1 de dezembro de 2015

Venite Adoremus


 “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, e vimos Sua glória...” (Jo 1, 14). Assim João Evangelista resumiu o maior acontecimento da história. De fato, a humanidade, mesmo os que não creem, se moldaram ao ‘Antes e Depois de CRISTO’.

Não se sabe o dia exato que nasceu JESUS, apenas que, no século II, no dia 25 de dezembro, havia a ‘Festa do sol’, quando - no hemisfério norte - em meio ao inverno gelado, o sol voltava a aparecer, e com sua luz e calor vencia as trevas e o frio da neve. A Igreja encontrou nesta data, ótima ocasião para evangelizar e educar os povos pagãos, colocando novo sentido para esta festa; pois sendo CRISTO verdadeiramente o Sol de DEUS, veio iluminar o mundo que jazia nas trevas do pecado, e o abrasar com o Seu amor Misericordioso.

Mas hoje, a perda do ‘sentido do sagrado’ e da verdadeira piedade, está fazendo com que esta Festa Cristã seja substituída pela pagã, e o que devia ser guiado pelo ‘espírito do sagrado’, está sendo conduzido pelo ‘espírito do comércio’, que aliás, a inaugura bem antes, para alcançar mais lucro. A figura do ‘Papai Noel’ está sufocando a imagem do verdadeiro aniversariante: o Menino JESUS; principalmente na cabeça e no coraçãozinho das crianças. DEUS nos ajude para que daqui há algum tempo as crianças não passem a acreditar que quem nasceu no Natal foi o ‘Papai Noel’!

A figura do ‘bom velhinho’, surgiu na Alemanha em 1886, por um cartunista chamado Thomas Nast, foi espalhada pelo mundo inteiro em 1931, em uma campanha publicitária de refrigerante. Mas talvez poucos sabem que a inspiração deste personagem foi São Nicolau, um Bispo católico, nascido por volta do ano 280 d.C., na Turquia. O Bispo, caridoso, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas nas portas ou chaminés das casas.

Mas longe de querer tirar o sentido dos "tradicionais" símbolos natalinos, como ‘Papai Noel’, Árvore de Natal, Panetones, Luzinhas pisca-pisca, etc., não podemos deixar de frisar que há um símbolo muito mais belo, e com muito mais sentido: o Presépio.

Conta-se que em 1223, em Greccio, Itália, foi montado o primeiro presépio da história, por São Francisco de Assis. Seu objetivo era explicar às pessoas mais simples como foi o nascimento de JESUS. Verdadeiramente o Presépio nos faz compreender que só em torno do Menino, o mundo pode encontrar a paz, a alegria, a luz, o sentido, a salvação.

“Existe um ser humano mais frágil do que um bebê recém-nascido? Uma habitação mais pobre do que uma gruta? Um bercinho mais simples do que uma manjedoura?”(2) No entanto, este pequenino indefeso, que repousa entre as palhas, é o Criador do Universo, o próprio DEUS, que veio habitar entre os homens; para viver como eles (exceto no pecado), e enfim, morrer no lugar deles, para salvá-los.

Em cada Natal temos a oportunidade de reviver este acontecimento singular, pois “não se trata apenas de uma recordação de fatos que pertencem ao passado; mas de uma realidade muito mais profunda, é antes o próprio CRISTO que vive sempre na Sua Igreja e que prossegue o caminho de imensa misericórdia por Ele iniciado, piedosamente, nesta vida mortal, quando passou fazendo o bem...” (1)

“Se hoje, não vemos diretamente, como os pastores o Divino Menino repousando nas palhas(2), entre Maria e José, entre o boi, o burro e as ovelhas, “contemplamo-Lo com os olhos da Fé, na Pequenina, Frágil, Imaculada Hóstia, que o sacerdote apresenta para a adoração dos fiéis; não ouvimos a voz dos Anjos entoando o Glória, mas chega a nós o convite da Santa Igreja: ‘Vinde, adoremos!’ Se grande foi a fé daqueles homens simples de crerem que aquele Pequenino, era o próprio DEUS, nossa fé pode alcançar grau mais elevado se considerarmos o mesmo DEUS, escondido na Eucaristia”.(2)

Que no esplendor desta Noite Santa, possamos verdadeiramente abrir nosso coração para que nele nasça o Menino DEUS, acolhendo-O com amor, apresentando nossas ofertas do ouro da caridade, o incenso da fé e a mirra da humildade. ‘Venite adoremus!’

1 Pio XII, Mediator DEI, n. 150.
2 Clara Izabel Morazzani Arráiz, Revista Arautos do Evagelho.

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