A Santíssima Virgem entregando o Santo Rosário ao monge Domingos da Prússia, da Cartuxa de Tréveris. |
No livro "O Rosário das Cláusulas" (foto abaixo), eles contam que estas invocações tiveram origem mais tarde, com um Monge também chamado Domingos, mas não o de Gusmão, e sim o chamado «de Tréveris», ou «da Prússia» (que faleceu por volta de 1.460), que era um monge cartuxo e não dominicano.
É claro que os Dominicanos não tem a má intenção em querer sustentar esta história, provavelmente a maioria deles nem conheça esta versão cartuxa. E, provavelmente, a própria discrição dos Monges Cartuxos - que têm o silêncio como um ponto fundamental de sua Regra, e não costumam divulgar o nome de seus escritores e santos - tenha facilitado que esta lenda falsa tenha se espalhado.
- As primeiras biografias de São Domingos de Gusmão, fundador dos Dominicanos (* 1170 + 1221) dos dois primeiros séculos após a sua morte - não relatam nada sobre esta origem do Rosário. Como um fato deste, de tão grande importância, deixaria de ser relatado na Biografia do Santo, se ele realmente tivesse sido instrumento para o surgimento do Rosário?
- Esta história aparece somente em 1460, nas obras de Alan de La Roche, O.P. (+1475). E segundo Heribert Thurston, um Sacerdote Jesuíta, Alan de La Roche simplesmente fez uma confusão de nomes: ele confundiu «Domingos de Prússia, Cartuxo do Mosteiro de Tréveris», com «Domingos de Gusmão», fundador de sua Ordem; por causa dos nomes serem iguais.
- Graças à tipografia nascente na época de La Roche, seus trabalhos espalharam-se rapidamente por toda a parte, dando crédito à lenda.
- Em 1889, outro Dominicano, Tomás Esser, teve o mérito de ser o primeiro a explicar, após um aprofundado estudo das fontes que a introdução progressiva dos pontos de meditação na oração do Rosário remonta aos Cartuxos de Saint-Alban de Tréveris, na metade do século XV; citando inclusive os nomes de Domingos de Prússia e outro.
- Infelizmente as obras originais do Cartuxos de Tréveris não foram reencontradas; e novamente relembramos aqui o motivo disto: a discrição e silêncio característico da Ordem Cartuxa.
- O termo em latim "Rosarium" ou "Rosarius" não teve o mesmo significado que damos hoje, para o "Terço completo" de Nossa Senhora. Em tempos antigos, esta expressão, que era derivada do alemão "Rols" (cavalo), era usada para referir-se a coleções e obras de consulta de origem jurídica, ou coisas similares. Somente a partir do século XV, que o "Terço" ou "Rosário" passou a ter este nome. No início era conhecido apenas por "Pater noster".
- O Rosário não foi criado com os 3 Terços, que tradicionalmente conhecemos (Gozosos, Dolorosos, Gloriosos), nem havia a divisão dos mistérios em cada Terço, rezava-se apenas o "Pater", com as "Ave-Marias", seguidas das "Cláusulas", que eram frases tiradas do Evangelho, que ajudavam a meditar sobre alguma passagem da vida de JESUS.
- No início, não existia a segunda parte da oração da "Ave-Maria", ou seja, não se rezava a "Santa Maria, Mãe de DEUS...", como atualmente fazemos; rezava-se apenas a primeira parte e terminava com a cláusula.
- Existem várias versões de Cláusulas, pois na época em que se começou a difundir esta devoção, ainda não tinha se difundido a imprensa. Também porque o próprio monge Domingos da Prússia, da Cartuxa de Tréveris, dava ampla margem à piedade dos fiéis, no momento de se utilizarem das cláusulas.
- Só depois de um tempo começou a ligação das 150 Ave-Marias do Terço com os 150 Salmos da Bíblia.
- E uma curiosidade: os Mistérios Luminosos, criados pelo Papa São João Paulo II, também se encontram nas Cláusulas do Cartuxo de Tréveris.
Mas, como seria rezar com as Cláusulas? É bem simples!
- Ave-Maria, cheia de Graça! O senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre JESUS (que concebestes em vosso puríssimo seio). Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. (10 vezes)
- Ave-Maria, cheia de Graça!... ventre JESUS (que levastes a Santa Isabel). Santa Maria... (10 vezes)
- Ave-Maria, cheia de Graça!... ventre JESUS (que de vós nascestes na pobre gruta em Belém). Santa Maria... (10 vezes)
E por aí vai... você mesmo pode formular as cláusulas, de acordo com o Mistério do Santo Rosário que vai meditar. Isso ajuda muito a não perdermos a contemplação do Mistério.
Você pode rezar desta maneira. Repetindo a mesma Cláusula 10 vezes, ou mesmo dizer uma Cláusula diferente a cada Ave-Maria; e foi assim que Domingos da Prússia, de Tréveris fez.
Abaixo, colocamos a sugestão de um livrinho maravilhoso, escrito por um monge Cartuxo anônimo, que conta esta história da verdadeira origem do Rosário, e que tem também 3 modelos de se rezar o Rosário com as Cláusulas. Este livrinho, é muito bom! Vale a pena adquirí-lo!
Você pode encontrá-lo nos seguintes endereços:
Cultor de Livros
Quadrante
Livraria Loyola
Scrib