de doar-se quebra o egoísmo e aniquila a avareza.

* “A pobreza é um bem que encerra todos os bens do mundo... Deus e mais alguma coisa, é menos do que Deus só!” (Sta. Teresa de Jesus d’Ávila)

* Oração: “Quero dizer meu sim, como tu, Maria, como tu, um dia, como tu, Maria; quero amar Jesus... quero amar o irmão...” Oração pessoal. Ave Maria.

5º dia) PACIÊNCIA

“Não desperteis, nem perturbeis o amor, antes que ele o queira.” (Cant 3, 5b)

1º momento –

* Toda a vida de Maria na terra foi uma mistura de alegria e dor, e por isso ela é modelo de mansidão e espelho de paciência. Quantas coisas ela não compreendia, mas guardava-as meditando-as em seu coração, e assim aguardava o momento em que Deus lhe faria compreendê-las (conf. Lc 2, 19).

* O questionamento é bom quando passa pela balança da humildade. Quando se busca aprofundar naquilo que ainda não se compreende. Mas quando é originado pela autossuficiência, rebeldia ou pela falta de confiança em Deus, ou mesmo de se esperar o tempo de Deus, só alimenta a insatisfação e não dá resultado. E é certo, o questionamento originado de uma boa inspiração, jamais se sobrepõe à obediência.

* “Sofre as demoras de Deus, dedica-te a Ele e espera com paciência.” (Eclo 2, 2-3).

* Oração: Ó Mãe, tudo compreendeste do Plano de Deus para ti, porque na paciência soubestes esperar que Ele mesmo te revelasse; ensinai-me a sempre aguardar o tempo de DEUS sem deixar de fazer a minha parte. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Quando a Santíssima Virgem consentiu com o plano de Deus que lhe anunciara São Gabriel, ela disse: “Faça-se em Mim segundo a tua palavra”. Essa ‘palavra’ era a mensagem que o Santo Anjo havia dito, mas significava também principalmente o plano de Deus, a Vontade de Deus, o próprio Verbo.

“Humilha teu coração e espera com paciência”, diz o Eclesiástico. A verdadeira felicidade só existe quando nossa vontade se igualou à Vontade de Deus, e isto se adquire na paciência, e esta por fim, fortalece a confiança. A impaciência, pode levar a fazermos nossa própria vontade, sem consultar a Deus, e assim nos cegar para a Verdade. Entretanto, a paciência não significa braços cruzados, mas... ir até onde se pode ir; o que está longe do nosso alcance, pertence a Deus.

* “O homem paciente vale mais do que o homem forte, e o que domina a sua alma é mais estimado que o que toma cidades.” (Prov 16, 32)

* Oração: Mãe, não permita que eu esmoreça, mas que confie pacientemente, e não deixe de buscar com resoluta prontidão me adequar ao querer de Deus. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* Também nas Bodas de Caná, a Virgem Maria nos ensina a esperar com paciência para se alcançar a alegria do melhor vinho. Ela deixou um precioso conselho: ‘Fazer a Vontade de Jesus’ (conf. Jo 2,5).

* Assim como o fogo molda o ferro, a paciência refina e modela a alma. E ligada à paciência está a força de vontade. Portanto, aquele que deseja vencer as tribulações e tentações, que se exercite em dominar-se a si mesmo a começar das coisas menores. Não adianta propôr mil boas e grandes resoluções de mudanças, se ao primeiro sinal de prova, não se esforça por dominar a própria vontade em pequenas coisas - claro sinal de que achará bem mais difícil dominar coisas maiores.

* “A paciência tudo alcança” (Sta. Teresa de Jesus d’Ávila).

* Oração: Ó Mãe Santa, quanto sofrestes aguardando aquele bendito dia em que possuirias eternamente Vosso Deus e Filho no Céu; intercedei por nós para que os sofrimentos da terra não nos tirem a esperança da vitória com Cristo. Oração pessoal. Ave Maria.

6º dia) FIDELIDADE

“Encontrei aquele que meu coração ama,
segurei-o e não o largarei.”
(Cant 3,4)


1º momento –

* Maria não fraquejou em nenhum momento depois do seu ‘sim’. Desde a fuga para o Egito até o holocausto aos pés da Cruz, ela foi fiel ao sim que tinha dito a Deus. Ela creu na fidelidade dAquele que prometeu (conf. Hb 10,23).

* Para se alcançar a fidelidade é mister pedir ao Espírito Santo que lhe fortaleça o Dom do Entendimento (ou Inteligência), para que bem entenda as verdades da fé, pois a fidelidade exige uma fé consolidada, diferente de um coração dúbio, que ao menor sinal de tribulação não acredita mais nas promessas de Deus.


* “Eu morrerei num campo de batalha, com as armas nas mãos.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Ó Virgem fiel, também eu quero ser fiel em meio às provações. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Se São José, era considerado um homem justo – ou seja, que dava a Deus o que Lhe era devido, e aos homens o que lhes cabia – mais ainda devemos crer que a sua Esposa Santíssima era plena desta virtude!

* A fidelidade exige justiça, e encontra-se naqueles que são justos a “freqüente correção de seus pensamentos, e a retidão de sua conduta em relação ao próximo” (Catecismo § 1807). Assim, o juízo temerário (julgamento) não entra nas atitudes do justo. Ele também não tem respeito humano, e denuncia o pecado sem receio, não faltando - é claro - com a caridade. O homem que é fiel a Deus, confia portanto em Sua fidelidade e sabe que Deus lhe fará justiça.

* “... jamais vi o justo abandonado, nem seus filhos a mendigar o pão” (Sl 36,25).

* Oração: Mãe, ergo a vós os meus olhos e peço: que a minha fidelidade ao Deus de Amor, nunca passe por cima da justiça aos meus irmãos. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* Quando Jesus fazia milagres, quando era aclamado por todos como Rei, Messias..., a Virgem Maria não estava perto; mas quando chegou o momento de Sua Paixão, muitos fugiram, outros mentiram, outros traíram, mas a Virgem Maria permaneceu de pé ao Seu lado.


* Quem é fiel não trai, também não teme ser pego de surpresa, pois não faz nada escondido, mas é sempre transparente. Não diz às costas o que não diria em face. Assim, quem é fiel não mente, não diz meias verdades; tem coragem de ficar junto ao amigo, mesmo que este é mal visto por todos. A traição anda junto com a mentira e com a covardia. A fidelidade é sinal de verdadeira amizade.

* “Faz-nos tão bem, quando sofremos, ter corações amigos, cujo eco responde à nossa dor” (Sta. Teresinha do Menino Jesus).

*Oração: Maria, Virgem fidelíssima, quero andar sempre junto convosco para de vós aprender a fidelidade. Oração pessoal. Ave Maria.

7º dia) PRUDÊNCIA

“Quanta razão há de te amar.” (Cant 1,4e)

1º momento –

* Nossa Senhora, mesmo tendo sido preservada do pecado original e de cair em qualquer outro pecado, sempre fugia das ocasiões de ofensa a Deus. Ela não se desviava das sendas verdadeiras que a Deus conduzem e que a faziam cada vez mais crescer na perfeição e acumular merecimentos para a glória d'Ele.

* Para nós que somos pecadores, o fugir do pecado é uma questão de vida, é ser prudente. A prudência em relação à fuga do pecado está diretamente relacionada à temperança. A temperança supõe-se um equilíbrio, o domínio da vontade sobre as próprias paixões. Se se sabe pela experiência própria, ou pelo conselho de outrem que, aquela situação, aquela pessoa, aquela leitura, aquela atitude que se tem... leva ao pecado, ou o facilita, seja em si mesmo ou em outra pessoa, o mais sensato a fazer é afastar-se dela: “foge do pecado como se foge da serpente.” (Eclo 21, 2).

* “A aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz... Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.” (São Paulo)

* Oração: Ó Mãe, se eu conservar sempre a lembrança da vossa presença, vos consultarei sempre em minhas atitudes, para agir com prudência. Vinde em meu auxílio. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* A vida de Maria era uma oração, mesmo nas atividades mais corriqueiras do dia-a-dia. Sua prudência a fazia não desviar os olhos de Deus, pois sabia que era d'Ele que lhe vinha toda a Força e Graça.

* Se na hora da tentação ou tribulação se estiver com a vontade fraca, é muito mais fácil cair. Não é nesta hora que se luta para ser forte, pois já é preciso estar forte – pela vigilância na oração. Assim o inimigo de tua alma não te pegará desprevenido.

* “Sede portanto prudente, e vigiai na oração.” (São Pedro)

* Oração: Mãe, quero também fazer da minha vida uma oração; fica comigo. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* É prudente escutar a Deus, pois é d'Ele que nos vem a sabedoria... e Maria era essa virgem silenciosa, que estava sempre à escuta de Deus, para d'Ele aprender. “E agora, meus filhos, escutai-me: felizes aqueles que guardam os meus caminhos. Ouvi minha instrução para serdes sábios... feliz o homem que me ouve.” (Prov 8, 32-34).

* “Antes de falar, aprende”, diz o Eclesiástico (18, 19b). O silêncio para a escuta de Deus não significa timidez ou dissimulação, falsidade. Há o tempo de falar e o tempo de calar. (Ecle 3,7), ou seja, é prudente calar para aprender, mas imprudente e insensato calar quando se deve exortar ou pedir ajuda.

* “Se alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo, faça-se louco para tornar-se sábio.” (São Paulo)

* Oração: Minha boa Mãe, alcança-me a prudência de buscar a Sabedoria de Deus à sabedoria do mundo. Oração pessoal. Ave Maria.

8º dia) CARIDADE

“As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir.” (Cant 8, 7)

1º momento –

* No coração da Virgem Maria havia um lume que a abrasava no amor de Deus. Ela exclamava: “Minha alma glorifica... meu espírito exulta de alegria...” Ela não fazia nada mais do que retribuir a Deus aquele Amor de que Ele mesmo a cumulou.

* Caridade significa amor perfeito, primeiro para com Deus, que o merece de nós, pois Ele é a Fonte de onde emana todo o amor: “Amamos a Deus, por que Ele nos amou primeiro” (I Jo 4, 19). Quando nossa alma vive nesta busca incessante de amar a Deus, ela cresce na confiança e na esperança, porque experimenta toda a liberalidade de Deus, que dá a nós na medida em que queremos dEle receber. Assim, quem tem a caridade, ou seja, o amor perfeito, também não teme, pois confia no Deus que o ama.

* “Amor com amor se paga.” (São João da Cruz)

* Oração: Ó Virgem, rainha do Amor, dai-me uma centelha deste fogo de amor que abrasava o vosso coração, para eu amar a Deus acima de tudo. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Em segundo lugar, Caridade, se refere ao amor ao próximo. Logo depois da Anunciação, a Virgem Santíssima foi às pressas às montanhas para servir. Quanto cansaço e mesmo sofrimentos não deve ter custado a ela este ato de caridade. Ela não se prevaleceu de sua condição de Mãe de Deus (conf. Fl 2,6), mas até rebaixou-se para viver a verdadeira caridade.

* Jesus afirmou que o servo realmente não era maior do que o seu Senhor, mas Ele mesmo lavou os pés dos discípulos, e disse: “Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais também vós” (Jo 13, 15). Não é preciso dizer mais nada do que repetir as mesmas palavras de São Paulo: “A caridade é paciente, bondosa, não tem inveja, não é orgulhosa... não busca os próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa... tudo suporta”. Se compreenderdes tudo isso, sereis verdadeiramente felizes, mas sob a condição de a praticardes com os seus irmãos (conf. Jo 13, 17).

* “Ah! Compreendo, agora, que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, e em não se admirar de suas fraquezas.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Mãe, fazei que eu eleve meus olhos ao Céu, para ver a todos com os olhos de Cristo, além das aparências humanas. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* O ‘sim’ de Maria, é uma prova concreta de que ela bem sabia o que era melhor. Ela não se detinha ao que era terreno e passageiro, mas olhava além e buscava o eterno. Sua vida, já foi desde esta terra, pela fidelidade, esperança e pela caridade que possuía em tudo o que fazia, uma posse do Céu.

* Devemos aspirar aos Dons superiores. São Paulo diz que a caridade é a única que durará eternamente, portanto depois desta vida, tudo acabará, e não poderemos levar nada, só o amor que colocamos em nossas ações e que ficou no nosso coração. A caridade também abrange tudo; quem a possui não carece de nada e consegue fazer tudo com perfeição, porque possui o próprio Deus.

* “Compreendi que o Amor abrangia todas as vocações, alcançando todos os tempos e todos os lugares, numa palavra, é eterno.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Mãe do eterno Amor, lembrai-me que “no ocaso da vida, serei julgada pelo amor”, para que eu lute por buscá-lo desde agora, e não tenha do que me envergonhar quando contemplar a Face de Deus. Oração pessoal. Ave Maria.

9º dia) COMPAIXÃO

“Põe-me como um selo sob o teu coração.” (Cant 8, 6)


1º momento –

* Quando nossa Senhora e São José chegaram ao Templo para fazer a Apresentação do Menino Jesus, foram recebidos por Simeão, que disse à Maria palavras proféticas bem dolorosas: “E uma espada transpassará a tua alma”. É bem verdade que muitos santos obtiveram da própria Virgem Maria a revelação de que tudo o que Jesus sofreu no corpo e na alma, ela também sentiu em seu coração e em sua alma.

* Compaixão não significa simplesmente ter dó, mas ‘com - paixão’ – padecer junto com o outro em seu sofrimento, fazendo da dor do outro a própria dor. Se é belo e agradável alegrar-se com os que se alegram, é nobre chorar com os que choram. Mas o compadecer implica em uma coisa: na Fortaleza, que é amiga inseparável da Compaixão, pois realmente é preciso ser forte em Deus para padecer não só a própria dor, mas a do outro também. Os verdadeiros amigos se descobrem no dia da dor, diz o Eclesiástico: “O amigo não se conhece durante a prosperidade... mas é na desgraça que o reconhece” (conf. Eclo 12,8.9).

* “Sim, o sofrimento estendeu-me os braços, e lancei-me neles com amor... Compreendi que meu amor não se devia traduzir somente por palavras... Não é bastante amar, é preciso prová-lo...” (Sta. Teresinha do Menino Jesus).

* Oração: Oh! Virgem das dores, dá-me a Graça de estar contigo aos pés da Cruz, e lá aprender a amar. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* “Olhai e vede, vós todos que passais pelo caminho, se existe dor semelhante à dor que me atormenta” (conf. Lm 1,12). Esta é a imagem mais fiel da Virgem Maria ao acompanhar Jesus no caminho da Cruz. Ela fez da dor d'Ele a dor dela. É por isso que nossa Senhora é chamada de co-redentora, pois sua participação na paixão de Cristo foi tão grande, que se diria unida a Ele.

* São Paulo dizia: “O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne...” (Cl 1,24). Ele dizia isto não porque a paixão de Jesus fosse insuficiente para nos salvar, mas para viver mais ativamente como parte do Corpo místico – do qual Cristo é a Cabeça e nós os membros. Não convém sermos servos e membros que buscam conforto, enquanto nosso Mestre Se fez um Servo crucificado.

Por isso, uma mortificação, uma abstinência, um sacrifício, feito por amor de Deus na intenção de alguém, sendo unido aos méritos de Jesus, são realmente eficazes. Mas... como dizia santa Teresa de Jesus d’Ávila: “Irmãs, aprendei a sofrer alguma coisa por amor do Senhor, sem que toda gente o saiba”, pois o sacrifício indiscreto, que anda junto com a vaidade e a vanglória e foge à humildade da santa obediência, agrada mais ao demônio do que a Deus e não tem valor nenhum.

* “Desejar que se saiba que sofremos é agir muito vulgarmente.” (Sta. Teresinha do Menino Jesus)

* Oração: Mãe do silêncio, aos pés da cruz, só Deus conheceu o martírio do vosso coração dilacerado. Não permita que eu murmure em meio aos sofrimentos, nem busque consolos humanos, mas tenha o coração junto com o vosso e o de Jesus. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* Junto com Maria na Via-Sacra, seguiam outras mulheres, que batiam no peito e lamentavam; mas a elas Jesus disse: “Não choreis sobre Mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos” (Lc 23, 27 – 31). Maria foi digna de sofrer com Cristo; Ele aceitou todas as lágrimas dela, porque eram lágrimas verdadeiras, brotadas de um coração que não compactuava com o pecado.

* Se não nos convertermos e não chorarmos primeiro os nossos pecados – que são verdadeiramente a causa de todo o sofrimento de Jesus – não tem nenhum sentido; e nos assemelharemos a essas ‘carpideiras’ de Jerusalém. A oração, o sacrifício e as lágrimas de uma alma hipócrita não podem agradar a Deus; mas se uma alma, por mais pecados que tenha, derramar um só suspiro, uma só lágrima de verdadeira contrição por seus pecados e pela paixão de Cristo, valerá mais que todos as penitências corporais que poderia fazer: “Ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade de nada valeria” (I Co 13, 3). Pois “a verdadeira cruz é a que não escolhemos, as outras, as nossas, são sob medida, e muito perigosas”.

* “Não se tem mais garantia de estar agradando a Deus, do que aceitando de boa vontade as cruzes mandadas por Ele” (Sto. Afonso Maria de Ligório).

* Oração: Mãe celeste, quero receber de vós o tesouro que Jesus quer me dar: a cruz da minha salvação. Oração pessoal. Ave Maria.

10º dia) PIEDADE

“Eu dormia, mas meu coração velava” (Cant 5, 2).

1º momento –


* No ‘Magnificat’, vemos a explosão de júbilo de Maria agradecendo a Deus. Suas palavras lembram o Salmo 83, 2-3: “Como são amáveis as Vossas moradas, Senhor dos exércitos! Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo...”.

* Aquelas que amam a Deus com piedade filial, experimentam uma alegria muito grande com Sua presença eucarística e com todas as Suas obras, não porque vivem em consolações espirituais, mas porque verdadeiramente colocam toda a sua alegria em Deus, sua oração é como que um suspiro de amor, “quando atravessam pelo vale da aridez, o transformam numa fonte borbulhante” (Sal 83, 7). Amam a Deus tanto nas alegrias, quanto nas dificuldades, pois sabem que Ele os ama, e confiam em Seu amor que é justo, e em Sua providência, que às vezes prova pela paciência e pela dor.

* “Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o Céu, um grito de gratidão e amor; no meio da provação, como no meio da alegria” (Sta Teresinha do Menino Jesus).

* Oração: Mãe, dulcifica o meu coração, para que eu também encontre minha alegria em estar com Deus, mesmo em meio aos sofrimentos. Oração pessoal. Ave Maria.

2º momento –

* Maria não somente amava a Deus porque sentia-se bem amando-O, mas porque sabia que Ele era digno do amor dela. Ela reconhecia tudo o que Ele é por Si mesmo, e queria dar na sua pequenez o amor em reconhecimento à Sua grandeza: “... Deus, meu salvador... Sua pobre serva... Aquele que é poderoso, cujo Nome é Santo... o poder de Seu braço... Sua Misericórdia”.

* O amor que Deus merece de nós deve ser acima de tudo um ato de reconhecimento: “Vós sois digno, Senhor nosso Deus, de receber honra, glória e majestade, porque todas as coisas criastes, e é por Vossa vontade que existem, e subsistem porque Vós mandais” (Apoc 4, 11). A piedade implica em postura e zelo, ou seja, se se reconhece a dignidade de alguém, espontaneamente se busca uma dedicação maior por tudo aquilo que lhe refere, e busca fazer tudo com afeição e diligência, com cuidado e interesse. Piedade é devoção, delicadeza, o que é bem diferente de pieguismo e afetação. O piedoso não tem respeito humano, nem vergonha de praticar sua fé, seja aonde for.

* “O homem, pequena parcela da Vossa criação quer louvar-Vos... e Vós o incitais a isto... criaste-nos para Vós, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Vós” (Sto. Agostinho).

* Oração: Leva-me, ó Mãe, ‘para as águas mais profundas’ do conhecimento, do amor e do serviço a Deus. Oração pessoal. Ave Maria.

3º momento –

* Assim como a esposa do Cântico dos Cânticos não encontrou descanso enquanto não encontrou o amado, do mesmo modo foi a vida da Virgem Maria depois da morte de Jesus, até o dia de sua Assunção ao Céu; do seu coração subia ao Céu um suspiro de saudade, uma mistura de amor e de dor. Maria buscava no silêncio e na solidão a presença de Deus, e pode-se aplicar a ela o versículo do salmo de Davi: “...quando, no leito, me vem a Vossa lembrança, passo a noite toda pensando em Vós.” (Sal 62, 7)

* O amor de Deus dá uma paz inquieta à alma. Para nossa alma, a terra é um vale de lágrimas, para o nosso corpo, um lugar de deleites; por isso é uma luta contínua, pois o corpo quer gozar, mas a alma quer desprender-se do laço que a prende e possuir a Deus eternamente, e ser dEle possuída. Entretanto, sabe que aqui é o lugar de purificar-se de tudo o que o impede de unir-se perfeitamente ao Amado. Mas Deus não nos criou para que vivêssemos aqui de lamentações, mas para que na dor da saudade, fortalecêssemos na esperança, e que na alegria da espera, nos firmássemos no amor.

* “Eu vejo o que acreditei. Possuo o que esperei. Estou unida Àquele que amei com toda a minha capacidade de amar... Todas as minhas esperanças se realizaram” (Sta. Teresinha do Menino Jesus).

* Oração: Mãe celestial, eleva meu pensamento ao céu, mas não me deixe vaguear muito, não me deixe esquecer que aqui é o lugar de merecer. Oração pessoal. Ave Maria.
Por R. Maria - 13 maio 2005