É
bom que a primeira vez que se faz esta bênção na família, que se
leia todo o texto juntos, para que as pessoas possam entender a
origem e o significado desta tradição.
Por
ocasião
da "Solenidade
da
Epifania",
existe
no
Ritual
Romano
antigo,
a louvável
tradição
de
abençoar
a
casa
dos
fiéis com a "Bênção da Epifania" ou "Benção para o Ano Novo".
Este
é
um
sinal
que
cristãos
vivem
na casa e um
sinal
da bênção de
Deus sobre ela.
Essa
bênção era
tradicionalmente
feita
pelo
pároco, mas é possível que também os fiéis invoquem esta benção de Deus para o seu lar, até porque seria pastoralmente impossível atender territorialmente toda a paróquia, e a maioria das pessoas, inclusive sacerdotes, nunca ouviram falar desta bênção.
Trata-se é claro, de uma tradição antiga, mas que nunca foi proibida pela Santa Igreja, apenas foi caindo no esquecimento, como muitos costumes bons e salutares da nossa Santa Igreja. E embora não seja muito conhecida no Brasil, tem se difundido cada vez mais esta abençoada tradição.
Pode-se
fazer a bênção sozinho(a)
ou
com
seus familiares.
Neste
caso, enquanto
o
pai
da
casa
invoca
a
benção
de
Deus, a mãe ou outra pessoas asperge o
lugar
com
água benta,
e outro
inscreve as letras
na parte
de fora das passagens e portas.
Este
costume,
registrado
em
documentos
desde o século
XVI, é com
certeza
de
origem
anterior.
Foi
encontrado
pela
primeira
vez
no «Sacramentário
Gelasianum
Vetus» (na metade
do século
sete),
para
abençoar a casa no
ano novo ou
quando
havia
uma
mudança
de residência.
Essa
tradição é baseada nos tempos da Igreja primitiva, onde os
primeiros cristãos desejavam proteger e abençoar seus lares,
identificando-se como Povo de Deus, em analogia ao que fizeram os
hebreus no cativeiro do Egito quando marcaram as portas de suas casas
com o sangue do Cordeiro Pascal (Ex 12, 12–13) e como as
assinalaram também depois na terra prometida (Deut 6, 9).
Com
esta inscrição invocamos a benção de Nosso Senhor que em Sua
Encarnação no ventre de Maria, pelo poder do Espírito Santo, veio
como a Luz do mundo para salvar o homem das trevas do pecado. Assim,
invocamos esta benção para os nossos lares e reivindicamos a
soberania de Cristo para os espaços onde vivemos e trabalhamos.
A Solenidade da Epifania ocorre no dia 6 de janeiro. No Brasil, se esta data não cai no Domingo, é transferida para o Domingo seguinte, a fim de que todos participem.
Neste ano de 2017, a Epifania cairá numa sexta-feira; portanto, penso que pode-se fazer esta bênção na sexta (dia 6) ou no domingo (dia em que será comemorada liturgicamente).
Deve-se marcar por cima das portas e passagens da casa, do lado exterior, a seguinte inscrição com o giz: os dois números (cifras) iniciais do ano; as siglas C+M+B, sendo que cada letra é intercalada com o sinal da Cruz; e em seguida os dois números (cifras) finais do ano. Costuma-se colocar também uma cruz em cima da letra 'M', ficando três cruzes.
As
siglas «C
M B»
significam: «Christus
Mansionem
Benedicat»,
ou seja: «Cristo
Abençoe
esta Casa».
Santo
Agostinho as explicavam
também como: «Christus
Multorum
Benefactor»,
que significa: «Cristo
benfeitor de muitos».
Representa
também os tradicionais nomes dos três Reis Magos: Caspar
(Gaspar), Melchior
(Melquior ou Belquior)
e Balthazar
(Baltazar).
Tradicionalmente esta inscrição deve permanecer até a Solenidade
de Pentecostes, ou se
desejar, até o próximo ano.
Para este ano de 2017 a inscrição será assim:
Epifania
quer
dizer
“Manifestação
do
Senhor”.
Com
o nascimento
de
Jesus,
Deus
manifesta
Seu
desejo
a
todos
os
homens:
Sua vontade
de
ter
novamente
Seus
filhos
a
Seu
lado
e
de
pôr
em
prática
o
Seu
Plano
de Amor
e
Salvação.
A
Igreja
celebra
três
Epifanias,
ou seja, três
importantes manifestações de Cristo:
A primeira
aos
Magos
do Oriente (Mt
2,
1-12);
depois
a
São
João
Batista
no
Jordão
(Mt
3,13-17);
e
por
fim
aos discípulos
de
Jesus,
no
começo
de
Sua
vida
pública
com
o milagre
das
Bodas
de
Caná
(Jo
2,
1-12).
Os
magos
(ou
sábios) representam
hoje os
povos
de
todas
as
nações,
raças
e
línguas,
que
acolhem
o chamado
de
Deus
deixando-se
guiar
pela
luz
da estrela
até
encontrar
Jesus.
Da
passagem bíblica do Evangelho de Mateus, sabemos apenas que eram
magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram ao Menino
Jesus o ouro, o incenso e a mirra; e que depois de O adorarem voltaram para suas terras por outro caminho, fugindo de Herodes.
De
acordo
com
a
tradição
da
Igreja
do
século
I,
estes
magos
eram
homens
poderosos
e
sábios,
de
nações
ao
leste
do
Mediterrâneo.
Antigamente,
os
conhecedores
de
medicina,
astrologia
e
outras
ciências
eram
chamados
de
magos
ou
sábios.
Provavelmente
não
eram
reis,
mas
devido
a
seus
conhecimentos
científicos,
tornavam-se
conselheiros
de
reis
e exerciam
muita
influência
em
seus
países.
O
título de "Reis" com
certeza deve ter sido
influenciado
pelo Salmo 71, que diz:
«Os
reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia
e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. Todos os reis hão de
adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações.»
(Sl 71, 10-11)
E talvez por ser três o
número dos presentes, a
tradição nos deixou que foram
três personagens; sendo que os nomes
(Gaspar, Melchior
e Balthazar)
foram atribuídos pela primeira vez por São Beda.
Até
o
ano
de
474
d.C.
seus
restos mortais (descobertos pela
imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino) estiveram
em
Constantinopla,
a
capital
cristã
mais
importante
no
Oriente;
em seguida
foram
trasladados
para
a
catedral
de
Milão
(Itália). Em
1164 foram
trasladados
para
a
cidade
de
Colônia
(Alemanha),
onde permanecem
até nossos
dias.
Os
nomes
atribuídos
aos
magos
são
bastante
significativos.
- Gaspar
quer
dizer:
«Aquele
que
vai
inspecionar»,
ou seja,
aquele
que
vai
verificar
e
confirmar
a
vinda
do
Messias.
- Melquior
quer
dizer:
«Meu
Rei
é
Luz»,
é
a
grande confirmação
da Realeza
de Jesus: a
Luz do
Mundo.
- E
Balthazar
quer
dizer:
«Deus
manifesta
o Rei».
Os
magos
ofereceram
a
Jesus
presentes
típicos
de
suas
regiões:
ouro,
incenso
e
mirra.
Também
os presentes
têm
o seu
significado.
- Com
o
ouro
reconheciam
a realeza
do
Menino,
o
ouro
quer
dizer
que
Jesus
é
Rei.
- O
incenso
é
o
que
se oferece
a
Deus
nos
altares
em
sinal
de
adoração.
Com
o incenso
a
humanidade
reconhece
a
divindade do Menino que nasceu. Jesus é Deus Verdadeiro.
- A mirra, uma planta amarga, conforme o costume oriental, era misturada
com
outros
perfumes e usada
para perfumar
corpos,
vestes e casas. Ela
representa
o lado
humano
e
o sofrimento
do Messias. Jesus é Homem Verdadeiro, que sofrerá para expiar os nossos pecados.
Mateus
nos
diz
que
os
magos
mudaram
o
rumo
e
voltaram
para suas
terras
por
outro
caminho. Mudar
o
caminho
significa
converter-se,
reorientar
a
sua
vida
segundo
Jesus.
Tendo
encontrado
o
Salvador
do
mundo
e
contemplado
o
seu rosto
devemos
também
reorientar
a
nossa
vida
segundo
Jesus. Assim,
a
conversão
é
o
apelo
forte
da
celebração
da Epifania.
A boa
notícia
de
hoje
é
poder
dizer
que
a
salvação
está
ao
alcance
de
todos,
vai
encontrá-la
quem
mudar
seus caminhos
e seguir
a Verdadeira
Luz que
é Cristo.
Rito da Bênção da Casa na Epifania
(Esta fórmula da bênção é simples, e requer apenas água benta e giz - que de preferência seja abençoado por um sacerdote ou diácono; mas não é imprescindível. Existem fórmulas mais complexas que recorrem a mais orações e uso de incenso. Pode-se encontrar na internet em sites em inglês ou alemão, provavelmente em latim.)
+
Em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Oremos:
Deus
Todo Poderoso,
inclinai
Vosso ouvido.
Que possamos
ser preenchidos
com
saúde, bondade
de
coração,
mansidão,
obediência
à Vossa
lei,
e
ação
de
graças
ao
Pai,
e
ao
Filho
e
ao
Espírito
Santo.
Ajudai-nos
a amar
e
respeitar
uns
aos
outros
e
fazer Vossa
presença
conhecida
pela
forma
de
cuidar
uns
dos
outros.
Enviai
Vossos Santos
Anjos
que nos
defenderão
e cumularão
de Graças todos
os que aqui
habitam.
Por Cristo,
nosso Senhor.
Amém.
Os
presentes
rezam o seguinte
Salmo,
intercalando
as estrofes:
Salmo
71(72)
O
poder régio do Messias
Abriram
seus
cofres e
ofereceram-lhe
presentes:
ouro,
incenso e
mira
(Mt
2,11)
–1
Dai
ao
Rei
vossos poderes, Senhor
Deus,
*
vossa
justiça
ao descendente
da realeza!
–2 Com justiça ele governe o vosso povo, *
com
equidade
ele
julgue
os
vossos
pobres.
–3
Das
montanhas
venha a
paz
a
todo
o
povo,
*
e
desça das
colinas
a justiça!
=4
Este
Rei
defenderá
os que
são
pobres,
†
os
filhos
dos humildes
salvará,
*
e
por terra
abaterá os opressores!
–5
Tanto
tempo
quanto
o
sol há de
viver,
*
quanto
a lua
através
das
gerações!
–6
Virá
do
alto,
como
o
orvalho
sobre a relva,
*
como
a chuva que
irriga
toda
a terra.
–7
Nos
seus
dias
a
justiça
florirá
*
e
grande paz, até
que a
lua perca o
brilho!
–8 De mar a mar estenderá o seu domínio, *
e
desde o rio
até
os confins
de toda
a terra!
–9
Seus
inimigos
vão
curvar-se
diante
dele,
*
vão
lamber
o
pó da terra
os
seus
rivais.
–10
Os
reis
de Társis
e
das
ilhas
hão de
vir
*
e
oferecer-lhes
seus presentes
e seus dons;
–
e
também
os reis
de Seba e
de Sabá *
hão
de trazer-lhe
oferendas e tributos.
–11
Os
reis
de
toda
a
terra
hão de
adorá-lo,
*
e
todas
as nações
hão de
servi-lo.
– Glória
ao Pai
e ao
Filho
e ao
Espírito
Santo.
* Como
era no
princípio,
agora
e
sempre.
Amém.
Dir.:
O nosso auxílio
está
no Nome
do Senhor.
T.:
Que
fez
o céu e a
terra.
D.:
O Senhor
esteja
convosco.
T.:
E com
teu espírito.
Oremos:
Senhor
Deus
do
Céu
e
da Terra,
que
revelastes
o
vosso
Filho
Unigênito
a
todas
as
nações
com
o sinal
de
uma estrela:
Abençoai esta
casa
e
todos
os
que
nela
habitam.
Enchei-os
com
a
luz
de
Cristo,
e
que
o
nosso
amor
pelos
outros reflita
o vosso
amor.
Pelo
mesmo
Cristo
nosso
Senhor.
R.:
Amém.
Agora faz-se
a inscrição
com o
giz
na parte
de fora
de cada porta ou portal da casa, aspergindo o local com água
benta.
Enquanto vai andando pela casa, de porta em porta, pode-se ir rezando orações como: "Pai Nosso, Ave Maria, Sanctus", etc., ou entoando cânticos natalinos. A pessoa que vai fazendo a inscrição, pode dizer em cada vez:
Os
três
Reis
Magos:
Caspar
(marca-se a letra 'C'),
Melchior
(marca-se a letra 'M')
e Balthazar
(marca-se a letra 'B'),
seguiram
a estrela
do
Filho
de
Deus
que
se
fez
homem
há dois
mil
(marca-se os dois
primeiros dígitos: 20 à esquerda das letras)
e
dezessete
anos
atrás
(marca-se os dois
últimos dígitos: 17 à direita das letras). Que
Cristo
+
abençoa
nossa
casa
+ e mantenha-se
conosco através do
novo ano
+
Ou fala-se tudo na primeira inscrição e nas outras, apenas: Que Cristo + abençoa nossa casa + e mantenha-se conosco através do novo ano +
Depois
de abençoados
todos
os lugares,
o dirigente
finaliza:
Oremos:
Ó Deus,
que
hoje
revelastes
o
vosso
Filho
às
nações,
guiando-as
pela
estrela,
concedei
aos
vossos
servos,
que
já vos
conhecem
pela
fé,
contemplar-vos
um
dia
face
a
face
no
céu.
Por
nosso
Senhor
Jesus
Cristo,
vosso
Filho,
na
unidade
do Espírito
Santo.
T.:
Amém.
BÊNÇÃO do GIZ
P.: O nosso auxílio está no nome do Senhor.
Todos: Que fez o céu e a terra.
P.: O Senhor esteja convosco.
T.: E com o teu espírito.
P.: Abençoa, + ó Senhor Deus, esta criatura, giz, a fim de que seja salutar ao gênero humano. E concede aos que, invocando o Vosso Santíssimo Nome, inscrever com ele nas portas de suas casas os nomes de seus santos, Casper, Melchior e Baltassar, possam através de seus méritos e intercessão gozar de saúde de corpo e de proteção da alma; por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
(Asperge-se com água benta)
Em latim:
V/. Adjutorium nostrum in nomine Domini.
R/. Qui fecit caelum et terram.
V/. Dominus vobiscum.
R/. Et cum spiritu tuo.
V/. Bene + dic, Domine Deus, creaturam istam cretae: ut sit salutaris humano generi; et praesta per invocationem nominis tui sanctissimi, ut, quicumque ex ea sumpserint, vel in ea in domus suae portis scripserint nomina sanctorum tuorum Gasparis, Melchioris et Baltassar, per eorum intercessionem et merita, corporis sanitatem, et animae tutelam percipiant. Per Christum Dominum nostrum.
R/. Amen.
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Fontes
de
pesquisa
http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.com.br/2013/01/quem-foram-os-reis-magos.html