13 de janeiro de 2017

Celular - os Aplicativos de oração - na Igreja!

Foto ilustrativa
Outro dia deparei-me com uma cena na Santa Missa que me impulsionou a escrever este artigo. Algo que, na verdade, há muito tempo já tinha vontade de fazer.
Eis o fato: uma mulher e duas crianças sentaram-se no banco ao lado do meu, no fundo da Capela. Ela chegou um pouco atrasada, já havia começado as leituras... Até então, não a tinha reparado... nem mesmo olhado para o lado. Mas de repente, comecei a escutar uns barulhos estranhos e uns cochichos. Instintivamente olhei para o lado e vi a cena: a mulher estava sentada no penúltimo banco, mexendo no seu celular, e no banco de trás, dois meninos de uns 9 anos, também com o celular na mão, conversavam e brincavam com algum joguinho... Isso durou praticamente toda a Missa!
Procurei é claro não olhar mais, mas às vezes, sem querer olhava. E é claro que isto me deixou muito incomodada e também triste.
E para lutar contra o julgamento, comecei a rezar por ela, pedindo a Deus: Oh! Senhor, perdoai-a, ela realmente não sabe o que faz! Não deve ter a consciência bem formada, e por isso não sabe que é uma falta de respeito à Vós, e uma falta de reverência na Vossa Casa. Ajudai-a que ela possa ter a oportunidade de ter o coração aberto para receber uma boa formação e reconhecer que isso Vos desrespeita; e que isso não ocorra tarde de mais, ao ponto de que estes meninos já tenham se 'estragado' com tantos joguinhos (que com certeza têm 'linguagem subliminar'), e pela falta de piedade e respeito à Vós, acabando por se afastar da fé.
Não sei o que esta mulher estava olhando no celular, podia até ser um 'aplicativo' de "Liturgia Diária", com as leituras da Missa, mas o fato é que isso faltava com a reverência à Deus, além de tornar-se um contra-testemunho, um mal exemplo. Afinal, ninguém sabe se ela está usando o celular para rezar ou para outra coisa.
Aquelas crianças não prestaram atenção em nenhum momento na Missa. Me pergunto: como uma mãe pode deixar seu filho jogando, brincando dentro da igreja?
Até que ponto chegou a falta de noção das pessoas, e a falta de reverência e respeito na Casa de Deus! Sem contar as roupas indecentes, que já abundam cada dia mais as igrejas, agora o uso do celular tem se tornado cada vez mais frequente e 'normal'!
O fato de que as crianças estavam brincando 'quietinhas' com o celular, pode até ser visto pelas mães como um "mal-necessário", para que, entretidas, elas não façam bagunça ou não fiquem pedindo para ir embora. Mas que triste pensar, que dois meninos com mais ou menos 9 anos de idade, que teriam a capacidade de prestar atenção na Missa - pois já são tão inteligentes com o celular, não é mesmo?! - crescem sem qualquer noção de respeito e piedade por Deus e pelo Seu Templo!
_ Ah! Mas são só crianças! - diriam alguns.
Sim! São crianças, e por isso mesmo que já deveriam ser educadas no que é certo ou errado. Ou será que se deve esperar a adolescência para começar a educar? Mas o que fazer se até a mãe usa o celular dentro da igreja?! Como ela vai cobrar dos filhos uma atitude que ela mesma não tem?!
E o fato deles serem crianças não é nenhuma desculpa, pois eles tem sim muita condição de entender que o que se passa naquele momento é algo importante, sagrado, a qual se deve respeito.
Ah! Mas realmente... para as crianças que crescem em famílias tão agitadas, onde o cronômetro da casa não são as orações e as horas das refeições juntas, mas são: a hora da novela, a hora do programa 'reality show'… ou até… hora nenhuma… sem regras... realmente, para estas, isto é muito difícil!
Afinal, como crianças que já acordam vendo seus pais com o celular na mão, vão conseguir entender que isto não é saudável?! Como vão compreender que é muito salutar ter momentos e lugares certos para tudo nesta vida? Que é saudável ter hora para rezar, hora para comer, hora para estudar, hora para brincar, hora para dormir, hora para ouvir, hora para calar... Lugar para brincar, lugar para comer, lugar para estudar, lugar para rezar, lugar de silêncio!...
Só me lembro de uma vez ter lido que Santa Teresinha do Menino Jesus já prestava atenção na Missa aos 4 anos de idade!
_ Ah! Mas é Santa Teresinha!
Sim, é Santa Teresinha! Mas isso não é nada de extraordinário! Isso chama-se educação. Lar que tem regras. Pais que educam! Família que reza! Lar em que se respira um ambiente de oração e respeito às coisas de Deus! Um lar cristão! Um lar verdadeiramente católico!
Por acaso, nossas crianças de hoje, aos 3 anos - ou até menos - já não sabem manusear o celular? Porque achamos que as crianças têm inteligência para as 'modernidades da vida', mas não são capazes de aprender as coisas de Deus?! Porque sempre deixamos o que é de Deus para depois, para mais tarde?
{Quero aproveitar aqui para parabenizar duas Paróquias (pode ser até que existam outras, mas não sei) que oferecem a Catequese para as crianças desde os 3 anos de idade, são: Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, e Paróquia São Francisco de Assis}
Muitas vezes a desculpa são os 'Aplicativos de Oração', ou mesmo os de 'Liturgia diária'. Mas, na verdade, isso reflete que as pessoas tornaram-se de tal forma dependentes de seu celular, smartphone, etc., que o levam para todos os lugares, desde o banheiro de sua casa, até para a Casa de Deus, lugar Sagrado!
E alguns ainda se justificam, dizendo:
_ Ah! Mas estou usando o celular para rezar; é um 'aplicativo de oração'!
Foto ilustrativa
Parece algo até bom, mas... veja a armadilha... Sejamos sinceros: usando o 'aplicativo de oração', ou similares... dentro da igreja, não se torna uma grande tentação o fato de 'dar apenas uma olhadinha' no whatsapp, no facebook, etc.?
E isso seria algo normal? Claro que não! Isso é uma grande falta de respeito com Deus! Uma grande falta de reverência na Casa de Deus! E quantas vezes vemos isso acontecer dentro da Santa Missa e dentro da Capela do Santíssimo!
Quem nunca presenciou esta cena? Um celular tocando na hora da Missa (e quase sempre no momento da Consagração), e uma pessoa atendendo: “Alô! Estou aqui na Missa!” Ou pior, ainda sai da igreja para atender o celular!
Nos lugares públicos, como em um Teatro, durante uma apresentação teatral ou musical, ou no Fórum, durante uma seção judicial, não seriamos logo olhados com 'olhares tortos', ou até mesmo repreendidos e 'convidados a nos retirar', se insistíssemos em usar o celular? Porque tem-se este 'respeito' em lugares assim, mas não se tem na Casa de Deus?
Não estou aqui condenando os 'Aplicativos de Bíblia', de 'Liturgia diária', de 'Orações', etc. Com certeza a criação deles foi uma ideia muito boa! Também os tenho em meu celular. Eles são ótimos! Quantas vezes, durante uma viagem, dentro do ônibus, metrô, ou avião, ou mesmo quando estamos em uma Clínica médica, esperando atendimento, podemos aproveitar o tempo, fazendo uma boa leitura, ou uma oração!
_ Ah! - outros poderiam justificar - Mas deixo o celular ligado porque fico preocupado, porque tem alguém doente em casa; às vezes acontece alguma coisa com algum familiar e preciso receber uma notícia; estou esperando uma ligação importante, urgente!
Antigamente não existia celular, e as pessoas conseguiam sobreviver! Também existiam as mesmas possibilidades de ter alguém doente em casa, de ter que receber uma notícia importante, etc. Mas o problema aqui, não são as “necessidades ou preocupações do mundo moderno” que entram em jogo, mas o respeito à Deus que as pessoas estão perdendo; a falta de noção e de reverência com as coisas de Deus. Ele que é o mesmo, ontem, hoje e sempre!
Se por acaso você está na academia, dentro da piscina, ou no campo de futebol – só para dar um exemplo – você vai levar o celular? Não tem jeito de nadar ou jogar futebol com o celular na mão, não é!?
Imagine que você recebe uma visita em sua casa, ou mesmo que você vá visitar um amigo, e está todo solícito em atendê-lo bem, mas de repente, esse amigo que está diante de você, te deixa falando sozinho e começa a usar o celular? Isso é o que estamos fazendo com Deus. E… Ele não é qualquer pessoa: é Deus!
É uma pena que nem mesmo os sacerdotes estão educando e corrigindo mais as pessoas que entram com roupas indecentes ou usam o celular na igreja! Se o padre, que é autoridade, não o faz - ou às vezes, até pior, ele mesmo usa o celular na igreja! -, como nós, leigos, vamos ter essa autoridade para corrigir e educar alguém? É difícil! Até porque sei que um artigo deste tipo, ou mesmo um livro que trate de assuntos relacionados à Adoração e Missa, não são muitos os que leem, pois nem todos gostam de ler - infelizmente - e entre os poucos que gostam de ler, os que realmente precisariam escutar isto, não estão entre os leitores!
Assim, peçamos a Deus muita sabedoria, humildade, caridade, o dom da 'correção fraterna', para podermos 'alertar' e 'formar' nossos irmãos, e não sermos omissos. São João Bosco dizia que um dos pecados que mais leva as almas para o inferno é o 'respeito humano'. Sim. Hoje se tem muito 'respeito humano' de corrigir o outro, que pode ser melindroso e ficar com raiva de nós!
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E se hoje em dia, até a televisão e datashow (projetor) entraram em nossas igrejas e Santuários, com permissão de seus administradores paroquiais, tornando-se tão 'normais', o celular fica até parecendo pouca coisa! Oh! Que triste! Mas Deus é o mesmo, ontem, hoje e sempre!
Na época da invenção da televisão, contaram a São Pio de Pietrelicina sobre o maravilhoso meio de comunicação que tinham inventado; quanta coisa boa podia se ver, as notícias de além-mar, etc... Ele disse: "Verão o que o demônio fará dela!" Que diria ele se pudesse ver que hoje ela chegou até dentro das igrejas, e que arrastou 'em sua cauda' os 'projetores' e 'celulares'; como ele não ficaria furioso?!
Não vamos cair na armadilha de 'aplicativos de oração', etc. Eles são ótimos, sim! Mas use-os quando estiver em um lugar que não poderá ter acesso à Bíblia ou à livros de oração.
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Quase todas as Igrejas distribuem os “folhetos de Missa”, para acompanhar as leituras - e isso na verdade nem é necessário, pois devemos 'escutá-las com bastante atenção' - assim, não é necessário usar o seu celular para ver as leituras.
Não nos deixemos contaminar pelo pensamento mundano de que é 'chic' usar os 'aplicativos de oração' na igreja!
Se você vai para a Igreja, para a Santa Missa, ou para um momento de adoração a Jesus Eucarístico, ou para uma oração pessoal, leve sua Bíblia, sua Liturgia das Horas, sua Liturgia diária, seu Terço, seu Livro de orações, e desligue o seu celular! Como se diz: “Se ao menos Deus estivesse na linha!” Repetindo, só para ficar mais gravado: deixe para usar estes 'aplicativos', quando você estiver no ônibus, no metrô, no avião, na clínica… Aí você aproveitará bem o seu tempo!
Não sejamos relativistas, e não cedamos ao que é 'comum' e 'normal' para o mundo, pois o que é do mundo não agrada a Deus (cf. I Jo 2,15; Jo 17,16; Tg 4,4); sejamos autênticos cristãos! Lembremos: 'O terreno que recebeu a semente entre os espinhos representava aqueles que ouvindo a Palavra de Deus, deixaram os cuidados e a sedução do mundo os sufocarem, e a terra tornou-se infrutuosa'. (cf. Mt 13,22)
Ao entrar na igreja, desligue o seu celular! Ou ao menos, em última hipótese - o que não seria o melhor a se fazer - coloque-o no 'modo silencioso'... e esqueça que ele existe!
Lembre-se que Deus existe e está ali, Vivo a falar com você! Esse artigo é para todos nós, a começar de mim. Não nos deixemos acostumar!


10 janeiro 2017

1 de janeiro de 2017

A Verdade sobre a Comunhão na mão - parte 1

Fonte de consulta, site: Sensus Fidei

Ah! Se tivéssemos um olhar de alcance espiritual como tiveram os santos! Como ficaríamos horrorizados com o que acontece em nossas Igrejas!
A imagem parece muito chocante ou exagerada?
Mas ela reflete exatamente o que acontece e não vemos!

Ilustração por Rodrigo García - Adelante la Fe
Te convido a ler este texto até o fim... Não vai te custar mais que dez minutos, marcados no relógio!
Este texto foi inspirado pelo artigo do site Sensus Fidei, cujo original está no site Adelante la Fe. É muito pertinente visitar estes sites e ler o artigo. 

A vida moderna, cheia de novidades tecnológicas trouxe muitas coisas 'boas', mas contribuiu também – infelizmente – para uma grande letargia espiritual.

A tecnologia, a correria do dia-a-dia, a competição do mercado, no trabalho ou nos estudos, a busca de bem-estar físico, posição e status, interfere diretamente para que as pessoas – as famílias – busquem outras coisas mais 'atrativas' do que cultivar a fé, ler a Bíblia, rezar o terço, participar ativamente de sua comunidade, principalmente na Adoração Eucarística e na Santa Missa diária. As pessoas tem preguiça de buscar a DEUS, porque ELE sempre vem acompanhado com a Cruz; a vida de um cristão nesta terra não é fácil.

Quem vai a Igreja por DEUS unicamente? Para adorá-Lo, servi-Lo, amá-Lo, para buscar Aquele que é o nosso Tudo! Aquele que merece todo o nosso ser e tudo o que temos de melhor, não só o nosso dízimo, o nosso 'dez por cento', mas o nosso 'cem por cento'! Ou seja, ELE não interessa tanto no nosso dinheiro, mas quer o nosso coração, porque ELE nos ama, e só ELE sabe o que é melhor para nós!

Mas há tantos que frequentam a Igreja apenas por costume, tradição familiar, ou mesmo para dar satisfação à família ou sociedade, outras, para ter um local onde semanalmente possam 'descarregar' o cansaço, outros até por interesses pessoais.

Está acontecendo um grande esfriamento na fé, e isso interfere diretamente na piedade, no gosto pelas coisas espirituais, no olhar espiritual de cada mistério da fé.

É claro que existem muitas famílias que buscam viver um autêntico cristianismo, mas será que estas não são a minoria? Costumo dizer: estas pesquisas que dizem que o Brasil é o país mais católico do mundo não são seguras; creio que se fôssemos invadidos por Grupos terroristas (que DEUS não o permita!) então veríamos qual a real porcentagem dos verdadeiros católicos, dos que não renegariam a fé diante das perseguições.



Pois mesmo entre os que frequentam a igreja com mais frequência, encontramos ainda em alguns, muita imaturidade na fé: uma fé sentimental, ou de recompensa, onde serve-se um DEUS que 'nos serve'.

Este fato é claro de perceber quando vemos pessoas que participavam 'ativamente' na Igreja, mas diante de um fato doloroso, como uma doença, um desemprego, um desastre, se revoltam contra DEUS e deixam tudo, e começam a frequentar igrejas protestantes, que prometem a 'felicidade' aqui na terra.

Mas por que estou dizendo isto, diante do tema da “Comunhão na mão”?

Porque a piedade Eucarística está relacionada diretamente com a fé, com o temor e a reverência à DEUS. E isto, por sua vez, está relacionado com a vivência e cultivo dessa fé em nossa vida: de colocar DEUS realmente acima de tudo, em primeiro lugar. De amá-Lo com “… todo o coração, toda a alma e com todas as forças”. (Deut 6,5)

E para quem aprofunda neste conhecimento verdadeiro sobre a Eucaristia, não tem como não colocar n'ELA todo o seu amor, zelo, piedade e reverência.

Como é triste ver (e já vi isto muitas vezes) as pessoas chegarem diante do Santíssimo, na Capela, tirarem uma foto (um self) e saírem, sem ao menos uma oração. Comportam-se diante do Santíssimo como se estivessem diante de um 'monumento famoso'!

A Capela do Santíssimo Sacramento não é um lugar chicum monumento famoso, onde vou tirar minhas fotos de recordação, ali é um Lugar Sagrado!

A Santíssima Eucaristia conservada em nossos Sacrários, ou exposta nos Ostensórios, os nas mãos do sacerdote na Santa Missa, não é um símbolo, uma presença significativa, mas é uma Pessoa! Viva! Real! É nosso DEUS-Criador que apesar de ser Todo-Poderoso Se faz totalmente frágil, imóvel, mas não inativo, não inoperante, não insensível!

Aos céticos é algo irreal, um conto de fadas, uma história fantástica, mas nós, que cremos, sabemos que é verdade, que é um fato concreto!

Quantos Milagres Eucarísticos no decorrer de toda a história da humanidade estão ali para comprovar! Só não crê quem realmente não quer, como dizia Santo Inácio de Loyola:
“Para aqueles que creem, nenhuma explicação é necessária; e para aqueles que não creem, nenhuma explicação é possível.”

A Eucaristia é um grande milagre diário da Misericórdia de DEUS!

Às vezes as pessoas correm tanto atrás de coisas fantásticas, de milagres que ocorrem aqui ou ali… e não percebem que o maior milagre de todos é a Transubstanciação.

O santo padre Pio de Pietrelicina dizia - com toda propriedade de quem realmente via com os olhos do corpo aquele milagre acontecendo – que: 
“Se os homens conhecessem o valor da Santa Missa, a Polícia teria que estar sempre às portas das Igrejas para manter a ordem por causa da grande quantidade de pessoas que a assistiriam”.

Mas afinal, qual é o problema da Comunhão na mão?

A Comunhão na mão:

- Contribuiu para o sacrilégio, por causa dos muitos fragmentos que ficam nas mãos dos fiéis ou caem no chão, mesmo sem que ninguém perceba;

- Contribuiu para a perda da reverência para com JESUS na Santíssima Eucaristia e consequente esfriamento na fé;

- Facilita os roubos e profanações sacrílegas;

No decorrer dos anos em que se permitiu a comunhão na mão, alterou-se de forma considerável a reta doutrina sobre o Mistério Eucarístico, por parte de muitos leigos e clérigos ditos 'teólogos'.

Muitas pessoas afirmam: "Gosto de receber a comunhão na mão, para ter mais intimidade com JESUS."

- Mais intimidade?! Ora! Isso é falta de conhecimento catequético. Que intimidade maior temos quando ELE está dentro de nós, unido à nossa alma! Nenhum toque ou união física é maior do que a união que ocorre entre DEUS e a alma no momento da comunhão eucarística!

Outros dizem: "Ah! Mas receber a Eucaristia na boca é anti-higiênico e um risco à saúde pública, pois a pessoa que está distribuindo pode encostar a mão em nossa boca ou língua, depois de ter encostado em outra pessoa que está doente."

- Isso é uma desculpa baseada em critérios humanos, de pessoas que também não têm fé. Cito apenas dois pontos que derrubam por terra esta objeção: 

Primeiro, JESUS é fonte de cura. Seria uma falta de fé muito grande pensar que podemos pegar alguma doença ao recebê-Lo em comunhão, mesmo se o padre ou ministro encostasse a mão em nossa boca ou língua. É muito mais fácil se contaminar com os copos ou talheres nos restaurantes ou bares.

Segundo, se a questão for contaminação, existe contaminação maior do que a nossa própria mão, se tocarmos a Sagrada Partícula depois de pegar no dinheiro da oferta (existe algo mais contaminado do que o dinheiro que passa por milhares de mãos?), ou nos bancos da igreja, ou nas mãos de outras pessoas durante o “Momento da Paz”? O padre ou ministro ao menos lavam as mãos antes da celebração e as purificam também antes da distribuição da Eucaristia.

Muitos leigos, ou sacerdotes até não gostariam de receber ou de dar a comunhão na mão, mas acabam cedendo diante da pressão exercida por que algumas pessoas que têm mais influência ou autoridade.

Veja ainda como surgiu a prática da Comunhão na mão em: "A verdade sobre a Comunhão na mão - parte 2"

Mas estes pontos que colocamos são pontos apenas humanos. Vejamos o que nossa Santa Igreja nos diz:
Se alguém nega que no venerável Sacramento da Eucaristia está contido Cristo inteiro sob cada uma das espécies e sob cada uma das partes de qualquer das espécies feita a separação, seja excomungado.”
(Concílio de Trento, cân. 3)
{Quero abrir um parêntese aqui para uma explicação, para os que talvez não tenham tanto conhecimento destas coisas, e já ouviram - da parte de 'alguns' - falar 'mal' do Concílio de Trento, como se ele fosse algo antigo, ultrapassado, etc. Saiba que, nenhum Concílio da Igreja pode definir algo contra o outro, somente pode acrescentar. Ou seja, nenhum Concílio da Igreja torna-se ultrapassado, mas continua válido.}

  • Está dogmaticamente definido no Concílio de Trento que em cada fragmento da Sagrada Hóstia está JESUS CRISTO em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
  • Portanto, se um fragmento, por minúsculo que seja, cai no chão, é como se caísse a Hóstia inteira.
  • E se caem Partículas ao solo deve-se acreditar dogmaticamente que é o próprio JESUS CRISTO, Seu Corpo e Sangue, quem está no chão.
  • Então, se nós pisamos sobre estes fragmentos estamos pisando sobre JESUS CRISTO. Sim, vamos repetir: Estamos calcando JESUS CRISTO sob nossos pés. E nós estamos fazendo por nossa culpa, cumplicidade, ou omissão, não por um acaso fora de nosso controle.
Ah! Se tivéssemos um olhar de alcance espiritual como tiveram os santos! Como ficaríamos horrorizados com o que acontece em nossas Igrejas! A imagem parece muito chocante ou exagerada? Mas ela reflete exatamente o que acontece e não vemos!

Como ainda não compreendemos o Amor de JESUS, que na Eucaristia Se expõe tão fragilmente correndo o risco de ser pisoteado indignamente numa segunda Paixão silenciosa e invisível, mas, nem por isso, menos cruel. E é fácil entender o quanto respeito e cuidado deveríamos tratar JESUS Eucarístico diante de Sua posição voluntária de fragilidade e exposição, à qual estamos obrigados de modo absoluto e inexcusável, sem que possa haver nenhum eu que valha, nossa única obrigação é a de protegê-LO, contra tudo e contra todos, mesmo à custa da nossa honra ou posição.”

Tudo isso é tanto mais doloroso se pensamos por um momento como esta prática é promovida ativamente, chegando-se até mesmo a obrigar as crianças a fazer a sua Primeira Comunhão na mão...” ou até mesmo com a chamada 'auto-comunhão' nas duas Espécies.

Sabemos que a 'Comunhão na mão' é permitida (infelizmente!), mas na verdade, nenhum sacerdote ou ministro está obrigado a dar a Comunhão na mão quando há risco de profanação, e a própria legislação canônica o resguarda disso (*), lhe permitindo a decisão de administrá-la ou não quando há risco de profanação. E perguntamos: Acaso não existe um grande risco de profanação quando as pessoas comungam nas mãos?

Já fui testemunha ocular de muitos casos deste, onde as pessoas acabam de comungar e limpam a mão na roupa, ou deixam JESUS Eucarístico cair no chão. Ocorreu diante de meu olhos dois casos muito tristes:

Certa vez, quando fui comungar, vi uma Partícula no chão. Antes mesmo que tivesse tempo de dizer ao Ministro que estava distribuindo a comunhão, alguém - sem perceber - chutou a Partícula. Desesperada com esta situação, tive que pegá-la do chão com minhas mãos, e entregar ao sacerdote que a consumiu. Mas fiquei imaginando quantos fragmentos não ficaram ali no chão, e as pessoas passando por cima; pois a Igreja estava cheia. E com muita aflição no coração, não pude fazer nada, a não ser pedir aos Santos Anjos que recolhessem os fragmentos do chão!


Outra vez, foi em uma Celebração de Corpus Christi, onde foram consagrados "Pãezinhos sírios" (!) em vez de Hóstias, e a distribuição foi feita em 'auto-comunhão' nas duas espécies. Em certo momento vi um homem que voltava da Comunhão; tinha ficado em seus lábios um fragmento do Corpo do SENHOR. Logo fiz um sinal para ele, dizendo que tinha ficado um fragmento... Qual não foi minha aflição ao ver que ele, em vez de - com cuidado - passar levemente a língua para absorvê-Lo, passou a mão limpando a boca, como se tivesse limpando farelos de bolacha. Vi o fragmento do Corpo do SENHOR caindo no chão, mas não consegui encontrá-Lo, pois caiu no tapete e várias pessoas estavam passando.


Isso é muito sério! Muito triste! Não podemos ficar indiferentes a este tipo de coisa. Se cada um de nós fizer de sua parte e com muita sabedoria e caridade ir instruindo os outros, estas situações podem se reverter. Afinal, qual é o problema de se aceitar comungar na boca?! Oh! Que todos possam ter a humildade de ser como crianças que recebem de seus pais o alimento na boca; principalmente 'Este Alimento', que é o nosso próprio SENHOR e DEUS.

Se houve milhares de mártires que morreram por não permitirem ultrajar uma imagem, um livro sagrado não toleremos esse ultraje de permitir que em nossas Igrejas nosso SENHOR JESUS CRISTO seja calcado aos pés. Antes morrer do que Nosso SENHOR esteja no chão por nossa culpa!

(*) “Se houver perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.” (Redemptionis Sacramentum,  92)

Obs.: Hóstia - é a maior, comungada pelo sacerdote.

      Partícula - é a 'hóstia' menor, comungada pelos fiéis.
      fragmentos - pedacinhos das Hóstias ou Partículas.

Aproveito para colocar aqui dois livros muitos bons do Excelentíssimo Bispo Athanasius Schneider, que tratam do assunto sobre a Eucaristia e Comunhão na mão. Vale a pena adquiri-los e presentear os amigos com eles!
E também não deixe de assistir estes vídeos.