O santo padre, papa Bento XVI, iniciou sua Carta Apostólica “Porta
Fidei” afirmando que “a porta da fé está sempre aberta para
nós”!
Estamos entrando no período que antecede o Natal; que não é ainda
o momento das festas, mas de preparação e vigilância; e mais do
que nunca, neste “Ano da Fé”, um tempo que nos convida a entrar
pelas portas deste mistério: a espera na fé.
Para o cristão, o Ano Novo inicia-se no Primeiro Domingo do Advento,
e no decorrer das semanas somos conduzidos ao encontro com o Emanuel.
O Salvador que desce até nós e Se faz um de nós... mas para quê?
Não para se prender conosco nos horizontes deste mundo, mas para
elevar-nos, conduzir-nos para o alto!
É por isso que advento significa a espera por algo ou alguém
importante que está para chegar! Assim, não só nos aponta para a
vinda de Jesus Menino no Natal, mas também para a segunda vinda de
Cristo, Glorioso, que virá rodeado de Seus Anjos; é o que vemos no
Primeiro Domingo do Advento. Interessante como a Santa Igreja
preparou os textos para cada domingo formando-nos neste caminho de
fé.
No segundo domingo, é nos mostrada a figura de São João Batista,
que nos alerta para termos atitudes firmes de penitência e
conversão. E com a alegria do perdão, abre-se a terceira semana
proclamando: “Alegrai-vos!” É o domingo da alegria: Gaudete;
porque nos anuncia a proximidade da chegada do Senhor. E por fim,
conclui-se este período preparatório com a doce presença da
Virgem, modelo vivo de fé. Ninguém melhor do que Maria para
ensinar-nos e preparar-nos para a chegada de seu filho Jesus.
Devemos ter consciência de que esta espera não pode ser apenas
ritual, pois tudo na vida cristã tem um sentido bem profundo! Deus
ao vir até nós, abriu-nos novamente a porta que o pecado havia
fechado. Ele Se rebaixou-Se até nós, nos tocou. Cabe-nos agora
responder, abrindo nossa porta a Ele, com a adesão à Sua proposta.
São Paulo escreveu que “a fé deve operar pela caridade” (Gal 5,
6b), e São Tiago que “sem obras ela é morta” (Tg 2, 17);
portanto a fé está ligada ao assentimento do intelecto e da
vontade. Ela não é algo subjetivo, mas bem concreto, e somos nós
que decidimos, se aceitamos ou não!Abrir a porta à Cristo,
esperando na fé, é preparar nossa casa, nossa família, nosso
coração, nossa vida para a chegada de Alguém muito importante que
quer morar conosco e conduzir-nos com Ele para um lugar muito melhor,
e que Ele já preparou para nós!
Se ficarmos só no exterior das festas, comidas e presentes,
deixaremos passar pela nossa porta o Cristo que veio humilde e
simples, como uma criança, e não O conseguiremos identificar. E
passadas as festividades, as preocupações e sofrimentos do dia a
dia nos serão muito pesadas. É preciso que o encontro com Jesus
Menino no Natal realmente produza no mais profundo do nosso ser a
certeza de que não estamos sozinhos nem abandonados, mas há Alguém
que cuida de nós, que nos ama, em Quem podemos confiar com
segurança. É preciso apoiarmos n'Ele. Para isso é imprescindível
que a preparação para a Sua vinda também seja bem feita, através
dos Sacramentos, em especial a confissão e a Eucaristia, mas também
uma vida de oração verdadeira.
Assim, a espera na fé, será fonte de alegria, como nos afirma São
Pedro: “Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário
que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias
provações. Deste modo, a vossa fé será provada como sendo
verdadeira, mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no
fogo e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação
de Jesus Cristo. Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem O ver
ainda, n'Ele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria
indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a
vossa salvação” (I Pd 1, 6-9).
Publicado no Informativo da Comunidade Sol de DEUS - dez 2012.