Quando
o jovem de Assis, prostrado diante do altar de São Damião, escutou
a voz de Cristo no crucifixo pedindo: “Francisco, vai e restaura a
minha Igreja”, pensou, inicialmente, que se tratava da restauração
daquela pequena igrejinha. Mais tarde, porém, compreendeu que Deus
lhe pedia algo a mais: restaurar o templo de Deus no coração dos
homens!
Sua
fidelidade à 'senhora pobreza', sua humilde espontaneidade no
relacionamento com todos, e sua pureza e simplicidade no trato com as
criaturas, fez dele um santo amado e respeitado por milhares de
pessoas; desde os simples operários até os mais altos dignitários
dos palácios; dos ignorantes até os intelectuais mais cultos;
inclusive fora do cristianismo!
Sabe-se
que em resposta àquele chamado de Deus, Francisco elevou uma
belíssima oração ao Céu: “Ó Altíssimo e Glorioso Deus,
iluminai as trevas do meu coração. Dai-me fé reta, esperança
certa, caridade perfeita, humildade profunda, sabedoria e
discernimento, para cumprir Vossa santa e verdadeira vontade.”
Nesta oração, de forma simples, mas profunda, o santo pediu as três
virtudes teologais para cumprir o “mandato” de Cristo. E aí está
o verdadeiro cerne de seu ideal: conformar-se à vida de Cristo,
humilde, obediente, pobre e casto.
No
decorrer dos séculos, entretanto, os gestos e expressões do
pobrezinho de Assis, foram sendo interpretados de uma forma estranha
à mensagem do cristianismo. Seu desejo de paz com todos, foi
direcionado para um falso ecumenismo, onde as Verdades da Fé são
relativizadas, ou mesmo anuladas; seu exemplo de pobreza evangélica,
para uma apologia à luta para solucionar problemas sociais; e seu
respeito e amor à criação, para uma visão distorcida de proteção
ao meio ambiente.
Em
sua primeira homilia, o papa Francisco afirmou: “Se não
confessarmos Jesus Cristo, vai dar errado. Tornar-nos-emos uma ONG
sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. [...] Quando
não se confessa Jesus Cristo, confessa-se o mundanismo do diabo, o
mundanismo do demônio. [...] Quando caminhamos sem a Cruz,
edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos
discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres,
cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor”.
Assim,
confessar Jesus Cristo, como São Francisco e todos os santos
confessaram, é viver a Boa-nova do Evangelho; é carregar cada dia
nossa cruz com fé, na simplicidade, na confiança e na caridade.
É
ter a coragem e a firmeza de, no mundo de hoje, ser fiel a Deus, e
obediente ao que o Sagrado Magistério interpreta e ensina conforme
as Escrituras e a Tradição.
É
amar a todos como filhos de um mesmo Pai Criador, sem no entanto
assimilar crenças contrárias à Fé; e respeitar a criação, sem
colocá-la acima do ser humano.
Que
São Francisco nos ensine o verdadeiro amor por Cristo, pela Igreja,
pelos homens e por toda a criação!
27
março 2013