23 de fevereiro de 2017

A verdade sobre a Comunhão na mão - parte 2

 “Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir de amor
em um coração humano.” (São João Maria Vianney)

Vemos hoje entre muitos fiéis a frequente dúvida: 'Afinal, é certo ou não receber a Comunhão na mão? O que é melhor?'

Muitos alegam que a prática da comunhão diretamente na boca é anti-higiênica, ou que desejam receber a Eucaristia na mão para ter uma maior intimidade com JESUS. Outros, alegam que se ajoelharem, estarão adorando o padre. Escuta-se também de certas pessoas que não se pode ajoelhar na 'Oração Eucarística' e na 'Ação de Graças'...

Na verdade, tudo isto tem uma causa mais profunda: uma grande falta de formação e o esfriamento da fé, da piedade, do zelo e do fervor entre muitos católicos.

Com certeza, a reação de qualquer pessoa que visse JESUS diante de si seria no mínimo, ajoelhar e adorar. E porque não acontece o mesmo com JESUS na Eucaristia? Pois se "ao Nome de JESUS se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos" (Fil 2,10), quanto mais diante de Sua Presença Real na Santíssima Eucaristia!!!

Quantas vezes se vê pessoas entrarem na Capela com o Santíssimo exposto, tirar fotos e ir embora!! Ou rezar diante de quadros ou imagens de santos, e não fazer a mínima reverência para JESUS na Eucaristia! Há ainda os que saem da Santa Missa, e vão comer pipoca e algodão doce (geralmente vendidos nas portas das nossas Paróquias), sem nem mesmo ter feito uma digna ‘Ação de Graças’!

A Santa Igreja - e também o testemunho de vários santos e místicos - afirma que depois que comungamos JESUS na Sagrada Hóstia, Sua presença real: Corpo, Sangue, Alma e Divindade, permanece substancialmente em nós enquanto durarem as espécies do trigo; e isto pode levar cerca de 15 minutos. Depois disso, JESUS é em permanece em nossa alma pela ação do ESPÍRITO SANTO e de Sua graça. Por isso devemos, se a saúde nos permite, ficar de joelhos depois que receber JESUS e demorar ainda um tempo na Ação de Graças, e não sair imediatamente; principalmente se a Santa Missa terminar rapidamente, e não tiver avisos, etc.

 É claro que não podemos julgar as pessoas, porque provavelmente elas não tiveram uma formação adequada, ou mesmo não tiveram nenhuma formação... Mas também não podemos aprovar tal ato que está objetivamente errado. 

Por outro lado vemos que quanto mais as pessoas tomam conhecimento do Mistério Eucarístico – que as espécies consagradas não apenas representam, mas que são de fato o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de JESUS – mais elas têm piedade e respeito por Ele, e decidem, por si só, a receber o Corpo Santo do SENHOR diretamente na boca, e até de joelhos. E isto não é, absolutamente, pieguismo, mas antes um reconhecimento, um ato de adoração.

A respeito do que alguns alegam, de ‘querer maior intimidade com JESUS’, podemos questionar e afirmar com clareza: Que maior intimidade com JESUS do que quando Ele está em nós após a Comunhão Eucarística? O comungante não se torna apenas um 'copo ou vasilha' que contém JESUS dentro, mas se torna 'um com ELE'.

Se o alimento natural que tomamos entra em nosso organismo e passa a ser parte de nós, as proteínas, vitaminas entram nas células, etc., muito mais o Corpo de CRISTO! ELE mesmo quis esta união conosco para a nossa salvação:

«Então JESUS lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a Carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu Sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. Minha Carne é verdadeiramente uma comida e o Meu Sangue verdadeiramente uma bebida. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele (cf. Jo 6, 53. 55 – 56)

E se a preocupação é higiene, o que dizer das pessoas que pegam no dinheiro da oferta, ou cumprimentam uns aos outros no 'momento da Paz' e depois tomam a Eucaristia com as mãos? Aí não se corre muito mais o risco de se contaminar, do que recebendo diretamente na boca, de uma só pessoa (no caso o Sacerdote, ou o ministro extraordinário da comunhão) que lavou as mãos antes de distribuir a Comunhão?

Mas um problema bem maior, e que poucas pessoas percebem, é o fato de que a comunhão recebida diretamente na mão facilita o risco de que fragmentos do Corpo Santo do SENHOR - às vezes até quase imperceptíveis aos olhos humanos -caiam por terra e, assim, sejam profanados.


Muitos nem têm este conhecimento. Outros, com o coração frio, não dão importância, acham que pelo fato de que o fragmento é pequeno, JESUS não está nele – o que não é verdade! JESUS está sim, verdadeiramente Vivo, em qualquer minúscula partícula, onde ainda existam as espécies do Pão Consagrado - que é o Seu Corpo - , e em qualquer minúscula gotinha do Vinho Consagrado, que é o Seu Sangue! Que o digam os milhares de "Milagres Eucarísticos" em toda a História da Santa Igreja!!!

Um questionamento: Quem hoje em dia olha cuidadosamente as mãos depois de receber a Santa Comunhão, para ver se não ficou algum fragmento? O Sacerdote que está celebrando a Santa Missa, e também os 'Ministros extraordinários da Comunhão', que ajudam na distribuição da Eucaristia, ao menos purificam as mãos depois que tocam na Eucaristia (ou com água ou ao menos no 'Sanguíneo' ou 'Corporal', que depois serão devidamente purificados). E  porque os fiéis que recebem a Eucaristia na mão não precisam fazer o mesmo? Será que alguém já se atinou para isto?!

E mesmo se cada pessoa que estivesse na Santa Missa e tivesse recebido a Sagrada Eucaristia nas mãos fosse purificá-las, não daria certo... seria algo totalmente inviável pela quantidade de pessoas! Mas se a maioria das pessoas não olham as mãos para ver se ficou algum fragmento, ainda existe outra situação pior: alguns 'limpam' as mãos na roupa, ou uma na outra...




Mas, afinal, quando se popularizou
a distribuição da Sagrada Comunhão nas mãos?

Na verdade, foi "fora da Igreja" que se iniciou este costume da 'Comunhão nas mãos'. Os Calvinistas, que não acreditavam na Presença Real de JESUS na Eucaristia, começaram a utilizar esta prática em seus cultos protestantes. Ou seja, já que eles não acreditavam que a Eucaristia era Verdadeiramente JESUS, não tinha necessidade de recebê-la diretamente na boca, podia tocá-La com as mãos.

Sabe-se que o Concílio Vaticano II que foi concluído no ano de 1965, não imitiu nenhum documento com referência à Comunhão na mão.

Mas esta prática já havia começado a se espalhar - de forma abusiva e sem nenhuma permissão da Santa Sé para isso - em algumas regiões da Alemanha, Bélgica, Holanda e França - que já tinham se contaminado por essa mentalidade protestante, de tendência modernista e influência maçônica.

Assim, em 1969, devido a estes abusos e pressões, a Sagrada Congregação dos Ritos, a pedido do papa Paulo VI, emitiu uma Instrução, a "Memoriale Domini", direcionadas às Conferências Episcopais.

Embora este documento, comprove que a Comunhão na boca é a maneira tradicional e ordinária de se comungar, e que ela evita as profanações... mesmo assim, devido às pressões e às práticas abusivas já espalhadas em muitos lugares, permitiu-se que cada Conferência Episcopal decidisse como administrar a Santa Comunhão em seu território. É muito importante que se leia este documento. Abaixo, colocamos apenas alguns trechos, mas você pode lê-lo completo neste link.
«De fato, em certas comunidades e em certos lugares esta prática [da comunhão na mão] foi introduzida sem que uma anterior aprovação fosse solicitada à Santa Sé, e, às vezes, sem qualquer tentativa de preparar adequadamente os fiéis. (...) Foi, portanto, estabelecido o costume do ministro colocar uma partícula de pão consagrado sobre a língua do comungante. Esse método de distribuição da Santa Comunhão deve ser conservado, levando-se em consideração a situação atual da Igreja em todo o mundo, não apenas porque possui por trás de si muitos séculos de tradição, mas especialmente porque expressa a reverência do fiel pela Eucaristia. O costume não prejudica de modo algum a dignidade pessoal daqueles que se aproximam deste augusto sacramento: é uma parte daquela preparação que é necessária para uma recepção mais frutuosa do Corpo do Senhor. [6] (...) Além do mais, a prática que deve ser considerada a tradicional assegura, mais efetivamente, que a Santa Comunhão seja distribuída com o devido respeito, decoro e dignidade. Remove o perigo de profanação das sagradas espécies, nas quais “de modo único, Cristo, Deus e homem, está presente, inteiro e íntegro, substancialmente e continuamente”. [9] (...) Quando, portanto, um pequeno número de Conferências Episcopais e alguns bispos particulares solicitaram que a prática de colocar as hóstias consagradas nas mãos das pessoas fosse permitida em seus territórios, o Santo Padre decidiu que se deveria perguntar a todos os Bispos da Igreja Latina se era oportuno introduzir esse ritual. Uma mudança em matéria de tal importância, baseada em uma antiga e venerável tradição, não afeta somente a disciplina. Carrega certos perigos consigo, que podem surgir de uma nova maneira de administrar a Santa Comunhão: o perigo da perda de reverência pelo augusto sacramento do altar, de profanação, de adulteração da verdadeira doutrina. (...) a vasta maioria dos Bispos crê que a disciplina atual não deve ser modificada, e caso viesse, que a mudança seria ofensiva aos sentimentos e à cultura espiritual desses Bispos e de muitos dos fiéis.

ResumindoA prática da 'Comunhão na mão', que se iniciou de uma maneira arbitrária, acabou se espalhou de maneira rápida pelas dioceses mais liberais até se tornar comum em todo mundo... No início, a Igreja tentou corrigir, mas não foi obedecida; e por fim (infelizmente) cedeu à pressão de alguns bispos do norte da Europa, onde o protestantismo era mais forte. Assim: a influência do protestantismo, da maçonaria, os abusos, a perda da fé e do santo temor, o esfriamento na piedade, a falta de zelo eucarístico e a falta de conhecimento, foram fazendo com que tudo se tornasse muito normal, até que para muitos, o Sagrado deixasse de ser Sagrado e se tornasse apenas um símbolo, um 'alimento de partilha fraterna' dos irmãos que estão 'ao redor da mesa'!  E hoje o que vemos, em muitas partes, a comunhão na boca é até proibida, sendo que continua ser a maneira ordinária de se comungar. 

(Leia o livro "Corpus Christi: A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja", de Dom Athanasius Schneider).

Muitas pessoas utilizam um escrito, atribuído a 'São Cirilo de Jerusalém', para justificar que a Igreja já admitia em seu início a Comunhão nas mãos. Eis o trecho:
«Quando te aproximares, não caminhes com as mãos estendidas ou os dedos separados, mas faze com a esquerda um trono para a direita, que está para receber o Rei; e logo, com a palma da mão, forma um recipiente; recolhe o corpo do Senhor, e dize: “Amém”...» (Catequese Mistagógica V 21 s).
Mas na verdade não se tem absoluta certeza de que ele é autor deste texto. Um piedoso sacerdote me afirmou há alguns dias atrás: "As catequeses mistagógicas, como hoje os estudiosos geralmente pensam, não são de São Cirilo de Jerusalém, mas provavelmente do seu sucessor... Era o período da luta ariana. Se deveria investigar uma vez se esta querela não se refletiu também nestes textos...! Se deve considerar que a Cristologia se reflete de imediato na fé eucarística!"

E mesmo se nesta época tenha sido usada a prática da Comunhão na mão, foi uma prática local, e não geral de toda a Santa Igreja. Até porque São Basílio Magno, que foi contemporâneo de São Cirilo, já reprovava esta prática. E inúmeros outros, que eram da mesma época do santo, ou anteriores, também condenavam, como por exemplo: Santo Eutiquiano, São Gregório Magno e Santo Tomás de Aquino...

E aí? O que pensar? Estaria um santo contra o outro? Teria a Santa Igreja mais de uma Tradição? Ou estaria a Igreja entrando em contradição? Claro que não! A Santa Igreja, a Fé da Igreja, a Tradição da Igreja... são uma só! É claro que no decorrer dos séculos surgem vários pensamentos, práticas ou doutrinas erradas de alguns fiéis, padres, teólogos, etc... Com o tempo, se estas coisas começam a tomar um aspecto de ameaça e confusão à fé dos fiéis, o Magistério da Santa Igreja (o papa e os bispos em comunhão com ele) se manifesta, por algum documento, ou mesmo, em algumas situações, declarando um Dogma...

[Abrindo um parênteses: Os Dogmas não são algo que a Igreja começa a acreditar a partir daquele momento da sua declaração, mas uma confirmação daquilo que sempre foi a fé da Santa Igreja, e é declarado justamente quando estão surgindo confusões e heresias a respeito do assunto... então a Igreja declara o Dogma para reafirmar o que sempre foi a fé da Igreja.]

Por exemplo, Santo Tomás de Aquino não acreditava na "Imaculada Conceição" (pois ele dizia que Nossa Senhora foi purificada depois de sua criação e não que Ela foi concebida sem pecado)E apesar de que foi "Santo Tomás de Aquino" quem pensava isso, ele estava errado 'nesta' opinião... Mas na época, quando ele disse isso, o Dogma da Imaculada Conceição ainda não havia sido declarado. E também Santo Tomás de Aquino sozinho, não representa o Sagrado Magistério da Igreja. Com certeza, se ele fosse vivo na época da Declaração do Dogma, ele teria mudado de opinião. Assim também em relação a São Cirilo (se no caso, foi ele mesmo que escreveu isto).


Sabemos que hoje em dia, a Igreja permite [infelizmente] receber a Comunhão nas mãos, mas... saibamos que "A atual legislação da Igreja diz que a forma ordinária de receber a comunhão é na boca, e que a comunhão na mão é uma exceção. No Missal aprovado após o Concílio Vaticano II, do papa Paulo VI, não existe nenhuma referência à Comunhão na mão! (...) A Igreja deu licença para que as Conferências Episcopais (CNBB por exemplo) se achassem oportuno, 'pedissem a permissão' da Santa Sé para receber a Comunhão na mão, mas o normal continua sendo a Comunhão na boca; e isto está em um livro do bispo "Annibale Bugnini", o responsável pelos Documentos da 'Reforma' Litúrgica do Concílio Vaticano II" - cf. trecho de uma Homilia do padre Paulo Ricardo em um Acampamento da Canção Nova - grifos nossos).


Quando o Anjo de Portugal apareceu aos pastorezinhos de Fátima e deu-lhes a Sagrada Comunhão, ele próprio se prostrou com o rosto por terra, em um gesto de adoração, postura que as crianças repetiram caindo de joelhos. As crianças comungaram de joelhos e na língua. E ainda rezaram três vezes antes e depois de comungarem a seguinte oração:


“Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E, pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.”

Milagre Eucarístico em Garabandal
A Sagrada Hóstia apareceu miraculosamente
na língua da vidente Conchita.
Também em Garabandal*, todas as vezes que o Santo Anjo trazia a Comunhão às videntes, elas caiam instantaneamente de joelhos. Só que a comunhão era invisível. Mas um dia, o milagre ocorreu visivelmente para que todos vissem.

Em certo momento da aparição todos os presentes viram a menina cair de joelhos, esticar a língua para fora, na qual nada havia... Subitamente, a Hóstia apareceu em sua língua, diante dos olhos de todos os presentes.



O papa São João Paulo II, na Encíclica Dominicae Cenae denunciou "casos de deploráveis faltas de respeito para com as Espécies Eucarísticas", e pediu perdão pela má interpretação do Vaticano II: 

[11] «(...) nestes últimos anos, somos testemunhas também de um outro fenômeno. Algumas vezes, ou melhor dito em casos bastante numerosos, todos os participantes na assembleia eucarística se apresentam à Comunhão; mas, certas vezes, como confirmam pastores avisados, não houve a devida preocupação de aproximar-se do sacramento da Penitência para purificar a própria consciência. (...) pode também aqui esconder-se uma outra convicção, pelo menos algumas vezes: a convicção de considerar a Missa apenas como um banquete, no qual se participa recebendo o Corpo de Cristo, para manifestar sobretudo a comunhão fraterna. E a estes motivos podem facilmente vir juntar-se uma certa consideração humana e um simples "conformismo" (...) Nalguns países entrou em uso a Comunhão na mão. Tal  prática foi pedida por algumas Conferências Episcopais, singularmente, e obteve a aprovação da Sé Apostólica. Contudo, chegam informações sobre casos de deploráveis faltas de respeito para com as Espécies eucarísticas, faltas que pesam não somente sobre as pessoas culpáveis de tal modo de comportar-se, mas também sobre os Pastores da Igreja, que terão sido pouco vigilantes quanto à compostura dos fiéis em relação à Eucaristia. Acontece ainda que, por vezes, não é tomada em consideração a livre escolha e vontade daqueles que, mesmo naquelas partes onde foi autorizada a distribuição da Comunhão na mão, preferem ater-se ao uso de a receber na boca... O tocar nas sagradas Espécies e a distribuição destas com as próprias mãos é um privilégio dos ordenados, que indica uma participação ativa no ministério da Eucaristia. Como é óbvio, a Igreja pode conceder tal faculdade a pessoas que não sejam Sacerdotes nem Diáconos, como é o caso quer dos Acólitos no exercício do seu ministério, especialmente quando destinados à futura Ordenação, quer de outros leigos para isso habilitados, por uma justa necessidade, e sempre depois de uma adequada preparação.»


[12] «(...)Prestes a terminar estas minhas considerações, quereria antes pedir perdão — em meu nome pessoal e no de todos vós, veneráveis e amados Irmãos no Episcopado — por tudo aquilo que, por qualquer motivo e por qualquer espécie de humana fraqueza, impaciência ou negligência, em consequência também de uma aplicação algumas vezes parcial, unilateral ou errônea das prescrições do II Concílio do Vaticano, possa ter causado escândalo ou mal-estar quanto à interpretação da doutrina e à veneração devida a este grande Sacramento. E elevo as minhas preces ao Senhor Jesus para que no futuro seja evitado, no nosso modo de tratar este sagrado Mistério, aquilo que possa debilitar ou desorientar de qualquer maneira o sentido de reverência e de amor nos nossos fiéis.»
Se hoje, dentro da própria Igreja, vemos atitudes de indiferença, ou mesmo falta de respeito para com JESUS Eucarístico temos o dever de exortar as pessoas ao respeito, dando nós mesmo o exemplo de devoção e zelo. Não podemos, é claro, condenar as pessoas que não tiveram a oportunidade de receber uma boa formação, mas nem por isso devemos ser omissos.

Que DEUS nos dê caridade, sabedoria e conselho de saber exortar e corrigir para que nossa correção seja verdadeiramente fraterna e dê frutos. Precisamos fazer da nossa parte, procurando aprender a cada dia mais, estudando a nossa fé, através do Catecismo, dos Documentos da Igreja, mas a dedicação para que se tenha um verdadeiro Culto Eucarístico deve ser a nossa maior preocupação e ter o nosso maior empenho. O sacerdote que me referi há umas linhas atrás, também me disse:

"Papa Bento XVI explica direta ou indiretamente no "Sacramentum Caritatis" que só em atitude de adoração podemos chegar à comunhão com JESUS... Ou seja, só o homem humilde recebe a Graça de DEUS. Podemos comungar mil vezes a JESUS, mas se o nosso coração não tem a atitude de humildade, etc. ficamos sem colher o fruto do Dom Divino... O remédio verdadeiro contra esta prática que não tem fundamento nem na Revelação nem na Tradição da Igreja certamente é a Adoração Eucarística." 

O papa São João Paulo II ainda afirmou na Dominicae Cenae: 
 [03] «(...) tal adoração é também uma resposta que intenta retribuir aquele Amor imolado até à morte na Cruz.(...) A adoração de Cristo neste Sacramento de amor deve encontrar depois a sua expressão em diversas formas de devoção eucarística: orações pessoais diante do Santíssimo, horas de adoração, exposições breves, prolongadas, anuais (quarenta horas), bênçãos eucarísticas, procissões eucarísticas e congressos eucarísticos»
 [07] «(...) Quando de fato nos damos bem conta de quem é Aquele que recebemos na Comunhão eucarística, nasce em nós quase espontaneamente um sentido de indignidade, junto com a dor pelos nossos pecados e com a necessidade interior de purificação. No entanto, devemos estar sempre vigilantes, para que este grande encontro com Cristo na Eucaristia não se torne para nós um fato rotineiro, a fim de evitarmos recebê-lo indignamente, isto é, em estado de pecado mortal. A prática da virtude da penitência e o sacramento da Penitência são indispensáveis para manter em nós e para aprofundarmos continuamente aquele espírito de veneração, que o homem deve ao próprio Deus e ao seu Amor tão admiravelmente revelado.»
[08] «(...) A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico (...) convém determos-nos em tudo aquilo que é essencial e imutável na Liturgia eucarística (...) que está intimamente ligado o carácter de "sacrum" da Eucaristia (...) O "Sacrum" da Missa não é, pois, uma "sacralização", ou seja, um acrescentamento do homem à ação de Cristo no Cenáculo (...) é uma sacralidade instituída por Ele, Cristo (...) Um tal "Sacrum" não pode sequer ser instrumentalizado para outros fins. (...) É preciso recordar isto sempre, e sobretudo no nosso tempo, talvez, quando observamos uma tendência para cancelar a distinção entre o "sacrum e o "profanum", dada a geral e difundida tendência (pelo menos em certas partes) para a "dessacralização" de todas as coisas.» 
Diante desses argumentos, qual será a melhor maneira de se receber JESUS na Eucaristia?

Indubitavelmente a melhor maneira de se receber dignamente JESUS na Comunhão Eucarística é de joelhos e na língua!

Rezemos, principalmente, pelos sacerdotes, para que eles - que são a 'autoridade' em suas paróquias - possam ter a Coragem de enfrentar as correntes modernistas e a Sabedoria de saber formar, exortar e corrigir seus fiéis; e que eles mesmos vivam e demonstrem esta fé, zelo e piedade eucarística. Rezemos por nossos pastores, sem jamais falar mal deles.

Que a Imaculada Virgem Maria, nos ensine a adorar e respeitar Jesus na Eucaristia, e interceda por nós, para que o Espírito Santo nos convença da Verdade. Amém.
Texto escrito em 07 outubro 2003
atualizado em abril de 2017.

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Quero sugerir dois livros neste artigo:

Primeiro, este livro sobre a Santa Missa, muito bom!
Com imagens impressionantes que nos revelam o que acontece em cada Santa Missa:
«Santa Missa, mistério da nossa fé», do padre Francisco Rudroff.

Conheço três edições com capas diferentes,
mas o conteúdo é o mesmo.



E esta Belíssima, «Novena de Santas Comunhões».
do padre Lawrence  Lovasik.
Contem 'Duas Grandes' promessas de JESUS!

Você pode adquiri-la na "Editora da Divina Misericórdia".



* Sobre as aparições de Garabandal (Espanha), apesar de que houve pronunciamento de alguns bispos regionais, uns a favor, outros contra, a Congregação para a Doutrina da Fé nunca publicou nenhuma declaração a favor ou contra as aparições; aguardando, como se deduz, o desenrolar dos fatos.

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